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A hora e a vez dos suplentes

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07/04/2011 – 10:04

Foto: Anita Tetslaff

Nunca antes na história tantos suplentes viraram titulares.

No Mato Grosso já é meio que tradição os suplentes assumirem as cadeiras dos titulares, seja no Senado, na Câmara Federal e mesmo na Assembléia Legislativa. Lá, este acordo de cavalheiros – normalmente embutido nas negociações anteriores ao pleito – não é como aqui, só pra inglês ver, com o eleito se fartando do dinheiro do suplente e depois dando a ele uma banana. Foi assim, por exemplo, que o então rei da soja Blairo Maggi surgiu como político no cenário nacional, pelos poucos meses que ocupou a vaga de Jonas Campos, enquanto que na mesma época, um dos príncipes da soja e do boi do Mato Grosso do Sul, Celso Dal Lago Rodrigues, ficava oito anos com o terno no armário esperando que Juvêncio da Fonseca tivesse ao menos um resfriado mais forte.

Como não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe a vida dura dos suplentes começou a mudar também do lado de cá da fronteira dos dois Mato Grossos. Primeiro foi Antonio João Hugo Rodrigues, o todo-poderoso do Correio do Estado, que sentiu o gostinho de ser senador no período em que o titular Delcídio do Amaral se licenciou para disputar o governo do Estado em 2002. E agora, a bola da vez é Antônio Russo, suplente de Marisa Serrano, na boca para assumir definitivamente a vaga. Mas, primeiro, terá que convencer os deputados estaduais da importância de a região do Vale do Ivinhema ter seu senador. Como dizem que ele é daqueles que dão um boi para não entrar numa briga, mas também boiada para não sair, tudo indica que os deputados não colocarão tantos obstáculos.

No lado do salão verde do Congresso o único sortudo até aqui é o douradense Marçal Filho. Embora ostente em seu currículo o quarto mandato de deputado federal só conseguiu votação – e assim mesmo de legenda – como titular, para dois mandatos, pois nos outros dois só chegou lá na garupa, primeiro com André Puccinelli, depois com Waldir Neves, aposentado pelo mesmo André que ele diz na fita da Uragano só ficar lhe enrolando, desculpa que usou para cantar o Valdecir em R$ 2 milhões em troca da desistência de sua candidatura à prefeitura ano que vem.

A falta de sorte de Dourados com seus suplentes de senadores (Albino Mendes também ficou oito anos assistindo as sessões do senado só pela TV) foi compensada não só com a assunção de Marçal Filho Câmara, como também na Assembleia Legislativa. Na segunda metade da legislatura passada, além da cadeira cativa de seu Zé e do fenômeno Valdecir, que lá chegou, reeleito, com a maior votação da história, assumiram os suplentes Valdenir Machado, Humberto Teixeira e Florisbela Barros.

E na Câmara Municipal, nunca antes na história os suplentes nadaram tanto de braçada. Além dos nove que assumiram as vagas dos uraganos cassados ou que renunciaram (e entre estes tem suplente de suplente) outros poderão assumir ainda, diante das infindáveis denúncias de mensalinho e de outras como a que envolve o petista Dirceu Longhi. Até Archimedes Ferrinho Lemes Soares, lá no fim da fila, anda todo refestelado por aí, na esperança de voltar à Casa por ele presidida duas vezes.

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