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Potenciais candidatos diante do abacaxi da saúde douradense

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03/02/2013 – 18h07

Fosse produzida por alguma assessoria de marketing político e a foto de Aparecido Frota não teria ficado tão emblemática. Não só por, num único clique, enquadrar potenciais candidatos à sucessão do prefeito Murilo Zauith, como pela natureza do assunto tratado e pelos desafios que têm pela frente.

Dez (para a pose!), dizem as mãos de Gerson Schaustz. Novato na política, mas já de mangas arregaçadas e, como tal, entrando para o time dos imexíveis do secretariado municipal, Gerson parece encarar “de boa” o sempre sisudo Odilon Azambuja, por sua vez, agora como vice-prefeito, nunca tão de stand by para fazer valer o peso do nome de uma das mais tradicionais famílias douradenses no processo sucessório. Já pela cara de paisagem, ao lado de Schaustz, (que os “coleguinhas” de imprensa tratem de aprender a escrever este nome), nem precisa muito esforço para adivinhar os pensamentos de Geraldo Resende: “Mais um no meu caminho pra 2016?”. E as mãos nos bolsos, do secretário de saúde, Sebastião Nogueira, sugerindo que “é aí que surge o pobrema”, conforme o bordão de meu sogro “véio”, Mané Torquato, cujo sobrinho, o falante federal Marçal Filho, fora do alcance da objetiva de Frota, mas dentro do arco de alianças ainda vigente, também se acotovela para ver quem enfrenta a já lançada (aqui no Blog) Virgínia Magrini ou quem mais se arriscar a peitar o poderio econômico e eleitoral de Zauith e Cia.

Se Gerson, Geraldo, Sebastião e Odilon são ou não candidatos, muito mais que o tempo, só os ventos do que pode ser um novo furacão é que vão dizer. Apenas na foto com as manguinhas de fora, nos bastidores Gerson é o mais discreto dos protagonistas das muitas disputas com alguns colegas que insistem em emperrar a máquina administrativa. Eternamente candidato e consciente de quão difícil pode ser seu retorno à Câmara Federal, enquanto não vem a prefeitura Geraldo se assanha agora com o Senado, na vaga que seria para o patrão André Puccinelli. Bambambã da Maçonaria no Estado, Sebastião já havia pendurado as chuteiras da política, mas não ficando imune a uma assintomática recaída. Odilon, também aposentado, ao contrário, sempre se perguntando o que é que está fazendo aí, mas como homem de partido não se furtando tentear mais quatro anos caso Zauith seja acometido por um surto de audácia rumo ao Parque dos Poderes ou ao Senado da República.

De todos, como franco atirador, Gerson Schaustz é o que tem melhor situação. Pelo jogo de cintura próprio da assumida condição de picareta (de profissão, como vendedor e comprador de carros; não um embusteiro), vem cavando seu próprio espaço e, o que é importante, enxergando além dos limites do Parque das Nações ou do Cachoeirinha, mirando na prefeitura, mas podendo ganhar também uma cadeira de deputado. Geraldo Resende, como o colega Marçal Filho, além da inabilidade na amarração das pontas das linhas nos bastidores, depois da história dos retornos ter batido no STF precisam escapar da alça de mira do ministro Marco Aurélio Melo.

Enquanto Odilon Azambuja, que não é de colocar a mão em cumbuca, só admite tratar do assunto se, primeiro, virar prefeito, fica a incógnita da recaída de Sebastião Nogueira. Depois da curta trajetória como regra três (foi vice de Braz Melo e assumiu por dois anos como estadual na vaga não sei de quem) sabe que para voltar a sonhar mais alto precisa mexer num vespeiro, desafio que só aceitou porque a barrosa, mesmo sob as rédeas de Murilo, também já corria o risco de ir pro brejo.

Para começar, o novo secretário de saúde precisaria antecipar-se ao Ministério Público, trazendo imediatamente à tona um tal Submarino Amarelo, para tentar entender por que a moçada usa mais preservativos debaixo das águas do rio Dourado, ainda mais às vésperas das eleições (vá lá, se pelo menos fosse antes do carnaval), dinheirama liberada à vistinha (o convênio previa suaves prestações mensais), tanta pressa que nem esperaram a autorização do secretário de fazenda para preencher o cheque. Não bastasse este açodamento dos atuais operadores da saúde, também abacaxi para Sebastião Nogueira, o excesso de filantropia para com uma APAE de Campo Grande, a generosidade na concessão de verbas de suprimentos de fundos a um privilegiado grupo de viajantes da pasta, sem falar na caixa de marimbondos das licitações de produtos e medicamentos.

Como a foto da comitiva foi tirada durante uma visita às obras de uma Clínica da Mulher, pode ser que Gerson Schaustz esteja apenas ajudando Geraldo Resende explicar aos recém-chegados Sebastião Nogueira e Odilon Azambuja toda essa burocracia que às vezes causa mal-entendidos. E que seja, mesmo, só mal-entendido.

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