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A tara que falta para Marçal abunda em Gerson

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13/02/2013 – 11h12

Em seu inesperado retorno ao jornalismo impresso como titular da coluna De Olho, do Diário MS, Wanderley Aguiar pode até ter razão quando escreve que é muita falta do que fazer especular, neste momento, sobre a sucessão de Murilo Zauith. Mas não depois do reinado de Momo no estacionamento do Douradão, onde, show à parte do próprio Zauith, quem parece ter seguido à risca o conselho do governador André Puccinelli quanto ao uso sebo de grilo nas canelas foi o secretário de Planejamento Gerson Schuastz. Que o camarada é madrugador, virador e até trator, já deu pra perceber, mas daí tanto apetite para samba no pé só mesmo quem mais acumula milhas nas companhias que voam para Brasília e para aonde mais exista a possibilidade de alocação de recursos para as prefeituras. Isto, depois de uma entrevista na rádio Tonanni, onde, demonstrando conhecer as ruas, becos e vilas douradenses até mais que Braz Melo, falou com desenvoltura de obras e projetos, em pleno sábado de carnaval.

Passaria despercebida a foto distribuída pela assessoria de comunicação da prefeitura mostrando a folia no Douradão não fosse outra disputa, das mais instigantes – a guerra dos tronos -, épico de George Martin que me fez perder de uma vez por todas o pouquinho de tara que ainda tinha por TV e, assim mesmo, nesses dias de carnaval, só para me deliciar com os tapa-sexo de mentirinha da mulherada desavergonhada das escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro. Como uma coisa puxa a outra, além da guerra dos tronos na cabeça a renúncia de Joseph Ratzinger ao trono de Pedro, eis que, no único momento em que um plebeu pode se refestelar num trono, terminando uma cruzadinha, a deixa para voltar ao tema da sucessão de Zaiuth, graças ao que – eureca! -, em que pese, desde criança, toda minha tara por caminhão, só agora descobrindo que a palavra tara, inserida na parte de baixo das boléias, significa o peso de um caminhão sem carga. Não tinha como não lembrar Marçal Filho. Ou melhor, de sua confessa falta de tara para esse negócio de ser prefeito, conforme o processo da Uragano em que ele (mais o colega Geraldo Resende) é denunciado pela Procuradoria Geral da República ao STF por causa dos famigerados retornos.

Como carnaval, que é carnaval, não se faz sem blocos, desfiles e escola de samba, claro, além de serpentinas e muitas máscaras, o ócio nos intervalos da guerra dos tronos me permitiu voltar aos anos dourados do carnaval douradense nos Clubes Social, Nipônico e Indaiá; dos blocos Dos Pinguços, de Carlinhos Moraes, Mário Sérgio, Nilinho Oliveira e Cia.; dos Sacudos, da família Faker; da Geni, com Élzio Russul e Vitório Fedrizzi à frente, sem falar do tempo em que até escola de samba desfilava pela Marcelino Pires. Escola de samba na Marcelino? Algum pedaço contratado de escola de samba carioca, como a bateria da Beija-Flor, que ontem animou o carnaval de Corumbá? – a mesma Beija-Flor que veio a Campo Grande saudar a criação do Mato Grosso do Sul? Não. Escola de samba “Natureza de Dourados”, do carnavalesco Paixão, com Júlio Marques de pierrô e morenaça Zelinda de colombina. Quem era o prefeito mesmo? Ah, tinha de ser!, o filho do Quinzito. Sim, ele, Zé Elias. E ainda tem gente que me critica pelo saudosismo.

Agora que descobri o verdadeiro significado de pelo menos um tipo de tara (aquela grafada em maiúsculas na porta dos caminhões) e como hoje é quarta-feira de cinzas, dou-me por satisfeito por ter compreendido, também, as razões que levaram Marçal Filho a refugar na disputa da prefeitura ano passado: é que bastava sua amada, Keliana Fernandes. Sozinha, livre, leve e solta já é muita areia para o caminhãozinho de qualquer adversário. E que Gerson continue esquentando as canelas para 2016.

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