04/03/2013 – 15h45
O líder da bancada petista na Assembleia Legislativa, deputado Laerte Tetila (foto), não tem dúvidas de que o partido elegerá o senador Delcídio do Amaral ao governo do Estado nas eleições de 2014. Mas, faz uma ressalva: “Unido”. Em visita nesta segunda-feira à folha de dourados ele usou essa expressão ao defender um “gesto de grandeza” do ex-governador e atual vereador de Campo Grande, Zeca do PT, em apoiar um candidato de consenso à presidência regional do Partido dos Trabalhadores no processo de eleição direta marcada para novembro deste ano.
“O PT unido é muito forte, foi assim que conquistamos duas vezes o governo do Estado com o Zeca (1998 e 2002)”, ilustrou Tetila. Por enquanto estão colocadas duas candidaturas à presidência do Diretório Regional: a do atual presidente Marcus Garcia, o Marquinhos, e de Zeca do PT. Marquinhos é aliado de primeira hora de Delcídio.
Tetila tem razão em defender o PT unido para o embate de 2014, principalmente se Delcídio não for bem sucedido na costura do armistício com o PMDB do governador André Puccinelli. O problema da tese do deputado e ex-prefeito de Dourados é que ele e as demais lideranças que estão no grupo do senador defendem o nome de Marquinhos para o consenso.
Também em recente visita à folha de dourados, Zeca do PT não poupou críticas a Marquinhos a quem considera “muito fraco”. O ex-governador pretende, articulado com lideranças nacionais do partido, resgatar o PT das bases, projeto que definitivamente não acontecerá com Delcídio no comando do Diretório Regional, seja pela origem tucana e pelo pragmatismo eleitoral que admite coligação com todo tipo de legenda a despeito de ideologias. É o poder a qualquer custo.
Nesse sentido, Zeca sinaliza: “O nosso candidato a governador é o senador Delcídio, mas com programa de governo e com aliados do PT”. Por isso, fora as escaramuças entre Delcídio e Zeca por conta as eleições para o governo do Estado perdidas para Puccinelli, respectivamente, em 2006 e 2010, é praticamente impossível o recuo do ex-governador em favor ao nome de Marquinhos. Nesse cenário, o confronto entre as duas principais lideranças petistas no Estado é inevitável.
JOSÉ HENRIQUE MARQUES/FOLHA DE DOURADOS
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