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Nelsinho Trad não precisa de emprego para virar governador do Estado

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01/04/2013 – 09h41

Lá se vão quatro meses desde que foi impulsionado do principal trampolim político do Estado para o salto ornamental ao Parque dos Poderes e até agora nenhuma ação concreta de Nelsinho Trad como candidato à sucessão de André Puccinelli. Para quem foi vereador (inclusive presidente da Câmara), deputado e oito anos prefeito da capital não é um carguinho no governo que vai resolver a parada, até porque não é segredo que é justamente ali, no entorno do gabinete governamental, que está o maior perigo para sua já não tão certa candidatura.

Além da genética política privilegiada – depois pai, Nelson, aí estão os irmãos deputados, o estadual Marquinhos e o federal Fábio, fazendo bonito uma barbaridade – Nelsinho Trad é médico, tendo alavancado a carreira política com um programa na então TV Campo Grande, do guru Antônio João Hugo Rodrigues. Quer dizer, emprego não é o problema. Além do mais, oito anos numa prefeitura como a da cidade morena deve render mais que a poupança de toda uma vida na Caixa Econômica Federal. Assim, emancipado politica e financeiramente, em vez de uma sinecura qualquer no governo do Estado que reserve uma hora, que seja, em qualquer canal de TV para seus conselhos médicos. Com certeza daria mais ibope.

Quem é que não vê, pois, que é tudo embromação para levarem o ex-prefeito no bico até que daqui a pouco apareça alguém com a esfarrapada desculpa na linha do olha aqui meu irmão, depois do Bernal (e o Bernal, heim?) vamos ter de começar tudo do zero, a fada madrinha está cada vez mais bonita na foto; vamos ter de compor com a companheirada, bla, bla e blá. A menos que, decorrência do tão aguardado acerto de contas entre Lula da Silva e Delcídio do Amaral, por conta do jogo para os holofotes do corumbaense na CPI que deu origem ao mensalão o próprio Nelsinho venha ser o toco da vez. Toco? Não, se é uma coisa que os Trad merecem é respeito.

Não bastasse a embromação – os deputados, claro, além de cobrarem a fatura adiantado, ainda não prometem fidelidade total lá na frente – quando – e, se, realmente for nomeado – Nelsinho tomar pé da situação no novo cargo já será hora da desincompatibilização, na hipótese, evidentemente, de ser o ungido.
Problema maior. Nelsinho teria de arranjar uma sala e uma cadeira para despachar (esta a alegação para o emprego) com as lideranças do interior, já que dividiria o comando das ações político-administrativas, veja bem, num governo André Puccinelli, com o não menos poderoso Osmar Jerônimo e com a perfumada e queridinha a vice-governadora Simone Tebet, também de olho nas cadeiras que um dia foram do pai, Ramez, no mesmo governo por ele almejado, ou no Senado, isto, se o patrão realmente insistir nessa coisa de cuidar de netos.

Tudo bem que Nelsinho Trad é médico alopata, mas não custa levar a sério a receita, senão do governador, do colega médico André Puccinelli, também alopata, mas sempre recomendando doses homeopáticas de sebo de grilo nas canelas para quem tem este tipo de pretensão política.

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