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Mandetta não tem potencial nem para ser a quarta via

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29/09/2021 – 07h50

O jornalista José Luiz Datena foi apresentado como candidato a presidente da República pelo PSL

O jornalista José Luiz Datena (PSL) diz avaliar que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) não tem potencial para ser nem “quarta via” na eleição presidencial. Os partidos deles, pelos quais cada um é potencial candidato a presidente no ano que vem, estão acertando uma fusão. Pesquisas têm apontado a eleição de 2022 como polarizada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido), o que tem gerado movimentação de partidos em busca de uma terceira via.

“Mandetta está falando toda hora como candidato. O [Rodrigo] Pacheco [do DEM e presidente do Senado] está na dele. Mas o Mandetta fica se lançando como candidato. Eu, sinceramente, não vejo com potencial, apesar de respeitar o Mandetta e o partido dele. Agora, talvez um partido só, eu não vejo o Mandetta como potencial nem à quarta via, quanto mais à terceira via.”

O partido que surgir da união entre PSL e Democratas poderia ter, além de Datena e Mandetta, Pacheco como postulante ao Planalto —este, porém, poderia estar a caminho do PSD e ainda não tem se apresentado como candidato. “Mas duvido que eu perca para o Pacheco e para o Mandetta em termos de pesquisa”, diz Datena.

Para ele, é possível que o PSL não cumpra com o que teria sido combinado. “Não me atrai muito essa fusão. E, pelo jeito, eles não vão cumprir com o acordo de que, baseado em pesquisa técnica, lançariam o candidato”, comentou, fazendo referência aos números das últimas pesquisas do Datafolha e do Ipec. Datena se filiou ao PSL em julho com o desejo de disputar uma vaga no Senado ou o governo de São Paulo, mas o partido queria colocá-lo como presidenciável.

“O meu ponto de fusão é diferente do deles. Eu, para me tornar gasoso em dois segundos, desapareço e evaporo”, diz. “A responsabilidade toda é deles. Os caras que me convidaram, que me lançaram candidato a presidente da República. A responsabilidade é deles, não é minha.”

Números e cenários

No Datafolha, Datena está apenas em um cenário com Pacheco, com 4% das intenções de voto; Pacheco tem 1%. Seu nome não aparece junto com o de Mandetta, que oscilou entre 3% e 4% em diferentes combinações.

Já no levantamento do Ipec, Datena está à frente de ambos. O jornalista aparece com 3% contra 1% de cada um dos outros dois.

Datena reclama das pesquisas por elas não o colocarem entre os principais candidatos. “Não entendo por que o [João] Doria [, governador de São Paulo,] sai nos cenários anteriores se ele nem venceu as prévias do PSDB ainda. E eu não saio em todos os cenários. E sou lançado candidato do partido”, diz.

“Se eu fosse colocado no primeiro cenário, a coisa mudaria a melhor para mim. Não sei se muito, mas é claro que, analisado numa pesquisa no primeiro cenário, você tem mais chance”, acredita.

De cabeça a vice?

Ele diz que, em pesquisas internas do PSL, seu nome aparece empatado com Ciro Gomes (PDT), que deve disputar o Planalto. Nas últimas semanas, tem sido cogitada a possibilidade de os dois formarem uma chapa, encabeçada por Ciro.

Segundo Datena, o convite partiu de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. Lupi diz que aposta que o jornalista seria uma liderança para atrair o eleitorado de São Paulo, estado com um peso estratégico. “E o Datena pode significar o Ciro no segundo turno.”

“Acharia muito legal ser vice do Ciro”, diz Datena, apostando, que juntos, poderiam encostar na segunda colocação das pesquisas, hoje ocupada por Bolsonaro.

Datena, porém, diz achar difícil essa possibilidade porque o PDT provavelmente tentará alguma coligação para reforçar a candidatura de Ciro. Segundo ele, Lupi indicou a possibilidade de ele disputar o governo de São Paulo pelo PDT.

Datena, porém, indica preferir o Senado. Em meio às movimentações, o jornalista diz que deve definir o que fará até o final do ano. “Mas acho que não posso passar de uma decisão em novembro. Novembro, dezembro, tenho que tomar uma decisão.” (UOL)

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