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Jornal argentino Clarín sofre ataque com coquetéis molotov

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Assim ficou a entrada do prédio do Clarín Foto: Reprodução/Clarín

 A sede do tradicional jornal argentino Clarín, em Buenos Aires, foi atacada durante a noite de segunda-feira com coquetéis molotov por um grupo de pelo menos nove encapuzados, informou o próprio diário. Os ataques foram gravados em câmeras de segurança.

As imagens mostram que ao menos sete artefatos artefatos incendiários foram lançados, atingindo a calçada e parte do hall de entrada. Não houve feridos ou danos materiais significativos. Seis das bombas explodiram sem causar grandes estragos, e uma não detonou e foi recolhida para laudo pericial.

Segundo o Clarín, a equipe de segurança da empresa fez uma denúncia do ataque às 23h05, onde disse que nove homens chegaram a pé e, em frente ao edifício Arte Gráfico Editorial Argentino (AGEA), no bairro de Barracas, acenderam e jogaram coquetéis molotov, que atingiram a calçada e parte do saguão de entrada e causaram o início de um incêndio.

A investigação policial sobre o caso trabalha com a hipótese de “intimidação pública”. Há peritos em vestígios e do esquadrão anti-bomba trabalhando na equipe.

Em comunicado, o Grupo Clarín condenou “uma expressão violenta de intolerância contra um meio de comunicação”.  “Lamentamos e condenamos este grave fato que à primeira vista aparece como uma expressão violenta de intolerância contra um meio de comunicação. Aguardamos seu urgente esclarecimento e punição, disse a nota”.

O presidente argentino, Alberto Fernández, condenou o ataque e pediu que “os fatos sejam esclarecidos e os perpetradores identificados a partir da investigação em andamente”. “Quero expressar nosso repúdio ao episódio ocorrido em frente à sede do jornal Clarín. A violência sempre altera a convivência democrática”, disse o presidente numa rede social.

O vice-editor geral do jornal Ricardo Roa qualificou o incidente como “muito grave” e disse que a preocupação atual é entender quem são os autores, já que eles não deixaram uma identificação.

— É um fato grave. É preciso voltar muito tempo para encontrar um histórico desse tipo de ataques contra a mídia — disse à emissora LN+.

O jornalista também pediu ênfase no repúdio aos ataques violentos.:

— Se não formos claros em condenar a violência de pessoas que ateiam fogo ou possuem armas, em qualquer lugar, seremos coniventes — disse Roa. — A violência deve ser discutida antes, não depois. A Argentina tem uma história trágica de discutir a violência depois [que ela acontece].

O Fórum de Jornalismo Argentino (FOPEA) emitiu um comunicado no qual “repudia veementemente o ataque violento a um edifício do Grupo Clarín na Capital Federal e exige que a Justiça Federal investigue este novo ato de intolerância e intimidação contra o trabalho da imprensa ”.

Na carta, acrescentam: “O Fopea alerta para a gravidade dos acontecimentos ocorridos, que se somam ao atentado que o jornal Río Negro sofreu em março deste ano, e exige uma investigação aprofundada e a condenação dos responsáveis pelo flagrante atentado contra a liberdade de imprensa “.

O Grupo Clarín é o maior conglomerado de mídia da Argentina, e o Clarín é o diário de maior circulação no país. (O Globo, com La Nación)

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