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Blogueira bolsonarista na mira do Twitter

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Bárbara Destefani e Jair Bolsonaro | Reprodu

Alvo de investigação sobre fake news, o perfil da blogueira bolsonarista Bárbara Destefani recebeu verificação do Twitter na virada de ano. O selo azul é concedido a contas que representam ou que estão associadas “a um indivíduo ou marca proeminentemente reconhecida” de acordo com os critérios de notabilidade da plataforma.

O perfil de Bárbara foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes como parte de um mecanismo de criação e divulgação de notícias falsas contra instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro chegou a pedir a quebra de sigilo de identidade do perfil por ser batizado de @Taoquei1 e não levar o nome de Bárbara.

Em maio do ano passado, a blogueira foi recebida pelo presidente, que segue seu perfil no Twitter, no Palácio da Alvorada, poucos dias antes de uma operação contra a rede de desinformação ser deflagrada. Em setembro do ano passado, a conta também foi alvo de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a pedido da Polícia Federal, que determinou a desmonetização de perfis ligados a 11 influenciadores digitais, três veículos de mídia (Terça Livre, Folha Política e Jornal da Cidade Online) e um movimento político (Nas Ruas) apoiadores do presidente, acusados de propagar mensagens falsas sobre o processo eleitoral.

Além de ataques ao STF, com apoio a manifestações antidemocráticas, a página já divulgou peças de desinformação, incluindo compartilhamento de mensagem a favor da utilização da cloroquina no tratamento da Covid-19, medicamento que não funciona contra a doença, e de que a vacina Coronavac tem baixa eficácia. O nome da ativista também é citado no relatório final da CPI da Covid entre blogueiros que ajudaram a disseminar desinformação durante a pandemia.

Em nota, o Twitter afirmou que não comenta verificações caso a caso. “Fizemos uma revisão da nossa política e recentemente anunciamos a abertura do processo de solicitação para verificação de perfis. Com a atualização, as pessoas podem submeter solicitações e, caso atendam aos critérios de acordo com a política, o selo é concedido”, complementou.

Pesquisadores alertam para a diferença de tratamento dado pelo Twitter ao combate à desinformação no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo. Enquanto a plataforma permite que usuários americanos denunciem mensagens falsas sobre Covid-19, o serviço ainda não está disponível no país.

— A verificação é problemática por vários motivos. É uma ativista bolsonarista acusada pelo TSE de espalhar fake news. Ela também posta constantemente tuítes que lançam dúvida sobre a eficácia da vacina contra Covid-19 e referências a mortes de pessoas por mal súbito, associado isso a vacinas. Por mais que o Twitter fale que não é um endosso, sabemos que a verificação é percebida pelos usuários como uma validação. O Twitter fala que está combatendo desinformação, principalmente em tempos de pandemia, mas ele não ajuda ao validar um perfil que trabalha prontamente para colocar em dúvida as vacinas — diz o professor do Departamento de Estudos de Mídia da Universidade da Virgínia, nos EUA, David Nemer.

Outro episódio recente que gerou críticas ao Twitter ocorreu em dezembro. No dia 10 do mês passado, a hashtag #SomosTodosNaoVacinados estrou na lista de assuntos mais comentados da plataforma. Embora a tag tenha registrado também comentários críticos ao conteúdo, a campanha começou como espaço de mobilização contrária à vacinação contra a Covid-19. Na época, o Twitter enviou a seguinte nota ao Sonar: “O Twitter atua em conteúdos enganosos relacionados a Covid-19 com base em suas regras. É importante dizer que essa política foi criada para fazer frente ao potencial de dano, no mundo offline, de informações enganosas ou questionáveis publicadas na plataforma. É sob essa ótica que os conteúdos são analisados para que sejam tomadas as medidas cabíveis”. (Marlen Couto/O Globo).

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