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Moro pede 3ª via unificada

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O pré-candidato Sergio Moro durante evento do Podemos, em São Paulo - Adriano Vizoni - 26.Jan.2022/Folhapress

O‌ ‌pré-candidato‌ ‌à‌ ‌Presidência‌ ‌da‌ ‌República‌ ‌Sergio‌ ‌Moro‌ ‌(Podemos)‌ ‌defendeu‌ ‌nesta terça-feira (22) a‌ ‌união‌ ‌urgente‌ ‌dos‌ ‌candidatos‌ ‌da‌ ‌chamada‌ ‌terceira e acenou ao‌ ‌governador‌ ‌de‌ ‌São‌ ‌Paulo‌ ‌e‌ ‌presidenciável‌ ‌João‌ ‌Doria‌ (PSDB). O ex-juiz da Lava Jato ‌destacou‌ ‌que‌ ‌as‌ ‌pesquisas‌ ‌mostram‌ ‌que ele seria o representante‌ ‌do‌ ‌grupo‌ ‌com‌ ‌mais‌ ‌chance‌ ‌de‌ ‌vencer‌ ‌as‌ ‌eleições.‌ ‌Portanto, por ora, descarta desistir da disputa. ‌

“Eu‌ ‌estou‌ ‌em‌ ‌terceiro‌ ‌lugar‌ ‌desde‌ ‌que‌ ‌coloquei‌ ‌nessa‌ ‌posição‌ ‌de‌ ‌pré-candidato,‌ ‌então‌ ‌não‌ ‌faz‌ ‌sentido‌ ‌eu‌ ‌abdicar‌ ‌da‌ ‌minha‌ ‌pré-candidatura‌ ‌se‌ ‌ela‌ ‌é‌ ‌com‌ ‌maior‌ ‌potencial‌ ‌de‌ ‌vencer‌ ‌esses‌ ‌extremos.‌ ‌Mas‌ ‌a‌ ‌gente‌ ‌tem‌ ‌que‌ ‌tratar‌ ‌isso‌ ‌com‌ ‌bastante‌ ‌humildade”,‌ ‌disse‌ ‌Moro‌, ‌durante‌ ‌evento‌ ‌do‌ ‌banco‌ ‌BTG‌ ‌Pactual‌.‌‌

Ao‌ ‌ser‌ ‌questionado‌ ‌se‌ ‌abriria‌ ‌mão‌ ‌de‌ ‌sua‌ ‌pré-candidatura‌ ‌por‌ ‌outro‌ ‌candidato,‌ ‌Moro disse‌ ‌que‌ ‌há‌ ‌vários‌ ‌nomes‌ ‌reformistas‌ ‌que‌ ‌se‌ ‌colocam‌ ‌na‌ ‌disputa,‌ ‌citando‌ ‌Doria,‌ ‌que‌ ‌estava‌ ‌na‌ ‌plateia‌ ‌e‌ ‌falaria‌ ‌no‌ ‌mesmo‌ ‌evento‌ ‌na‌ ‌sequência.‌ ‌ ‌

“Tá‌ ‌aqui‌ ‌o‌ ‌governador‌ ‌Doria,‌ ‌que‌ ‌tem‌ ‌essa‌ ‌mesma‌ ‌visão.‌ ‌Então,‌ ‌acho‌ ‌muito‌ ‌factível‌ ‌que‌ ‌nós‌ ‌possamos‌ ‌nos‌ ‌unir‌ ‌em‌ ‌algum‌ ‌momento‌ ‌desse‌ ‌ano‌ ‌para‌ ‌enfrentar‌ ‌esses‌ ‌extremos”,‌ ‌afirmou,‌ ‌no‌ ‌que‌ ‌foi‌ ‌aplaudido‌ ‌pelo‌ ‌público‌ ‌de‌ ‌empresários.‌ ‌ ‌

O pré-candidato aproveitou‌ ‌ainda‌ ‌para‌ ‌destacar‌ ‌outras‌ ‌semelhanças‌ ‌entre‌ ‌ele‌ ‌e‌ ‌o‌ ‌tucano,‌ ‌dizendo‌ ‌que‌ ‌ambos‌ ‌foram‌ ‌atacados‌ ‌por‌ ‌extremistas:‌ ‌Doria,‌ ‌por‌ ‌defender‌ ‌as‌ ‌vacinas,‌ ‌e‌ ‌ele,‌ ‌por‌ ‌combater‌ ‌a‌ ‌corrupção.‌ ‌

De‌ ‌forma‌ ‌recorrente‌ ‌em‌ ‌seu‌ ‌discurso,‌ ‌o‌ ‌ex-ministro‌ ‌da‌ ‌Justiça‌ ‌do‌ ‌governo‌ ‌do‌ ‌presidente‌ ‌Jair‌ ‌Bolsonaro‌ ‌(PL)‌ ‌disse‌ ‌que‌ ‌deixou‌ ‌o‌ ‌cargo‌ ‌por ‌não‌ ‌ter‌ ‌concordado‌ ‌com‌ ‌o‌ ‌fato‌ ‌de‌ ‌o‌ ‌mandatário‌ ‌abandonar‌ ‌a‌ ‌agenda‌ ‌contra‌ ‌a‌ ‌corrupção‌ ‌e‌ ‌mencionou‌ ‌que‌ ‌foi‌ ‌sabotado‌ ‌por‌ ‌ele‌ ‌ao‌ ‌tentar‌ ‌avançar‌ ‌na‌ ‌pauta.‌ ‌ ‌

O‌ ‌presidenciável‌ ‌também‌ ‌afirmou‌ ‌que‌ ‌os‌ ‌candidatos‌ ‌do‌ ‌campo‌ ‌já‌ ‌deveriam‌ ‌estar‌ ‌unidos‌ ‌e‌ ‌que‌ ‌essa‌ ‌é‌ ‌uma‌ ‌questão‌ ‌urgente.‌ ‌ ‌

“A‌ ‌gente‌ ‌precisa‌ ‌realmente‌ ‌buscar‌ ‌essas‌ ‌união‌ ‌entre‌ ‌os‌ ‌todos‌ ‌os‌ ‌candidatos‌ ‌desse‌ ‌centro‌ ‌democrático‌ ‌ou‌ ‌nós‌ ‌vamos‌ ‌cair‌ ‌nas‌ ‌garras‌ ‌dos‌ ‌extremos‌ ‌e‌ ‌acho‌ ‌que‌ ‌não‌ ‌temos‌ ‌tempo‌ ‌a‌ ‌perder”,‌ ‌concluiu.‌ ‌ ‌

Doria, que falou em seguida para a plateia de empresários e executivos do setor financeiro, também defendeu a união da terceira via e admitiu que poderia apoiar outro candidato se isso fosse necessário para quebrar a polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Bolsonaro, que estão à frente nas pesquisas.

Na opinião de Doria, esse movimento de unificação das candidaturas deve ser feito no futuro. Por enquanto, o governador pregou que ele, Moro e Simone Tebet (MDB) mantenham suas candidaturas.

“Se lá adiante eu tiver que oferecer meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia, do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil”, disse.

“Todos os que estão participando têm que manter a candidatura até o esgotamento do diálogo pelos líderes partidários”, completou.

O governador ressaltou que o PSDB, União Brasil e o MDB, de Tebet, estão em conversas avançadas para a formação de uma federação e de uma candidatura única.

Doria afirmou que o Podemos, de Moro, está fora desse diálogo, mas que ele mantém um canal de comunicação com o ex-juiz e que poderia também haver entendimento para unificação.

“Estamos na mesma linha, no mesmo objetivo e no mesmo campo”, disse Doria sobre Moro.

Doria minimizou sua taxa de rejeição no eleitorado e as resistências a sua candidatura, que partem até do PSDB, e relembrou as dificuldades de sua campanha vitoriosa em 2016. Na avaliação do tucano, os debates podem ajudar a população a reconhecer sua gestão.

O governador também criticou Geraldo Alckmin (sem partido), que já foi seu padrinho político, por aceitar formar chapa com Lula. Doria ainda defendeu a preocupação social do seu governo e disse ser necessário o enfrentamento à pobreza para fazer um contraponto ao discurso da esquerda.

No último Datafolha, divulgado em dezembro, Moro aparecia com 9% das intenções de voto, enquanto Doria tinha alcançado 4% e Ciro Gomes (PDT), 7%. O cenário é liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, isolado com 48%, enquanto Bolsonaro tinha a preferência de 22%.

Pesquisa da CNT em parceria com o Instituto MDA divulgada nesta segunda-feira (21), Moro recuou 2,5 pontos percentuais em relação ao levantamento de dezembro e registrou 6,4% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Ciro, com 6,7%, que oscilou positivamente. Doria registrou 1,8% na mesma pesquisa.

No último dia 15, os presidentes de MDB, União Brasil e PSDB se reuniram e admitiram retirar nomes colocados na disputa pela Presidência para construir uma candidatura única. Uma ala da União Brasil —que segue sem pré-candidaturas na disputa ao Planalto— não quer que o partido apoie a candidatura de Moro. (Géssica Brandino e Carolina Linhares/Folha de S. Paulo).

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