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Em festival de cem anos do PCdoB, ex-presidente criticou a alta no preço dos combustíveis, ao dizer que Bolsonaro 'joga a conta na Ucrânia e nas costas do trabalhador'

Dois dias depois de pesquisa Datafolha mostrar recuperação do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, no “Festival Vermelho”, evento de comemoração do aniversário de cem anos do PCdoB, que a eleição não será fácil. Ele aproveitou para atacar o atual titular do Palácio do Planalto, cobrando investigação do suposto esquema de “rachadinha” e criticando também a alta do preço dos combustíveis.

O levantamento do instituto, divulgado na quinta-feira, mostrou Bolsonaro com um desempenho superior ao que vinha registrando em rodadas anteriores, chegando a 26% das intenções de voto. Lula se manteve na liderança com 43%.

Em seu discurso, no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, Lula falou da importância de eleger uma bancada aliada no Congresso e afirmou que, caso isso não aconteça, seu eventual governo, se eleito, vai ficar “fragilizado”.

— Não vai ser uma tarefa fácil. Não basta votar no Lula. É importante ter em conta o que está acontecendo no Brasil. Temos que eleger deputados e deputadas, senadores e senadoras. Se a gente não fizer isso, vamos ficar fragilizados. Respeito muito a Câmara dos Deputados, sei que é importante o papel que ela desempenha. Agora, nas eleições de 2018, ela foi um assalto. De mentira e de fake news — declarou o petista.

Ao citar o Congresso, Lula também criticou o chamado orçamento secreto, pelo qual não há transparência sobre a indicação de recursos por parlamentares, e questionou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

— Se não fosse vergonha, não seria secreto. Se é honesto, por que o presidente da Câmara não publica? — completou.

Já em clima de campanha, o ex-presidente foi enfático ao criticar Bolsonaro e lembrou até de Fabrício Queiroz, suspeito de operar um esquema de recolhimento de parte dos salários de funcionários do gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na época em que era deputado estadual no Rio. Lula disse que “até agora o seu Queiroz não foi prestar depoimento e a rachadinha não foi investigada”.

O petista questionou ainda a política de preços adotada pela Petrobras, que regula o preço dos combustíveis no Brasil segundo a variação do mercado internacional. Em meio à alta no setor, Lula voltou a criticar Bolsonaro e disse que o atual presidente “joga a conta na Ucrânia e nas costas do trabalhador brasileiro, que ganha em real”, antes de afirmar que, caso eleito, vai “abrasileirar o preço do combustível”.

O ex-presidente também fez referência ao esforço de Bolsonaro para tentar conquistar o eleitorado de baixa renda. O atual chefe do Planalto transformou o Bolsa Família, legado do governo Lula, em Auxílio Brasil, com benefício de R$ 400. Ao lembrar dos programas sociais criados nos governos petistas, ele fez uma provocação aos que estavam assistindo.

— Se você entrar em algum programa de pegar dinheiro, pegue. Pegue o dinheiro e depois vote em nós. (Lucas Mathias/O Globo).

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