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Bolsonaro entra ao vivo e enaltece apoiadores em ato contra STF e TSE na Paulista

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Bolsonaro participou de ato de 1º de maio em Brasília a favor do governo e contra o STF (Foto: Cristiano Mariz)

presidente Jair Bolsonaro (PL) participou em vídeo neste domingo (1º) de ato na avenida Paulista, em São Paulo, recheado de ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Bolsonaro fez rápido discurso no qual enalteceu seus apoiadores e disse dever “lealdade a todos vocês” e que irá “onde vocês estiverem”. Ele falou ainda em “liberdade” e repetiu ser o chefe de um governo que “acredita de Deus” e que “respeita os militares, defende a família e deve lealdade a seu povo”. Ele falou de novo que o “bem sempre vence o mal” e finalizou: “Deus, pátria e família”.

Bolsonaro participou de forma virtual, ao vivo em vídeo, direto do Palácio da Alvorada, em Brasília. Na Paulista, manifestantes exibiam cartazes e faixas contra o Poder Judiciário. “Bolsonaro exerça seu poder constitucional”, “Tribunal Superior Eleitoral é um partido político inimigo do Brasil” e “juízes da Suprema Corte dão suporte a ladrões corruptos e criminosos do Brasil” eram algumas das frases.

Outros pediam o impeachment dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Moraes foi ainda chamado de “Xandão” por manifestantes que pediam a sua saída do Supremo.

Palavras contra STF, TSE e gritos antidemocráticos marcaram os discursos de quem estava nos caminhões da organização do ato na avenida. Em diversos momentos a Polícia Militar e o Exército brasileiro foram exaltados pelos manifestantes.

Foi de um carro de som na avenida Paulista, no 7 de Setembro do ano passado, que Bolsonaro exortou desobediência a decisões judiciais e xingou o ministro Alexandre de Moraes,do STF, relator de inquéritos que têm como alvo o presidente e seus aliados.

Antes disso, em abril de 2020, o inquérito dos atos antidemocráticos foi aberto no STF a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para investigar aliados do presidente envolvidos com as manifestações que defendiam o fechamento do Supremo e do Congresso, além da volta da ditadura militar.

Pela manhã, em Brasília, Bolsonaro foi a ato contra o Supremo. A manifestação foi esvaziada, enchendo menos de uma quadra da Esplanada dos Ministérios. O presidente ficou por cerca de dez minutos e cumprimentou apoiadores.

“[Vim] cumprimentar o pessoal que está aqui na manifestação pacífica em defesa da Constituição, da democracia, e da liberdade. Então parabéns a todos de Brasília, bem como todos brasileiros que hoje estarão nas ruas”, disse em live aberta em suas redes sociais.

Aliados do presidente defendiam que ele não participasse dos atos neste domingo, por temor de discursos radicalizados que possam acentuar a crise entre os Poderes. Mesmo sem discurso, Bolsonaro marcou presença em um ato incentivado por ele e que tem objetivo atacar um outro Poder.

Já integrantes do Legislativo e do Judiciário, com ou sem a presença do chefe do Executivo, temiam que as manifestações possam reeditar os atos de raiz golpista de 7 de Setembro do ano passado. Em Brasília, havia cartazes com pedidos para destituição de todos os ministros do Supremo.

Um dia antes, Bolsonaro usou um evento oficial em Uberaba (MG) para convocar seus aliados a participarem dos atos convocados para este domingo, 1º de Maio.

Em recado direto ao STF, o presidente disse: “[Aqueles] que, porventura, irão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo. Que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade.”

Na última sexta-feira, Bolsonaro havia modulado o discurso de crítica ao Supremo. Em entrevista à rádio Metrópole, de Cuiabá, disse que não quer peitar a corte, mas afirmou que ela cometeu excesso.

Já ministros do STF, após a nova ofensiva do presidente com ataques ao Judiciário e ao sistema eleitoral, reagiram em série em defesa das urnas e das instituições democráticas e contra pressões políticas na corte.

As declarações ocorrem depois de dias de silêncio ou discrição dos magistrados em meio à tensão entre os Poderes, desencadeada pelo indulto concedido por Bolsonaro a Silveira após sua condenação pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão e agravada por falas do ministro Luís Roberto Barroso sobre as Forças Armadas, rebatidas pelo Ministério da Defesa. (Victoria Azevedo e Fábio Zanini/Folha de S. Paulo).

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