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Simone enfrenta dificuldades para montar palanques até com o MDB

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Nem o padrinho político André Puccinelli quer dar palanque a Simone Tebet (foto: arquivo)

Empenhada em viabilizar a candidatura à Presidência da República pelo autoproclamado centro democrático, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrenta dificuldades para montar palanques com seu próprio partido, o MDB, e vê o parceiro PSDB cada vez mais distante em alguns estados considerados estratégicos. O União Brasil, liderado pelo pré-candidato da legenda na corrida presidencial, Luciano Bivar, começa a ocupar o espaço que, até então, estava separado para os emedebistas.

Nos principais colégios eleitorais do país, a senadora passará pelo constrangimento de dividir palanque não só com Bivar, mas com os outros candidatos que estão à frente dela nas pesquisas, como o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O último sinal de advertência veio do Rio Grande do Sul, onde o ex-governador tucano Eduardo Leite declarou apoio à candidatura de Bivar à Presidência em troca da presença do União Brasil na coligação ao governo estadual. Por causa da demora do MDB gaúcho de ratificar a aliança com o PSDB, Leite ofereceu a vaga de vice na chapa dele ao União Brasil, em acordo selado na sexta-feira, em Porto Alegre. “Luciano Bivar terá nosso vivo apoio, terá nosso palanque à disposição”, declarou o ex-governador, ao anunciar a aliança.

O ingresso do partido de Bivar no palanque de Leite põe em risco a aliança nacional da terceira via. Uma das exigências do PSDB para formalizar a coligação é, justamente, o apoio do MDB gaúcho ao ex-governador tucano. Mas o partido de a senadora do MS insiste em manter candidatura própria, com o deputado estadual Gabriel Souza.

Mesmo que o MDB decida partir em voo solo, Simone não será aclamada pelo seu próprio partido em terras gaúchas. Para o primeiro turno, a agremiação está dividida está dividida entre grupos que apoiam a reeleição de Leite e a ala que prega apoio ao presidente Jair Bolsonaro, liderada pelo ex-ministro Osmar Terra. Essa ala deve reforçar os palanques bolsonaristas no estado, com Onyx Lorenzoni (PL) e Luís Carlos Heize (PP) na corrida ao Palácio Piratini.

Em São Paulo, principal colégio eleitoral do país, o PSDB também atraiu o União Brasil ao palanque do governador Rodrigo Garcia, que tenta permanecer no cargo, tendo como vice um nome indicado pelo novo aliado. Ao anunciar o ingresso do União Brasil na sua base de apoio, Garcia declarou que o palanque paulista estará aberto tanto a Tebet quanto a Bivar. Ao contrário da situação no Rio Grande do Sul, em que os comandos nacionais de MDB e PSDB trabalham pela viabilidade da coligação entre as duas legendas, em São Paulo, o acordo com o União Brasil teve a bênção dos presidentes do PSDB, Bruno Araújo (PE), e do MDB, Baleia Rossi (SP).

Mesmo em Mato Grosso do Sul, o palanque do MDB não assegura exclusividade. O presidente Baleia Rossi reuniu-se, na semana passada, com o pré-candidato da legenda, André Puccinelli, que ainda está construindo o arco de alianças para disputar o governo estadual. Puccinelli avisou que, dependendo dessas negociações, abrirá o palanque dele para outros pré-candidatos à Presidência. No estado, foi impossível unir MDB e PSDB. Os tucanos sul-matogrossenses fecharam com Eduardo Riedel, que apoia a reeleição de Bolsonaro.

Tebet tem percorrido o país para se tornar mais conhecida, mas, em cada escala, encontra o terreno já loteado. Na sexta, ele visitou o Espírito Santo, onde o MDB apoia a reeleição do governador Renato Casagrande, do PSB, que, por sua vez, abrirá seu palanque apenas para Lula. A anfitriã de Tebet no estado foi a senadora Rose de Freitas (MDB).

Depois de se encontrar com Casagrande, Tebet reconheceu que enfrenta divisões em seu próprio partido e que, por isso, terá que se contentar com palanques duplos. “Não temos a unanimidade do partido, mas teremos a unidade na convenção. Estaremos, sim, sem nenhum problema, dividindo palanques nos estados”, admitiu Simone.

Nordeste

A maior dificuldade da pré-candidata do Mato Grosso do Sul, porém, será encontrar palanque disponível na Região Nordeste e nos dois maiores colégios eleitorais do Norte. Maranhão, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Amazonas e Pará já fecharam com Lula. As lideranças se opuseram à formação da chapa da terceira via, com PSDB e Cidadania, e foram liberados pela Executiva Nacional para fazer as alianças que julgarem adequadas diante das realidades locais. O senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), são os principais líderes da dissidência do MDB pró-Lula. (Vinicius Doria/Correio Braziliense).

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