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O assassinato de Marielle e o “pacto” de poder militar

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Jair Bolsonaro e o general Eduardo Villas-Bôas em evento no Planalto. Créditos: Foto: Isac Nóbrega/PR

Em mais um artigo do projeto Xadrez da ultradireita mundial à ameaça eleitoral, o jornalista Luis Nassif relaciona o assassinato de Marielle Franco em 2018 a um pacto que estava sendo costurado entre militares para retomar o poder, que resultou na eleição de Jair Bolsonaro (PL) com o impedimento de Lula (PT) entrar na disputa.

Segundo Nassif, após o golpe contra Dilma Rousseff (PT) houve um pacto entre Michel Temer (MDB), Supremo Tribunal Federal (STF) e Forças Armadas para “introduzir as FFAAs no jogo político”.

O pacto permitiu que o general Walter Braga Netto – hoje vice na chapa à reeleição de Bolsonaro – fosse alçado ao comando da intervenção militar no Rio de Janeiro.

“Não havia nenhuma justificativa para dois pontos centrais. Primeiro, o álibi da segurança nacional. Por mais que o Rio estivesse imerso em caos, nem de longe se poderia falar em ameaça à segurança nacional. Segundo, o fato do comando ter sido entregue a um general, afrontando a própria Constituição – que determinava claramente que o comando de qualquer GLO deveria ser civil”, diz Nassif.

No entanto, uma ala dos militares, com General Hamilton Mourão – à época presidente do Clube Militar – era adepta a uma nova intervenção militar no país. Jair Bolsonaro fazia parte dessa ala, mas aos poucos foi surgindo como um nome para encampar uma solução mais branda, por meio do voto, que tinha como defensor o general Eduardo Villas Bôas.

Para Nassif, o assassinato de Marielle por Ronnie Lessa – ex-PM que buscava no Google políticos que seriam contra a intervenção no estado, sendo a vereadora o principal – selou o pacto entre os dois grupos.

“Coincidência ou não, o atentado que vitimou Marielle tinha por objetivo central o comprometimento da intervenção. No meio do caminho, no entanto, Bolsonaro vai gradativamente se tornando uma alternativa viável para as eleições. É celebrado, então, o pacto entre os dois grupos, que torna Braga Netto MInistro-Chefe da Casa Civil”, diz Nassif.

Além de Bolsonaro e Braga Netto, Villas Bôas cita uma terceira figura que foi primordial para consolidar o golpe – com o retorno dos militares ao Planalto – em seu discurso de despedida como comandante das Forças Armadas.

“Dois mil e dezoito foi um ano rico em acontecimentos desafiadores para as instituições e até mesmo para a identidade nacional. Nele, três personalidades destacaram-se para que o “Rio da História” voltasse ao seu curso normal. O Brasil muito lhes deve. Refiro-me ao próprio presidente Bolsonaro, que fez com que se liberassem novas energias, um forte entusiasmo e um sentimento patriótico há muito tempo adormecido. Ao ministro Sergio Moro, protagonista da cruzada contra a corrupção, e ao general Braga Netto, pela forma exitosa com que conduziu a intervenção federal no Rio de Janeiro”. (Plínio Teodoro/Revista Fórum).

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