16/02/2010 – 12:02
Foto: do seu Joaquim, do Kanashiro, do Shimizu ou do Armorial
Este japonês cabeludo aí da foto, com um cigarro na boca, é Mario Takeshi Ino, filho do velho Ino, “afiador” das Serrarias Brasil e Continental (Massago e Iguma, respectivamente), e meu amigo de infância dos bons tempos da Cabeceira Alegre. Sentados, à sua frente, da direita para esquerda, o folclórico Miguita, Osvaldo Béia, o blogueiro, Nelson e Romualdo. Quera em matemática, nem bem terminado o ginásio, Takeshi se mudou para São Paulo, de onde, nesses anos todos, retornou apenas duas vezes. A primeira, nesta noitada de carnaval, no velho Clube Nipônico da Toshinobu Katayama; a segunda, passados muitos anos, depois de me descobrir pela internet, já aqui, na bat-caverna, onde busco colaborar com os poderosos de plantão através destes modestos e despretensiosos textos.
Quinze dias atrás recebo um e-mail de Takeshi, que ainda mora em São Paulo, mas trabalha no Rio de Janeiro. Certamente entediado com a Ponte-Aérea e assustado com as enchentes, avisava que estava chegando, com a esposa e mais um casal de amigos, para conhecer Bonito e curtir pelo menos uma noite de carnaval em Dourados. Desapontado, respondi sua missiva, sugerindo que esticasse a permanência em Bonito, pois aqui, carnaval, nem pensar. A menos que quisesse passar o carnaval em Fátima do Sul, ou com Cristo, no ginásio Ulysses Guimarães.
Nesta madrugada, depois de assistir pela TV o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, onde a “douradense” Luiza Brunet havia brilhado à frente da bateria da Imperatriz Leopoldinense, na noite anterior, fui dormir esperançoso, depois de tantas críticas dos comentaristas à mesmice que tomou conta da passarela do samba, exatamente pela falta de samba no pé da maioria das escolas. Como todos respaldavam o texto de domingo de Carlos Heitor Cony, na Folha de S. Paulo, cheguei à conclusão de que, nesta toada, não demora e teremos de volta os memoráveis bailes de salão, ou até mesmo o carnaval de rua, como já aconteceu em Dourados, quando os componentes do bloco da Geni, nos efêmeros momentos de êxtase provocados pelo lança-perfume, soltavam a franga em plena Marcelino Pires, refestelando-se ao lado de Pinguços e Sakudos, entre outros blocos que marcaram o carnaval da época.
A coisa ia tão bem que Dourados teve até um embrião de escolas de samba. Mas eram outros tempos, os bons tempos de Zé Elias prefeito, de Roberto Razuk deputado.
Pena que meu amigo Takeshi, o japonês que gosta de sambar no pé, tenha acreditado na promessa do Valdecir, de um grande carnaval em 2010. O prefeito só não falou que estava brincando, não o carnaval, mas com mais de mil palhaços (que ficaram plantados) no salão.