8.4 C
Dourados
sábado, maio 31, 2025

Peluffo “estupra mas não mata” Novaes

- Publicidade -

26/09/2012 – 10:09

A desgraça que se abateu sobre Paulo Salim Maluf, estancando sua obstinada corrida rumo ao Palácio do Planalto, pode ser atribuída muito mais àquela que entraria para os anais da história como a mais infeliz das frases – “quer estuprar, estupra, mas não mata” – já pronunciadas por um político brasileiro do que, propriamente, pelo seu extenso histórico de corrupção como prefeito e governador de São Paulo. Depois disso, também concorrendo ao Planalto, Ciro Gomes perdeu uma grande chance de ficar calado, e de ganhar a eleição, ao dizer que o papel de sua então mulher, a atriz Patrícia Pilar, como primeira dama da República, seria o de dormir com ele. Neste quesito de bicudas históricas até o sociólogo FHC andou pisando nos tomates, num escorregão leve, mas que exigiu muita ginástica retórica para explicar o que significava exatamente o “pezinho na cozinha” com o qual tentou se gabar como afrodescendente.

Quando tudo caminhava para um acordo (alinhavado pelo senador Delcídio do Amaral depois de mais de três horas de conversações com o prefeito Flávio Kayatt, em sua residência), para o apoio, mesmo que “branco” de Ludimar Novaes (foto) a Hélio Peluffo à prefeitura de Ponta Porã, o caldo entornou depois da surpreendente ascensão do candidato apoiado pelo senador na última pesquisa do Ibope. Até então apontado pelo mesmo Ibope como líder das pesquisas, e, no desespero, orientado pelo núcleo de sua campanha ligado ao governo do Estado, Peluffo reagiu à “encostada” do pretendido aliado com acusações “apócrifas” de que, como vereador, Novaes liberou verbas oficiais a terreiros de macumba. Peluffo só se esqueceu de que vereador apenas sugere a destinação desse tipo de verba de gabinete. Quem as libera, de fato e de direito, é o prefeito, ou seja, seu próprio patrão Kayatt.

Pior que frases mal colocadas, nesta reta de chegada que promete ser uma das mais quentes de todas as campanhas eleitorais em Ponta Porã, o episódio é resultado de estratégias precipitadas e conceitos equivocados. Com isso, recolocam-se as coisas em seus devidos lugares, já que o grande beneficiado por toda esta lambança está sendo o candidato Álvaro Soares, sempre tido como favorito, pelo menos até a entrada em operação da sempre azeitadíssima máquina política da prefeitura, e que voltou a acreditar na vitória, apostando todas suas fichas nos últimos programas do horário eleitoral e, principalmente, no debate da TV Morena. Segundo a assessoria de Soares ainda há um baú de “novidades”, principalmente para Hélio Pelufo Filho e seu padrinho. A estratégia é mostrar todos os podres do candidato chapa-branca, o único remanescente das operações de corrupção que escandalizaram o Estado dois anos atrás a pôr a cara a tapa nesta eleição. “Nem precisamos mais nos preocupar em “quebrar o pé” de Ludimar”, diz um coordenador de Álvaro Soares, referindo-se à providencial ajuda da equipe de Peluffo.

Novaes assimilou o golpe e perdeu a grande oportunidade de sair do canto do ringue eleitoral ao ganhar, mas não saber aproveitar, um direito de resposta concedido pela Justiça Eleitoral no programa do adversário. Pior, ao tentar se justificar sentou em cima da titica espalhada por Peluffo, colocando pais de santo, macumbeiros, umbandistas e espíritas no mesmo balaio.

O panfleto “apócrifo” escancarando a intolerância religiosa repercutiu nas redes sociais, onde Ludimar Novaes é, pejorativamente, apresentado como pai de santo. Em papel cuchê, a “linha editorial” é a mesma das peças publicitárias da campanha oficial. Tão bem feito que foi mostrado no programa de televisão, claro, de Peluffo. E, por coincidência, o filho de sua candidata a vice, Lourdes Monteiro, é apontado como um dos responsáveis pela distribuição do material que pode causar uma reviravolta na corrida eleitoral em Ponta Porã.

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Últimas Notícias

- Publicidade-