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Morre aos 84 Colin Powell, 1º secretário de Estado negro dos EUA

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18/10/2021 – 09h31

Militar que ajudou a definir política externa americana faleceu devido a complicações decorrentes da Covid

Colin Powell, primeiro secretário de Estado negro dos EUA e ex-chefe do Estado Maior Conjunto, morreu na manhã desta segunda-feira (18) devido a complicações decorrentes da Covid-19, segundo mensagem da família do militar publicada no Facebook. Ele tinha 84 anos.

No comunicado, os parentes do militar informam também que Powell estava completamente vacinado contra a doença e agradecem à equipe médica do hospital militar Walter Reed. “Perdemos um inesquecível e amoroso marido, pai, avô e um grande americano.”

Nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra a Covid-19, assim como acontece com qualquer outra doença ou tratamento de saúde. Em geral, sua proteção é maior para impedir quadros graves, hospitalizações e mortes, mas a proteção pode ser consideravelmente menor para a transmissão ou infecção assintomática. Assim, mesmo indivíduos vacinados podem contrair o vírus, adoecer e morrer, embora em frequência muito menor do que os não vacinados.

Powell foi uma das figuras negras mais importantes dos EUA em décadas. Ele foi nomeado para cargos importantes por três presidentes republicanos, nos quais ajudou a moldar os rumos da política externa americana, e alcançou o topo do Exército enquanto se recuperava da Guerra do Vietnã, em que foi ferido.

Durante o governo de Ronald Reagan, Powell foi conselheiro de segurança nacional de 1987 a 1989. Como general de quatro estrelas do Exército, foi chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas —o mais jovem e também o primeiro negro no cargo— no governo de George H.W. Bush durante a Guerra do Golfo, em 1991, na qual as forças lideradas pelos EUA expulsaram tropas iraquianas do Kuwait.

Mais tarde serviu como secretário de Estado de George W. Bush, o que, à época, o tornou o afroamericano com o maior cargo no alto escalão do governo americano. Na linha de sucessão presidencial, ele ocupava a quarta posição.

“Acho que isso mostra ao mundo o que é possível neste país”, disse Powell, diante dos senadores durante a audiência de confirmação de sua indicação ao cargo. “Se vocês acreditam nos valores que defendem, podem ver coisas tão milagrosas quanto eu sentado diante de vocês para receber essa aprovação.”

Powell também era frequentemente mencionado por uma apresentação controversa em 5 de fevereiro de 2003, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, o então chefe da diplomacia americana argumentou a favor das afirmações de Bush segundo as quais o ditador iraquiano Saddam Hussein (1837-2006) constituía um perigo iminente para o mundo devido aos seus supostos estoques de armas químicas e biológicas .

Powell admitiu mais tarde que a apresentação estava repleta de imprecisões e informações distorcidas fornecidas por membros do governo Bush. Para ele, o episódio representou “uma mancha” que sempre faria parte do seu histórico.

Um republicano moderado e pragmático, Powell recebeu um convite para tentar se tornar o primeiro presidente negro dos EUA em 1996. À época, sua popularidade estava em alta devido ao sucesso da investida militar no Golfo, mas as preocupações com sua segurança, expressas principalmente por sua esposa Alma, o fizeram rejeitar a proposta.

Em 2008, ele rompeu com seu partido para apoiar o democrata Barack Obama, que se tornou o primeiro afroamericano eleito para a Casa Branca. Na ocasião, seu endosso à candidatura de Obama representou um impulso significativo, já que Powell era um dos homens negros mais bem-sucedidos do país.(FSP)

O ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell durante evento na Casa Branca, em Washington - Jim Watson - 18.jul.11/AFP

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