30/10/2021 – 10h06
Orlando Loureiro
Essa máxima carrega muitas verdades! A humanização do jornalismo é um caminho sem volta, felizmente. Quantas vezes ao conduzir um jornal ao vivo seguramos o choro, como se chorar naquele momento fosse sinal de fraqueza. Como se fizesse parte da postura do jornalista conter, obrigatoriamente, suas emoções.
A pandemia nos trouxe aprendizados profundos sobre as relações humanas, mas, especialmente, nos mostrou a importância da sensibilidade. Jornalistas de todo o país viveram o momento em que a necessidade de reafirmar nosso compromisso com a informação falou mais alto. Mais alto do que nossos medos: o de adoecer, de contaminar a família, daquilo que nos torna vulneráveis e impotentes. E falo aqui do combate a esse misterioso e mortal vírus. Ao contar histórias difíceis, sentimos. Ao contar histórias felizes, também sentimos. O choro vem para quem assiste, por que não viria para quem conta?
Emoção humaniza o jornalismo, e nós precisamos disso. Cesar Tralli se emocionou na despedida do SP1. Bruna Mendes, da TV Morena, chorou ao trazer, mais uma vez, os terríveis números de casos e internações no pico da pandemia. Leandro Trindade, da TV Centro América, chorou ao contar a história da família que se uniu para realizar os sonhos da menina com câncer que desejava conhecer o santuário de Aparecida e ver os pais se casando. E como não se emocionar diante de realidades tão diversas? A empatia, tão necessária nesses tempos, é o outro nome para a capacidade de sentir a dor do outro.
A postura de um jornalista vai além da emoção. Postura é valor, hombridade, firmeza e compromisso com o que é correto, com o conteúdo que levamos ao telespectador, ouvinte, leitor. A emoção nos aproxima de quem está do outro lado, e essa troca é mais que positiva, é construtiva.
O choro é um componente da emoção humana. A verdade é o TODO no exercício do jornalismo.
* Diretor de Jornalismo e Esporte MS/MT na empresa Rede Matogrossense
Anterior: TV Globo e Rede Anhanguera de Televisão