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sábado, maio 31, 2025

Cultura de Bolsonaro é conduzida por ressentidos, diz Gabriel Leone

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Crítico do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ator Gabriel Leone, 28 anos afirma que “faltam adjetivos” para descrever a condução da pandemia pelo governo. “Genocida acima de tudo”, diz. “Cada vez fica mais claro que se o governo tivesse feito só um pouquinho, só o básico, que era incentivar o uso de máscara e comprar a vacina no momento em que houve oportunidade lá atrás, muita gente não teria morrido.”

Conhecido por papéis em projetos da Globo como “Verdades Secretas” e “Velho Chico” e, mais recentemente, por protagonizar a série “Dom”, do Amazon Prime Video, Leone é filho de um analista de sistema aposentado do Ministério da Saúde e de uma arquiteta. Ele diz que cresceu em um ambiente “muito musical” e que começou a tocar violão aos 15 anos.

Agora, se prepara para estrear a comédia romântica “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, inspirada na canção homônima da banda Legião Urbana. O longa chega aos cinemas no dia 20 de janeiro. Além desse, outros trabalhos do artista deverão ser lançados no cinema em 2022. Ele também participará de uma série sobre o bicentenário da Independência do Brasil, com direção de Luiz Fernando Carvalho, para a TV Cultura.

Fazer arte, especialmente no Brasil, é sinônimo de resistência

Gabriel Leone, ator

Atualmente, está no ar na novela “Um Lugar ao Sol”, da Globo. E diz que poder voltar a trabalhar e a gravar o folhetim fez muito bem a ele. “Tenho total consciência do privilégio que foi poder voltar a atuar naquele momento. Eu, assim como todo mundo, não fiquei bem de cabeça [durante a pandemia da Covid]. E retornar foi muito importante pra mim. Me realinhou, me colocou de volta nos trilhos. Tenho um carinho enorme por essa novela porque foi esse reencontro com a minha profissão, com o meu ofício.”

Vacinado contra a Covid, o ator diz que ficou a maior parte do tempo no Rio de Janeiro, onde nasceu, durante a pandemia. Ele conta que, logo no começo, sofreu uma crise de ansiedade. “Fiquei quase cinco noites sem dormir. E não era insônia. Era sem dormir porque estava passando mal. Do coração, da cabeça, de tudo. Voltei à terapia. Ali foi uma questão de emergência, de crise”, diz.

Crítico do presidente Jair Bolsonaro (PL), Leone afirma que “faltam adjetivos” para descrever a condução da pandemia pelo governo. “Genocida acima de tudo”, diz. “Cada vez fica mais claro que se o governo tivesse feito só um pouquinho, só o básico, que era incentivar o uso de máscara e comprar a vacina no momento em que houve oportunidade lá atrás, muita gente não teria morrido.”

“É um governo que optou pelo negacionismo desde o primeiro momento. E como se não bastasse o sofrimento das vidas perdidas, a tragédia por si só que é a pandemia, a gente ainda tinha que diariamente ver alguma piada, algum desrespeito, alguma desumanidade e ignorância do governo.”

O ator também critica a gestão de Bolsonaro na área da cultura. “É muito claro o projeto de combater a classe artística, porque é uma classe que por meio da arte tem a possibilidade de fazer refletir, questionar, apontar as questões da sociedade e gerar reflexões. Sempre foi assim e sempre vai ser. Os artistas são os primeiros a serem calados e atacados”, diz.

“Na minha opinião, a [pasta da] cultura [sob Bolsonaro] foi e continua sendo conduzida por ressentidos. Pessoas que se sentem ressentidas artisticamente e que desenvolveram esse ódio pela própria classe”, segue. “Tudo o que eles puderem fazer para atrapalhar, desvalorizar e diminuir a cultura brasileira, eles vão fazer.”

“Fazer arte, especialmente no Brasil, é sinônimo de resistência. A gente sempre superou [as dificuldades] e tenho certeza que dessa vez também vamos sair mais fortes. É dolorido, claro. A arte no Brasil está ferida por conta da forma como vem sendo tratada. Mas eles vão passar e a gente vai permanecer aqui.”

Com mais de 620 mil seguidores no Instagram, Leone diz que admira artistas que se posicionam politicamente nas redes, mas acredita que isso deve partir de cada um. “Em um momento em que informações falsas e manipuladas são disseminadas a torto e a direito nas redes sociais, temos essa oportunidade de nos posicionar. Acho que isso é um ouro nas mãos”, segue. (Victoria Azevedo/Folha de S. Paulo).

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