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sábado, abril 20, 2024

Dublê de Sérgio Moro espalha pânico entre poderosos do estado

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Jornalistas trabalham com fatos e se, de fato, as coisas estão por acontecer, se vão acontecer ou não, o fato é que o pânico já está instalado no meio político e empresarial de Mato Grosso do Sul. De palpável, por enquanto, um enredo – com base no que seriam alguns dossiês e delações premiadas – digno dos melhores roteiristas de Hollywood e estrelado por astros saídos de cúpulas como as espalhadas pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, das duas cúpulas vizinhas, do Congresso Nacional, dos principais gabinetes e plenários do Parque dos Poderes, em Campo Grande, com coadjuvantes das principais prefeituras e figurantes em Câmaras de vereadores em todo o estado, além de seus patrocinadores – os de sempre –, figuras proeminentes do empresariado estadual e nacional.

A operação, já apelidada de “Operação fim do mundo”, seria conduzida por um juiz federal, com cobertura de dois ministros do Supremo Tribunal Federal, sendo um deles dos mais notórios da Corte, e o outro com relações de parentesco com o misterioso magistrado.

E por que o STF? Além da perene tentativa de diminuição, que seja, no modus operandi da corrupção, a necessidade de um contraponto do Judiciário, e de carona a Polícia Federal, às tentativas do presidente Jair Bolsonaro de desmoralizar essas instituições. Todos, do time ou com os mesmos ideais lava-jatistas de Sérgio Moro, que colocaram dois ex-presidentes da República atrás das grades (Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer), além do governador carioca Sérgio Cabral e toda a caterva dele.

E por que o Mato Grosso do Sul? Por ser um estado de terreno fértil para a corrupção e de fácil acesso aos “blindados” da Polícia Federal. Por seu passado recente, não bastassem as operações Owari e Uragano, com base em Dourados, que dizimaram toda uma geração política e empresarial, na sequência, operações como a Coffee-Breack e Lama-Asfáltica, em nível estadual, que colocaram, entre outros, um ex-governador e um ex-deputado federal na cadeia. Dessas, aliás, derivando-se outras, ainda inconclusas, que seriam o suporte da que agora tanto se alardeia.

O roteiro começa a deixar o surrealismo e a ficção de lado quando vaza informações como a de que, no que seriam palavras do misterioso juiz, “as prisões preventivas precisam durar pelo menos até as eleições” deste ano, ligando-se ao fato de que a maioria das operações anteriores foram desencadeadas em períodos pré-eleitorais, como as que resultaram nas prisões do ex-prefeito Ari Artuzi & Cia., na Uragano, em Dourados; do ex-governador André Puccinelli, na Coffee-Breack e até mesmo do ex-presidente Lula, na Lava-Jato.

Saindo mais ainda do campo da ilação, quando se desce a detalhes e nomes de eventuais envolvidos, como de um deputado que além de ir para a cadeia perderia seu famoso “brinquedinho de estimação”. Ou do número – trinta e seis – de anos de cadeia que pegaria outro parlamentar envolvido numa rumorosa transação com empresários lava-jatistas. Ah, mas eles são poderosos, estão velhos e doentes, questiona o jornalista, diante de dois ilustres nomes da política estadual com esses “predicados”, ao que a fonte responde, com base nas tratativas que diz ter com o magistrado: “Não seja por isso, eles não mandaram para a cadeia (onde morreu) o Jamil Name, que era tão ou mais poderoso, velho e doente?”.

Na parte que toca a este site/blog, o que pode ser uma simples coincidência, mas que dá mais concretude ainda a este enredo: a negativa da deputada, ex-ministra Tereza Cristina, em responder uma entrevista (que abriria uma série com os pré-candidatos ao Senado) contendo um questionamento sobre suas relações com empresários encalacrados em denúncias da Lava-Jato e o inexplicável pedido de demissão do homem forte e amigo do peito do prefeito Alan Guedes, o professor Henrique Sartori. A saia justa da ex-ministra pode ser para não ter que explicar também porque está no palanque de Eduardo Riedel e não no de André Puccinelli, seu padrinho político e arquirrival de Reinaldo Azambuja, o patrono da candidatura Riedel. Já a demissão de Sartori da prefeitura, não sendo para disputar qualquer cargo eletivo, pode também estar relacionada ao fatídico enredo da “Operação fim do mundo”.

Quanto à fonte, pela qual o jornalista põe as duas mãos no fogo, é a mesma que farejou a operação Uragano, que deu a este site, à época ainda um embrionário blog, a primazia nas denúncias que sacudiram as estruturas da administração pública e do empresariado da terra de seu Marcelino, com estilhaços atingindo até o Parque dos Poderes. É só a história que pode se repetir.

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