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sábado, abril 20, 2024

Confronto com a PM em fazenda em Amambai deixa dois indígenas mortos, diz comunidade; polícia não confirma

Conforme as informações preliminares, vários indígenas ficaram feridos. Pelo menos três policiais do Batalhão de Choque foram levados para hospitais na cidade de fronteira.

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Confronto entre indígenas Guarani Kaiowá e policiais do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, deixou vários feridos em uma propriedade rural em Amambai (MS), nesta sexta-feira (24). A comunidade local diz que dois indígenas morreram, mas a polícia não confirma. Indígenas que estão no local relatam cenário de tensão.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) diz que “apesar de estar circulando relatos de que há dois indígenas mortos, ainda não há uma confirmação”. Em decorrência do agravamento do caso, o Cimi informou que a Polícia Federal vai se deslocar para o local.

A polícia confirma que vários indígenas também ficaram feridos por tiros. Pelo menos três policiais do Choque foram encaminhados para hospital da região, com ferimentos graves. Ao todo, até o momento, nove pessoas ficaram feridas entre indígenas e policiais.

Foram encaminhados para o Hospital Regional de Amambai seis indígenas. Entre as vítimas estão dois menores de idade, um de 14 e outro de 15 anos. Os três policiais do Choque também foram direcionados para o mesmo hospital. Os militares estão com ferimentos nas pernas e pés.

Indígenas e policiais possuem ferimentos ocasionados por armas de fogo, conforme informado pelo hospital. Não foi mencionado os estados de saúde dos feridos.

O proprietário da fazenda ainda não foi identificado.

Início do conflito

De acordo com a polícia, a propriedade rural foi ocupada pelos indígenas Guarani Kaiowá ainda na quinta-feira (23). Já nesta sexta-feira (24), equipes do Batalhão de Choque foram enviadas à cidade.

Assim que chegaram na região, o conflito entre indígenas e policiais iniciou. Sobre o motivo do conflito, os indígenas alegam que iniciaram retomada na terra, em Amambai, já a polícia fala em invasão no local.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) diz que os policiais do Batalhão de Choque foram acionados para irem até a comunidade para “coibir crime contra o patrimônio” . A reportagem não obteve mais detalhes sobre os motivos do conflito.

Local do conflito

O conflito ocorreu em um território ancestral para os indígenas, denominado de Kuripi/São Lucas, localizado em Amambai. 

Entidades voltadas aos indígenas pedem por assistência médica nas redes sociais. “Tropas de choque da polícia militar de MS, sem ordem judicial […], ação genocida neste momento contra comunidade Guarani e Kaiowa no município de Amambai, Guapo’y Mirim. Dezenas de indígenas feridos e desaparecidos, e mortos. Precisamos de ASSISTÊNCIA MÉDICA E AMBULÂNCIA. Pedimos JUSTIÇA”, informou a Articulação dos povos indígenas do Brasil (Apib) no perfil no Instagram.

O Ministério Público Federal de Ponta Porã é responsável na região. O órgão está ciente e atuando com as medidas cabíveis, tentando contato com os indígenas e policiais a fim de evitar mais conflito na comunidade.

“Além de seguir acompanhando o caso, o Cimi pede, com urgência, o envolvimento de órgãos federais, bem como do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a fim de controlar a situação e investigar os episódios”, detalhou o Cimi. (G1/MS).

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