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terça-feira, abril 23, 2024

Denúncias contra Marquinhos Trad podem ser um tiro no peito de Azambuja, outro no coração de Riedel

Líder das pesquisas na corrida sucessória estadual, ex-prefeito da capital está encalacrado em denúncias de assédio sexual

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Ambos, personagens centrais da sucessão estadual, o que está para ser sucedido e o até aqui, segundo as pesquisas de intenções de votos, o mais cotado para a sucessão – Reinaldo Azambuja e Marquinhos Trad. O governador, na iminência de passar à história como o maior obreiro de todos os tempos, só não superando o “monstro sagrado” Pedro Pedrossian, pelo privilégio que “o homem de Miranda” teve de três mandatos como governador, nos dois Mato Grossos. O ex-prefeito da capital no olho de um furacão provocado por denúncias de assédio sexual que podem levar de roldão sua candidatura ao governo do estado.

As fotos que ilustram este texto – uma do arquivo pessoal da bela jovem de rostinho colado com o governador, a outra da assessoria do ex-prefeito da capital – são daquelas que não carecem de legendas, mas, que pela excepcionalidade das circunstâncias do explosivo momento vivido pela política estadual são necessárias para que o leitor e, principalmente, o eleitor, não tirem conclusões precipitadas, daí o reforço como sublide. Ambos de máscaras. Máscaras que podem cair a qualquer momento. A de Azambuja com o logotipo ostentando o poder que representa. A de Marquinhos com um monossílabo reafirmando sua determinação de remover a montanha por detrás da qual surge o turbilhão que ameaça o cumprimento da missão que diz ter a cumprir em nome do Pai.

Pedra de toque da sucessão estadual, as denúncias de assédio sexual podem tanto abalar mortalmente a candidatura de Marquinhos Trad como consolidá-la de uma vez por todas, confirmando sua presença no segundo turno. Quiçá, até uma vitória em primeiro turno, pelo tamanho do efeito contrário que podem produzir: um tiro no peito de Reinaldo Azambuja, com estilhaços no coração de Eduardo Riedel, por ele ungido como o seu preferido para ocupar sua cadeira no Parque dos Poderes. Riedel, até que se prove em contrário, que não tem nada a ver com essa confusão, por essas e outras, a vacina em seu discurso: “Azambuja é uma coisa eu sou outra”.

Como narrativa inicial, principalmente pelo potencial destrutivo das famigeradas fake news, Marquinhos Trad “sifu”, como diria Lula da Silva, seu colega líder de pesquisas no âmbito nacional. Mas, na condição de réu, no entanto, tal qual tantos por ele defendidos como grande jurista e professor de Direito é beneficiado pelo tal do ônus da prova. Ou seja, quem está denunciando tem que provar. Mas provas, no caso, como as que fizeram recentemente um médico anestesista sair algemado de um centro cirúrgico no Rio de Janeiro direto para a cadeia depois de flagrado estuprando uma paciente durante o parto.

Tão ou até mais grave que as denúncias são suas motivações. Por que só agora, se tudo aconteceu lá atrás, pelo que parece ainda no primeiro mandato de Marquinhos Trad? Por que até agora a tão eficiente polícia de Azambuja não havia colocado a mão na massa? Diante de tanta produção (coisa de profissional do banditismo eleitoreiro), seja para a divulgação das denúncias às vésperas das convenções partidárias, seja do contra-ataque de Marquinhos, fica difícil até de avaliar o que é mais grave, se um eventual amasso em algumas mulheres pelo então prefeito, no banheiro de seu gabinete no paço municipal ou a cooptação dessas “vitimas” por gente poderosa, com nome e sobrenome nas mesmas fake news. Gente do estafe do governo e da candidatura oficial. Tudo, como confessado por candidatas a vítimas, à custa de muito dinheiro, dinheiro que o mais desavisado dos eleitores desconfia de onde sai.

Fake news por fake news, aí entrando o tiro no peito com estilhaços no coração de quem pode não ter nada a ver com o abacaxi. Como prova a medicina, um tiro no peito pode até não ser mortal, mas um estilhaço num ponto vital do coração manda o peão para o beleléu. E o leitor deve estar em cólicas, o texto acabando e nada sobre a moça da foto. A princípio, nada, mesmo. Nanda Balestrine, como ela se exibe nas redes sociais, é, ou era, apenas uma pobre moça de Dourados, levada por Murilo Zauith para sua assessoria, que caiu nas graças do governador, depois por ele “roubada” de seu vice, e, uma vez promovida, com polpudo salário, vindo a ser uma das protagonistas de toda a crise que levou Azambuja a demitir seu poderoso e intocável vice-governador do cargo de secretário de Infraestrutura, o que desembocou num intrincado quadro sucessório desfavorável ao establishment.

Produzidos sob medida pela ótica das mesmas fake news, os lances escabrosos e nada republicanos dessa disputa pelo poder podem causar estragos que transcendem ao governo, atingindo à pessoa do governador, sua família e, o que parece ser o pano de fundo de toda essa confusão, a candidatura Eduardo Riedel. Uma situação que ninguém quer pagar pra ver, mas que serviria para colocar a polícia de Azambuja em xeque, até para que seu eficiente secretário de Segurança Pública, o famoso xerife Antônio Carlos Videira, não deixe o governo com uma mancha em seu currículo, acusado de se prestar a uma missão não tão digna num momento crucial para a garantia da imparcialidade das instituições. Sim, porque tão claro como o sol nascente deste sábado de “veranico” invernal são as motivações das denúncias, não por coincidência com o denunciado liderando as pesquisas e o candidato oficial claudicando.

Como esse tsunami eleitoral tem como epicentro exatamente a candidatura daquele que diz estar fazendo tudo em nome do Pai, com quem tem conversado, resta a Marquinhos Trad e seus seguidores o consolo dos ensinamentos do filho mais ilustre deste mesmo Pai que, instado a condenar uma prostituta mandou que atirasse a primeira pedra aquele não se achasse em pecado. Vingando as denúncias, em última instância, à Marquinhos Trad, o calvário, e, aí, pela convicção com que anda falando a respeito de sua relação com o Cara lá de cima, a expectativa da ressureição. A seus detratores, se é que dá tempo, os ensinamentos do mestre dos mestres.

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