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segunda-feira, maio 12, 2025

Peluffo sobe no trampolim da sucessão estadual

Ao renunciar à prefeitura de Ponta Porã, Hélio Peluffo Filho. coloca-se como candidato à sucessão estadual

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Grosso modo, a indicação do arquiteto Hélio Peluffo Filho para a poderosa secretaria de Infraestrutura do governo do estado (que no governo Riedel passa a ser Secretaria Infraestrutura e Logística) pode parecer apenas um reconhecimento do governador eleito ao grande trabalho que o prefeito de Ponta Porã vem realizando, principalmente no gerenciamento do Fonplata, a ponto, até, de emprestar seu know-how para a implantação do mesmo programa desenvolvimentista em Dourados. Também, pela determinação de Peluffo Filho como um dos grandes baluartes de sua campanha, não apenas na região da Fronteira Brasil-Paraguai. Mas este simplismo para por aí.

Pra começo de conversa, o nome Peluffo já diz tudo. Vem de uma das famílias mais tradicionais da fronteira. O pai foi vereador, também prefeito da mesma Ponta Porã e Conselheiro do Tribunal de Contas, além dos laços consanguíneos com a família Zahran e, por tabela, com os Jamil, do ex-deputado Gandhi Jamil e de seu irmão mais velho, o “rei da Fronteira”, Fahad Jamil, neste caso entrando ainda no balaio o ex-deputado Roberto Razuk, primo dos Jamil e pai do deputado Neno Razuk.

Com toda essa força, não bastasse o poder que vai agregar ao assumir a cadeira do governador eleito, na qual havia se sentado antes o vice-governador Murilo Zauith, que também sonhava estar hoje no lugar de Eduardo Riedel, Hélio Peluffo Filho chega ao Parque dos Poderes com uma responsabilidade histórica: resgatar o prestígio político da região da Fronteira, que mandou e desmandou nos dois Mato Grossos nos áureos tempos do senador Rachid Saldanha Dérzi e depois de seu filho, o deputado Flávio Dérzi. Tanto assim que teve peito de renunciar a dois anos do sempre tão cobiçado mandato de prefeito, para assumir um cargo cuja demissão é ad nutum. Que o diga, aliás, o próprio Zauith, por conta, aliás, do mesmo processo sucessório no qual Peluffo entra agora como protagonista.

Eduardo Riedel pode até ter atirado no que viu e acertado no que não viu, mas esta indicação, que até aqui é a grande novidade de seu secretariado, pode ser determinante para os desdobramentos, desde já, da sucessão do governador ainda a ser empossado. E nem é preciso ter os tais olhos de lince para antever as elucubrações que fatalmente começam a partir do anúncio do nome de Peluffo para o cargo mais cobiçado do secretariado estadual.

Interessante notar, a propósito, a congruência de alguns fatores que podem ter determinado a ascensão de Peluffo Filho. O prefeito e futuro secretário tem como principal guru um irmão de fé (são da mesma congregação evangélica), ninguém mais ninguém menos que Uilson Barreto Morales, o jornalista especialista em assessorar políticos no poder, como Juvêncio da Fonseca na prefeitura de Campo Grande e no Senado, depois André Puccinelli (prefeitura da capital e governo do estado), agora de Reinaldo Azambuja, com seus tentáculos inclusive no governo Zeca do PT. Outro guru de Peluffo, o marqueteiro e pesquisador douradense Marco Munarin, também “da cozinha” de Azambuja e de Riedel.

Tudo a depender, evidentemente, da permanência da sintonia fina entre Azambuja e Riedel. Como o governador “sainte” já adiantou que a partir de agora só quer saber de pescar, pelo menos até que chegue a eleição para disputar uma das duas cadeiras (de Nelsinho Trad e Soraya Thronicke) que vão vagar daqui a quatro anos no Senado, bem provável que Riedel tenha tranquilidade para costurar desde já seu projeto de reeleição. Como Peluffo é relativamente novo e muita água vai correr por debaixo das pontes que precisa construir estado afora, pode muito bem esperar oito anos.

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