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sexta-feira, julho 11, 2025

Bernardo, Lia e Nogueira, o trio que entra na briga para tentar defenestrar Alan Guedes

Passado o carnaval os holofotes se voltam, já, para a sucessão municipal

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Os leitores menos avisados, ao lerem o título de retorno da coluna, devem achar que se trata de algum déjà vu. Principalmente aqueles ainda padecendo da ressaca do carnaval. E os lúcidos, “mas, já?”. É que o assunto está em todas as rodas, em longas entrevistas nos sites, em grupos de internet e, claro, no rádio. Como na 94 FM, onde o deputado derrotado para a reeleição estadual Marçal Filho usa desbragadamente seu microfone numa luta desigual com seus pretensos adversários, em escancarada campanha eleitoral fora de época. Aliás, traduzindo a expressão francesa em itálico aqui de cima, um filme já visto em todas as campanhas municipais anteriores – sempre o simpático locutor das secretárias do lar se lançando candidato, mas, lá na frente, arranjando dois, três milhões de motivos para recuar.

Karlos (sic) – A expressão latina entre aspas é porque é assim, “com K”, que o moço gosta de se apresentar. Moço, quando, nos tempos das vacas magras (foi um dos famosos “pastinhas” da publicidade em Dourados) dividia uns trocados com a então foca do jornalismo Lia Nogueira para tomar uma gelada nos fins de tarde, sem direito à saideiras, sonhando em dias melhores. O moço que foi fazer medicina em Pedro Juan Caballero, onde hoje é o portentoso CEO da UCP (Universidade Central do Paraguai) e que depois de fazer um barulho danado como candidato a deputado federal pelo MDB já está colocado como candidato a prefeito. Apenas uma dúvida, cruel: ele não sabe ainda se disputa a cadeira de Eduardo Campos, em Ponta Porã, na fronteira onde está seu ganha-pão ou a de Alan Guedes, em Dourados, onde tem residência fixa. Bala na agulha, como ele, para a disputa, lá ou cá, poucos têm. Sendo aqui, não se espantem se, por razões óbvias, vier com o próprio Marçal Filho de vice ou um de seus principais apoiadores.

Nogueiras – O gancho da coluna de hoje vem de uma discussão nas redes sociais. Com a bola levantada pelo jornalista também especialista em política Laureano Secundo, o titular aqui do blog fazendo seu contraponto, com a incógnita de que a disputa da prefeitura de Dourados poderia estar entre Nogueiras. Como aqui não existem meias palavras, disputa entre a deputada estadual Lia Nogueira e o federal Rodolfo Nogueira. Ressaqueado, também, o blogueiro? Vejamos:

“Artuzi de saias” – Foi aqui mesmo, neste espaço, que esta expressão foi cunhada. Quando Lia Nogueira era só uma segunda suplente, mas assumindo o mandato depois do afastamento do titular Braz Melo e da primeira suplente Denise Portolan. Braz cassado pelo leite derramado durante sua segunda gestão como prefeito, Denise presa pelas lambanças como secretária de educação da prefeita Délia Razuk. Tal qual Artuzi, depois da passagem pela Câmara, Lia chegou rapidinho à Assembleia Legisltiva. O gaúcho “doido” de São Valentin (maior fenômeno eleitoral da história da terra de seu Marcelino), tinha as ambulâncias para descarregar doentes nas portas dos hospitais, Lia tem o microfone (agora do SBT) para alardear os tropeços da administração municipal. Só não vai ser prefeita se não quiser. Não necessariamente na próxima eleição. Se conseguir conter os comichões podendo, inclusive, fazer um projeto de médio e longo prazo com velhos caciques à beira da aposentadoria, como o colega e longevo deputado Zé Teixeira e o ex-vice governador Murilo Zauith.

“O Gordinho do Bolsonaro” – O outro Nogueira. Rodolfo. Rodolfo… quem? Se com “apenas” este apelido aí – que poderia render um processo por “gordofobia”, não fosse o dito-cujo autointitulado – o ilustre desconhecido virou deputado federal, com o patrão que tem, alguém duvida de suas chances? Detalhe, como todo gordinho, inquieto, apressado. Nada de esperar. Quer aproveitar o braseiro do espólio de Jair Bolsonaro para ser prefeito da cidade onde sua família goza de grande prestígio, principalmente naquele mesmo eleitorado evangélico onde o bolsonarismo predomina. Além, claro, do agronegócio, onde diz ser sua praia.

“O professor amigo do Lula” – Assim como Alan Guedes, Tiago Botelho até agora está só na promessa de um cafezinho com o blogueiro. Mas, como surge como uma das promessas desse retorno petista ao proscênio, vai que cola o apelido. Não fez tão bonito como se esperava como candidato a senador “amigo do Lula”, mas está colocado como a bola da vez da companheirada petista para resgatar os bons tempos de outro professor, o Tetila, na prefeitura.

“Seu Zé” e “Mumu” – Colocados os novatos que podem fazer entornar o caldo daquela que poderia ser uma tranquila reeleição de Alan Guedes, eis-que-senão-quando ressurgem os nomes de “seu Zé’, como dizem os novatos do jornalismo numa reverência ao decano deputado Zé Teixeira e de Murilo Zauith, o “Mumu” para os íntimos. Zé Teixeira falando em transformar em realidade o antigo sonho de ser prefeito, como foi o irmão Humberto. Murilo, depois de perder com Rose Modesto e Bolsonaro nas últimas eleições, meio desenxabido, mandando a cupinchaiada sondar as rodas de padarias quanto à possibilidade de um terceiro mandato. Ambos afinadíssimos, um dizendo que abre mão para o outro.

Retornos – Depois da frustração da derrota para Délia Razuk na disputa da prefeitura em 2016 e, pior, da não reeleição para o sexto mandato consecutivo de deputado federal, em 2018, Geraldo Resende andou pensando e jogar a toalha e curtir uma confortável aposentadoria em “Jeri” (a paradisíaca praia de Jericoacoara, onde gosta de passar as férias no litoral cearense), tanto que recusou-se a ficar como primeiro-suplente, na vaga de Tereza Cristina, preferindo voltar à Secretaria de Saúde do Estado. Agora, de retorno à Câmara Federal, ele não descarta uma tentativa de outro retorno, também, como candidato a prefeito. Nessa mesma onda, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, que perdeu a prefeitura na eleição passada para Alan Guedes. Pelo tanto que tem aparecido na mídia, deve tentar de novo, a menos que toda essa exposição seja por não ter se adaptado, ainda, à condição de coadjuvante de Eduardo Riedel.

O “x” da questão – Diante deste cenário resta saber o que vão fazer da vida Eduardo Riedel e Alan Guedes. Aliás um teste político de fogo para o governador, que teve o apoio do prefeito em sua campanha eleitoral, com tantos adversários do aliado na disputa. Zé Teixeira, por exemplo (que também sonhava em ser presidente da Assembleia e abriu mão pelo consenso costurado por Reinaldo Azambuja), que não perdoa a “traição” do ex-pupilo, e a agora colega Lia Nogueira, a mais visceral adversária do prefeito, mas queridinha de Azambuja.

Criador e criatura – Neste caso, aliás, não tem como não recorrer à lenda da criatura que vira-e-mexe acaba se voltando contra o criador. Trocando em miúdos: quem vai comandar o processo – Azambuja ou Riedel? Competentes ambos já provaram que são, mas agora é a hora do tête-à-tête.

Salvação da lavoura – E tem ainda o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata). São R$ 270 milhões para o prefeito Alan Guedes deixar a cidade um brinco. Se conseguir se livrar de alguns “encostos” que ainda insistem em rondar seu gabinete e gerenciar esta grana toda com competência, como fez Hélio Pelufo, em Ponta Porã, pode ser a redenção de sua até aqui cambaleante administração. Neste caso, a reeleição deixa de ser uma miragem.

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