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segunda-feira, dezembro 29, 2025

Murilo aponta para Geraldo, que trabalha para ter Tiago Botelho como vice

Sucessão municipal em Dourados esquenta depois do "lançamento' da candidatura Ferrinho

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O assunto pode parecer extemporâneo, mas não se fala em outra coisa nos bastidores. Em Dourados, em Campo Grande, em Brasília, nas padarias, pelos cabos eleitorais, do Cachoeirinha aos Parques das Nações, passando pelo Jaguapiru e seus suntuosos condomínios fechados, também pelos das Sitiocas da região Sul, sem falar dos sofridos Água Boa, Grande Flórida, Ouro Verde, Maxwell e outros cerca de cinquenta bairros e suas adjacências. Até – e  principalmente – na nova Santa Felicidade, ou “Vila Querosone”, como prefere José Nunes, o presidente da UDAM, a União Douradense de Associações de Moradores. A sucessão de Alan Guedes. E, tudo, tendo como condicionante, o despertar para a realidade do próprio prefeito, já que na avaliação dos que esquadrinham o mapa político-eleitoral da cidade ele ainda tem chance de sobrevivência política, desde que, atendando-se para o mapa político-administrativo de todas essas regiões, em seus mínimos detalhes. Começando por debelar alguns motins de seu entorno administrativo.

Freio de arrumação – Depois do “lançamento”, por este site, da candidatura a prefeito do ex-presidente da Câmara Archimedes Lemes Soares, o Ferrinho, o processo sucessório, que parecia de cabeça pra baixo, parece que deu uma aprumada. A foto que ilustra esta coluna é um bom exemplo disso. O ex-governador Murilo Zauith e o deputado federal Geraldo Resende, viscerais adversários políticos, falando sobre sucessão municipal na padaria é que o ponto de referência de toda a fuxicaiada política. Também, uma daquelas fotos que falam por mais de mil palavras. Tudo bem que depois do gesto (não foi uma produção fotográfica) pra lá de significativo do ex-vice-governador para o deputado tucano, Geraldo apareceu ontem noutra foto que pode traduzir a leitura labial que faltou para o que Zauith poderia estar querendo dizer, na resenha de quinze dias atrás na famosa padaria: “cuidado, vai cair do cavalo outra vez”.

Murilo aponta para Geraldo, que trabalha para ter Tiago Botelho como vice
Deputado Geraldo Resende, ontem, na Câmara dos Deputados (foto: assessoria)

Rabinho entre as pernas – Assim, o fator Ferrinho pode ter servido como uma espécie de sinal amarelo para os ditos caciques políticos, ante a possibilidade de Dourados reeditar o fenômeno Artuzi. Tanto que alguns dos até aqui tidos como pré-candidatos começaram a emitir sinais de que tudo não passa de balão de ensaio. Lia Nogueira, por exemplo, de braços dados com Barbosinha pra lá e prá cá. Inclusive em repetidos cafezinhos na dita padaria. Barbosinha, que não esconde o desejo de ser convidado como tertius pelo esquema governista. Lia, assim como o federal bolsonarista Rodolfo Nogueira, por razões óbvias, com chances concretas, deixando vazar que preferem, primeiro, “aprender’ o caminho das pedras como deputados. Até o “cavalo paraguaio” das pesquisas Marçal Filho dando toda pinta de que, mais uma vez, vai usar seu manjado pragmatismo para um novo recomeço. Pelo começo, de novo, como candidato a vereador.

Sinal dos tempos – O que faz uma jornalista, popular e competente, temporariamente num mandato eletivo, desancar seus colegas de profissão com uma generalização tão perigosa, como fez a deputada Lia Nogueira esta semana, para tratar de episódio de “racismo” que teria ocorrido “numa Universidade” particular em Dourados? Na esteira da estrondosa repercussão do caso Vini Jr., na Espanha, Lia Nogueira se empolgou ao entrar nessa briga, lamentando o silêncio dos (que esqueceu) colegas de imprensa que teriam jogado o assunto para debaixo do tapete. Apenas para informação da nobre deputada, seus ex-colegas de TV Morena e FM 101, entre outros, entraram, sim, no assunto. Tudo bem que ninguém se atreveu falar que a tal da Universidade é a Unigran. Unigran, que é da família de Murilo Zauith, o que pode justificar o comportamento, já eleitoreiro, da deputada. Ou seja, se ela abrir mão da candidatura para a prefeitura em 2024, já vai avisando que pode apoiar todo mundo, menos Zauith. Lia, que é tida como do time de outro pretendente, o colega Zé Teixeira, e queridinha do manda-chuva estadual Reinaldo Azambuja.

Fazendo escola – Pode ser também que o comportamento de Lia Nogueira se justifique pelo ibope que deu a foto de Zauith apontando para Geraldo Resende, antes, nas redes sociais. É que num cafezinho anterior, na mesma mesa em que Zauith bradou que a sucessão passaria, necessariamente, por ali, a deputada ficou sabendo das articulações de Geraldo Resende em nível nacional para a composição de uma chapa tucano-petista, por ele encabeçada com, provavelmente, o professor universitário petista “senador amigo do Lula” Tiago Botelho como candidato a vice. Nos bastidores das padarias já rola a informação de que Botelho seria a nova “menina dos olhos” de Zauith. Uma receita aviada pelo mesmo Zauith que já deu certo, quando ele, ainda como demo, elegeu-se prefeito, da primeira vez, com a petista Dinaci Ranzi como vice.

Pedra no caminho – O que pode inviabilizar de uma provável recandidatura de Geraldo Resende à prefeitura, depois da derrota para Délia Razuk em 2016, é sua inesgotável capacidade de fabricar inimigos. Não bastassem as arestas que foi acumulando ao longo de sua conturbada trajetória política, ele acaba de arrumar um novo inimigo. Agora internacional, mas com forte influência na política da terra de seu Marcelino. É o caso de outra perigosa generalização. Como fez a deputada Lia Nogueira com os colegas de imprensa, o colega federal generalizou ao referir-se a milhares de acadêmicos de medicina do Paraguai, acusando-os, inclusive os “nordestinos”, de prostituição e por tráfico de drogas. Foi o suficiente para outro até então colocado como pré-candidato a prefeito de Dourados, Carlos Bernardo, abrir guerra contra ele. É que Bernardo é o CEO da Universidade Central do Paraguay, com sede em Pedro Juan Caballero. Popularíssimo nas redes sociais, o emedebista Bernardo, que disputou a Câmara Federal com Resende, já apontou seu canhão para o tucano.

Mineirinho – Enquanto no cerne da cacicaiada o pau come e come bonito, como gosta de dizer o petista-escrevinhador Ribeiro Arce, o deputado Renato Câmara dá sinais de que pretende retomar seu projeto de ser prefeito de novo. Agora, de Dourados, depois de administrar Ivinhema, com sucesso, por oito anos. O nó desta questão é que o projeto, embrionário, passa por uma composição de seu chefe maior, o ex-governador André Puccinelli, com o atual, Eduardo Riedel. Riedel que tem como chefe o Azambuja, que apoia Lia Nogueira, mas que teria compromisso como a reeleição de Alan Guedes.

“Dama de companhia” – Nunca antes na história do Mato Grosso do Sul um governador do estado teve tanta facilidade para transitar pela Esplanada dos Ministérios em Brasília como Eduardo Riedel. Também, com o secretário da Casa Civil que tem, nem poderia ser diferente. O dito-cujo, Eduardo Rocha (não confundir com o desembargador douradense homônimo) é nada mais nada menos que marido de ninguém mais ninguém menos que da ministra do Planejamento do governo Lula, a ex-senadora Simone Tebet, terceira colocada na última eleição presidenciável, hoje o maior nome do MDB nacional. Ontem, depois de um Fórum de Governadores em Brasília, Riedel foi levado por Rocha até o gabinete da esposa, lá se encontrando também com o colega dela, ministro da Agricultura.

Menos mal… para Eduardo Rocha, o chefe da nunca antes esvaziada politicamente Casa Civil do governo do Estado. Tanto ele como Pedro Caravina, dito Secretário de Governo, pouco ou quase nada têm a fazer na seara política, ante uma sombra que insiste em impedir o brilho de quem quer que esteja próximo ao governador Eduardo Riedel – o ex-chefe da Casa Civil Sérgio de Paula, com um cargo decorativo em Brasília, mas já escalado pelo poderoso-chefão Azambuja para comandar o processo sucessório municipal no estado ano que vem. Azambuja que já mandou avisar aos incomodados, que se arredem. Não é o caso do maridão de Simone, mas o xerife Caravina, se quiser, pode voltar a hora que quiser para a Assembleia Legislativa, onde tem uma cadeira de deputado.

Perguntar não ofende – Se o prefeito Alan Guedes está tão mal como insistem seus viscerais adversários políticos, como a deputada Lia Nogueira, e alguns quetais da mídia subordinada a algumas facções partidárias e de audiência duvidosa, não seria um notório caso de uma oceânica perda de tempo, chutando cachorro morto?

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