A primeira live do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no atual governo teve audiência tímida, se comparada a outros momentos do petista e às transmissões do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que adotou o modelo em seu mandato. Nos principais perfis oficiais de Lula, foram pouco mais de 217 mil visualizações até as 13h30m desta terça-feira, mais de quatro horas após a transmissão.
A maior parte dessa audiência é do Twitter (115 mil), seguido por YouTube (49 mil) e Facebook (53 mil). Os números ainda podem crescer, uma vez que vídeos com o conteúdo seguem disponíveis nas redes. Durante a transmissão, o pico de espectadores simultâneos foi de 10 mil, somando YouTube, Twitter e Instagram.
Já a conta oficial no YouTube da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa pública que também reproduziu a live, registrou apenas 2,1 mil visualizações no período. Nas outras plataformas, a estratégia foi compartilhar o link para o YouTube.
A última live de Bolsonaro, por exemplo, em 30 de dezembro, somou 3,3 milhões de visualizações somente no Facebook, e outros 7,6 milhões no Instagram. Dados do CrowdTangle, plataforma de monitoramento de redes da Meta, revelam que Bolsonaro teve, em média, pouco mais de 680 mil visualizações em transmissões de vídeo ao vivo no Facebook entre 2019 e 2022. O número não se limita ao formato das lives de quinta-feira, que se tornou tradicional sem seu mandato, e também engloba outros casos.
A média de Lula no ano passado, quando ocorreu a campanha eleitoral da qual saiu vitorioso nas urnas, foi de 309 mil visualizações em lives também no Facebook, segundo o CrowdTangle. O desempenho observado na transmissão desta terça-feira também fica distante da participação de Lula no podcast “Flow”. Na época, a transmissão superou um milhão de espectadores simultâneos.
Na live transmitida nesta terça-feira, feita com o jornalista Marcos Uchôa, da TV Brasil, Lula anunciou que lançará em 2 de julho um “grande programa de obras”. O presidente também afirmou que quer lançar o programa “Mais Alimento”, para produzir tratores e implementos agrícolas para estimular produção alimentar e o “pequeno e médio produtor rural brasileiro.”
Marlen Couto/O Globo — Rio de Janeiro