A foto principal deste texto é daquelas que nem precisam de legenda e que dão a dimensão da confusão e do estrago que podem causar na condução de um processo de sucessão municipal como o de Dourados, em 2024 – o assunto mais palpitante em todas rodas de cachaça, de tereré ou do mais simples cafezinho. Foi neste final de semana, durante o evento de filiação ao PSDB do prefeito “mais doido do Brasil”, Juliano Ferro, de Ivinhema. Não importa o que rolou por lá, como uma churrascada “coisa de doido” para mais de mil pessoas na paróquia local, depois do evento político com a presença do alto tucanato estadual. Nem é preciso entrar nos detalhes, do que se falou nos bastidores, bastando interpretar o semblante do deputado federal Geraldo Resende, posando de papagaio de pirata. Como não precisa, também, imaginar o que passa pela cabeça do parlamentar, um dos mais fortes postulantes à cadeira do prefeito Alan Guedes. Só não mais forte que a personagem da foto, Lia Nogueira, ao lado do padrinho político e chefão tucano no estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja. Se legenda houvesse, seria na linha do love, só love. Político, é claro! A menos que valha a leitura que falaria o longevo deputado Zé Teixeira, cujo sonho dourado é encerrar a carreira política como prefeito de Dourados. Para ele, Azambuja poderia simplesmente estar consolando sua apadrinhada, e ela, disciplinada, dizendo entender a ordem da fila na política.
Happy birthday to you – Foi uma visita de cortesia do prefeito Alan Guedes a seu vice, Carlos Augusto Ferreira Moreira, o dr. Guto, uma das gratas revelações dessa nova safra política. Mas, inesperada, o suficiente para que o anfitrião levasse um baita susto, por tudo que (não) rolou na apática convivência entre ambos, nesses dois anos e meio de administração. Alan bateu à porta de seu vice com uma daquelas garrafas de vinho mais caras da famosa adega na Japonesa da Monte Alegre, com a desculpa de fazer um brinde por mais um ano dos dias de Guto. O vice nem teve tempo de tirar o confortável moletom que usava no fim de tarde daquele dia que pretendia ficar confinado com a família em sua humilde residência num dos “cercadinhos” próximo ao Juaguapiru. Quebrado o gelo, quando Guto esperava que Alan fosse avisar que ele já poderia voltar a despachar em seu gabinete – nos últimos meses transformado em depósito de quinquilharias que sobraram da reforma do gabinete do titular – eis que a conversa envereda para a reeleição. Nem mesmo a expectativa do famoso in vino veritas aplacou a curiosidade do dr. Guto. Mas ele já tinha na ponta da língua uma resposta em caso de convite para que se repetisse a chapa vitoriosa de 2020, com as mesmas palavras sempre ouvidas do próprio Alan, ante seus pleitos na administração: “na hora certa a gente vê isso”.

Isso é um absurdo! – A insistência, fruto da desinformação, de alguns leitores em saber que história é essa, tanto aqui repetida, de terra de seu Marcelino e, agora, do coronel Marcondes, vem em boa hora, pegando carona noutra historinha ouvida outro dia numa roda de fuxico político. Mais uma dessas para virar lenda, dando conta do reencontro do ex-prefeito Zé Elias, recentemente falecido, com o dito cujo, o coronel Marcondes, lá nas alturas. Com aquele seu jeitão impaciente de expedicionário da Segunda Guerra, lá vem o coronel, dedo em riste, cobrando o ex-prefeito por ter partido sem entregar as obras de reforma do aeroporto Francisco de Matos Pereira. Sem saída, Zé Elias jogou a culpa na derrota de Bolsonaro. “Os militares já estavam com dificuldades, agora com o Lula é que não vai terminar”, ao que o velho coronel, que era piloto civil, esbravejou com o bordão do filho, o vereador Eduardo Marcondes, ferrenho opositor da administração petista do professor Tetila: “Isso é um absurdo!”.
Obsessão – Lembrando, a propósito, que a determinação do ex-prefeito Zé Elias era tão grande em ver concluídas as obras do aeroporto municipal que ele, já aposentado da política, aceitou um cargo de terceiro escalão na administração Délia Razuk, apenas e tão somente, para continuar acompanhando o projeto por ele iniciado como secretário de planejamento da prefeitura. Zé Elias, que foi defenestrado do primeiro escalão por que do alto de sua autoridade como o maior prefeito da história sempre deixava a ex-prefeita pra lá de constrangida.
Vista Alegre – Antes que mais algum desavisado venha questionar, o coronel José Alves Marcondes, ou Juca Marcondes, tinha propriedade rural no distrito maracajuense de Vista Alegre, mas sua família sempre exerceu forte influência política, não só em Maracaju, como também em Dourados, onde seu filho, o médico e vereador Eduardo Marcondes só não se transformou no tão sonhado primeiro senador por Dourados porque à última hora, quando da composição da chapa que elegeu Ramez Tebet, foi “garfado” da condição de primeiro para segundo-suplente de senador. Com a morte de Tebet, o primeiro-suplente Walter Pereira de Oliveira, de Campo Grande, ficou com a vaga.
Alô você – A mais nova piada que corre na cidade a respeito da sucessão do prefeito Alan Guedes: o eventual apoio de Murilo Zauith à hipotética candidatura do radialista Marçal Filho. Se for como o apoio dado pelo ex-vice-governador a Geraldo Resende em 2016 e a José Barbosinha em 2020 Marçal já pode comprar o terno para a posse. Mas, posse no Jaguaribe, o que seria seu terceiro retorno, ops!, à Casa onde tudo começou.
Boiada – Na toada daqueles que dão um boi para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair, o deputado Zé Teixeira segue firme no propósito de realizar o sonho de ser prefeito. Nos últimos dias sua assessoria de imprensa resolveu mostrar a que veio, entupindo as caixas de mensagens dos veículos de comunicação com releases sobre o trabalho do longevo parlamentar.
Revisor – Chique no “úrtimo”. O ContrapontoMS tem a partir de agora um novo revisor. Na verdade, um pós-revisor, aquele que corrige os erros, principalmente de digitação, os mais comuns, que passam batido pela redação depois que o site cai na rede, como fazia o saudoso jornalista Nicanor Coelho. O nome do distinto: Geraldo Resende Pereira. Ele mesmo, deputado federal tucano. Menos pelo pix, claro, mais pela afinidade com o titular do site, com quem o parlamentar deu os primeiros passos como “escrevinhador” e revisor, na antiga e boa Folha de Dourados, a de Theodorico Luiz Viegas.
