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sábado, dezembro 27, 2025

Dedo ‘podre’ de Geraldo Resende aponta para o risco de Dourados eleger o pior prefeito de sua história

Declaração infeliz do deputado federal tucano 'viraliza' nos bastidores políticos do estado

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Antes que os “com o cérebro menos arejado” (palavras que geraram a polêmica envolvendo o personagem principal deste texto) comecem a espalhar que o deputado Geraldo Resende está com alguma doença grave, explicando que “dedo podre” foi uma expressão por ele usada em entrevista ao jornal Correio do Estado, recentemente, para se referir ao eleitorado douradense, pelas “escolhas perversas” nas mais recentes eleições. Uma dessas declarações desastradas que podem pôr fim à carreira de qualquer político, como aconteceu com o presidenciável Paulo Maluf com seu “quer estuprar estupra, mas não mata”;  com Ciro Gomes, na primeira eleição em que disputou para a presidência da República, quando disse que o papel de sua então esposa, a atriz Patrícia Pilar, seria o de “dormir comigo” e até com o sempre ponderado intelectual Fernando Henrique Cardoso, com o tom preconceituoso ao se definir como mulato, “com um pezinho na cozinha” ou com seu “apaguem (esqueçam) o que escrevi”, uma vez confrontado o discurso do sociólogo acadêmico com o de presidente da República.

Comentando o assunto esta semana com este blog, o deputado Geraldo Resende voltou a dizer que suas declarações foram distorcidas e mal interpretadas. Nem entrou no mérito da questão do “cérebro pouco arejado” ou das “escolhas perversas” do eleitorado, atendo-se apenas na parte mais forte de sua infeliz declaração, a do “dedo podre”. E reafirmou o que disse, mas tentando amenizar, explicando que “uma parte, não todo o eleitorado tem o dedo podre”. Daí, com a promessa de uma nova prosa para contextualizar melhor essa crise, fazendo o sombrio prognóstico que serve de gancho para este texto: o de que o pior está por vir, que pelo andar da carruagem o eleitor douradense, não por vontade própria, mas pelas injunções da classe política, poderá eleger o pior prefeito de sua história.

Para quem acompanha os bastidores da sucessão municipal nem é preciso esperar pelo retorno, ops!, de Geraldo Resende. Analisando o processo pela ótica tucana, em cujo ninho ele se espreme com Zé Teixeira e Lia Nogueira. Primeiro, o longevo e todo-poderoso deputado Zé Teixeira convidou o ex-deputado Marçal Filho para se filiar ao PSDB. Ato contínuo, Geraldo fez seu contraponto, convidando o vice-governador Barbosinha, “para enfrentar o prefeito Alan Guedes”. Pelo mesmo PSDB. No estica-e-puxa dessa corda, até por estar vivendo seus momentos de “noiva” da sucessão, Marçal Filho, por enquanto liderando as pesquisas, é tido como o provável candidato tucano.

Seguindo o raciocínio de Resende, pela lógica de que teria o apoio do coronel Azambuja e, se até lá criador e criatura estiverem, ainda, aninhados no PSDB, também do governador Eduardo Riedel, Marçal Filho seria a bola da vez. Mas cabendo aqui um por enquanto, assim mesmo, em itálico e negrito, até porque as balas de seu canhão (FM 94) apontado diretamente do prédio das Araras para o barracão da Coronel Ponciano, para atingir Alan Guedes, estão com os dias contados. Não apenas isso, tem a remexida do baú uragânico e “otras cositas más”. Sem contar que Marçal Filho fora do aquário de onde manda “alô você” para as secretárias do lar é, literalmente, um peixe fora d’água.

Para que o eleitor não comece a ter pesadelos com a apocalíptica profecia de Geraldo Resende, lembrando que a performance eleitoral do radialista Marçal Filho não é lá essas coisas. Perdeu a primeira eleição em que disputou, para vereador; ganhou a segunda. Depois, perdeu a primeira para deputado federal; ganhou a segunda. Tentou a reeleição, perdeu de novo. Não somou, absolutamente nada, como candidato a vice-governador de Marisa Serrano, ambos derrotados para Zeca do PT. Voltou a ser vereador. Se elegeu deputado estadual, na tentativa de reeleição foi derrotado novamente.

Para agravar, a fama de negocista da política, que ameaça ser candidato a prefeito e lá na frente pede dinheiro para não disputar. Não, não se trata de uma aleivosia. Esta situação foi constatada durante o processo uragânico, em que ele foi flagrado em gravação fazendo uma proposta indecente – “meu negócio é dinheiro, muito dinheiro” – para abrir mão de sua candidatura na reeleição do prefeito Ari Artuzi. Pelos cálculos dos especialistas em bastidores políticos, a pedida de R$ 2 milhões feita a Artuzi, agora, pela inflação da política, seria de R$ 3,5 milhões. Além disso, outra gravação, de sua à época preposta Keliana Fernandes, pedindo dinheiro da prefeitura para bancar uma festa particular da emissora do casal.

Parafraseando FHC, seria o caso de encerrar pedindo para que esqueçam o que estou escrevendo, caso o tal consenso tucano recaia sobre o nome do deputado Zé Teixeira. Não, Geraldo não teria topete para pensar assim de um aliado tão poderoso. Lia Nogueira? Também não, pois ambos parecem muito alinhados, pelo menos no bombardeio que fazem para tentar impedir o retorno Alan Guedes. O próprio Alan? Uma redundância, até porque esse é um retorno no qual ele não aposta. Archimedes Lemes Soares? Também não, porque ele não acredita na candidatura do ex-presidente da Câmara. Garante, inclusive, que Ferrinho não terá nem legenda para sair candidato. Daí o porquê de toda essa escarafunchada para um providencial recall das lambanças de Marçal Filho. Pelo óbvio da coisa.

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