A senadora Tereza Cristina está em Dourados para sua primeira visita oficial depois que trocou a cadeira de ministra da Agricultura e Pecuária do governo Bolsonaro pela da hoje ministra de Lula, Simone Tebet, no Congresso Nacional. Na agenda, além de conhecer os projetos em andamento da prefeitura, como o do Fonplata, o projeto político de reeleição de seu companheiro de partido (PP), o prefeito Alan Guedes.
Assediada por jornalistas já em sua primeira agenda, durante visita à Escola Loide Bonfim Andrade, a neta do ex-governador Fernandão Correia da Costa, como udenista de quatro costados, não fez rodeios sobre o que pensa a respeito das eleições em Dourados. “O nosso partido tem candidato, e um bom candidato, que é o Alan Guedes”. Com isso, descartou qualquer possibilidade de aliança com os tucanos do ex-governador Reinaldo Azambuja, de quem ela sempre foi aliada. A mesa regra, segundo ela, vale para Campo Grande, onde Azambuja já declarou seu apoio ao deputado federal Beto Pereira (PSDB) numa provável aliança com o MDB. Só não disse se lá vale também a regra de apoio à reeleição da aliada Adriane Lopes.
Mesmo com reação positiva que a administração Alan Guedes vem tendo, com a ajuda do governador Eduardo Riedel, tucano, mas, em tese, também comprometido com a reeleição do prefeito, seu principal cabo eleitoral nas eleições passadas, o que mais dificulta qualquer tipo de aliança com o partido de Azambuja é o radicalismo das lideranças locais. Principalmente o deputado Zé Teixeira, que sonha encerrar a carreira política como prefeito, mas que tem uma questão pessoal não resolvida com o ex-pupilo. Além dele a mais ferrenha adversária de Guedes, a deputada Lia Nogueira, que, assim como Zé Teixeira, se diz candidata, mas, a exemplo do colega de bancada na Assembleia, devendo, lá na frente, fazer o que for melhor para o projeto político do ex-governador, que é pré-candidato ao Senado, quando Riedel estiver pleiteando sua reeleição.
Há cerca de quinze dias o prefeito Alan Guedes esteve em Brasília, onde, além de tratar da liberação de verbas para o município conversou sobre sua reeleição. Primeiro com o presidente nacional do partido, o senador Ciro Nogueira, um dos maiores aliados de sua administração enquanto ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro; agora companheiro de primeira hora de seu projeto de reeleição, no Congresso. Depois, num encontro com o ex-presidente Bolsonaro, na sede nacional do PL, Alan Guedes aproveitou a afinidade entre seu partido e o de Bolsonaro, para, também com ele, tratar de sua reeleição. Detalhe, Alan Guedes foi levado a Bolsonaro pelo suplente de Tereza Cristina no Senado, tenente Portela, o poderoso amigo e colega de farda nos tempos em que o ex-presidente serviu em Nioaque.
O que mais anima o prefeito nesse apoio incondicional que a senadora Tereza Cristina fez questão de reafirmar hoje em alto e bom som é o prestígio que ela tem junto à classe produtora da região, principalmente depois de sua atuação como ministra da Agricultura e Pecuária, trabalho que Bolsonaro sempre fez questão de elogiar. Esta reconhecida competência da “baixinha”, como é chamada pelo ex-chefe André Puccinelli, deu a Tereza Cristina, inclusive, o status de presidenciável. Pelo menos enquanto durar, claro, o inferno astral do bolsonarismo.
Valfrido Silva