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sexta-feira, dezembro 26, 2025

Mercado reprova Lula, mesmo diante da melhora da economia

Em pesquisa, 100% de representantes de fundos de investimentos entrevistados dizem não acreditar no cumprimento da meta fiscal

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O mau humor do mercado com o governo Lula aumentou um pouco com o debate sobre a meta fiscal. A mais recente pesquisa Genial/Quaest ouvindo agentes do mercado financeiro mostra que 39% acham que o ministro Fernando Haddad ficou mais fraco depois da polêmica, e só 12% acham que ele ficou mais forte. Há uma unanimidade em torno da questão. Ninguém acha que o governo cumprirá o déficit zero no ano que vem. O número encontrado pela pesquisa junto a cem representantes de fundos de investimento do Rio e de São Paulo é redondo: 100% acham que a meta não será cumprida.

O apoio ao presidente e ao ministro Fernando Haddad caiu mais um pouco: passou de 47%, em setembro, para 52% agora os que fazem avaliação negativa de Lula. A positiva caiu de 12% para 9%. A avaliação positiva do ministro Fernando Haddad, que já foi 65%, caiu para 46% em setembro e agora está em 43%.

O curioso é que em março, data da primeira pesquisa, 73% achavam que havia risco de o país ter recessão em 2023 e 27% apenas achavam que não haveria recessão. Agora é o oposto, apenas 27% acham que pode haver recessão e 73% acham que não haverá encolhimento da economia.

A maioria, 51%, acha que o PIB crescerá menos de 3%. Só que no começo do ano o mercado apostava em pouco mais de 0,5%. Mas 67% deles atribuem o crescimento, que surpreendeu a todos, a “medidas anteriores”. Só 5% acham que é resultado do governo atual e 28% atribuem ao cenário internacional.

O mercado financeiro ainda tem saudades do governo Bolsonaro. Nada menos que 80% acham que a equipe econômica do governo anterior era melhor do que a atual. Só 8% veem a equipe de Haddad melhor do que a de Paulo Guedes. Os gestores financeiros aparentemente se esqueceram que Guedes e seu time não “entregaram”, para usar uma palavra que eles gostam, o programa.

Não houve o alardeado “um trilhão de privatização”. Foi vendida apenas a Eletrobras, na undécima hora, e usando o modelo feito no governo Temer. Não foi feita a liberalização da economia. Não foi aprovada a Reforma Tributária, que só agora, no governo Lula, andou. O teto de gastos foi furado muitas vezes e houve pedalada nos precatórios. Se eles administram recursos alheios de forma tão enviesada quanto fazem suas avaliações políticas, os poupadores brasileiros estão perdidos.

Na pergunta da expectativa para a economia dos próximos 12 meses, 55% acham que vai piorar. No começo do ano esse número chegou a 78%, caiu para 21% em julho, e agora o grupo dos pessimistas voltou a ser maioria. O mercado sempre achou que a política econômica está na direção errada: 73% agora dizem isso, mas no começo do ano chegou a ser 98%. Em julho essa desaprovação havia caído para 53%. Agora voltou a subir.

Na primeira pesquisa, feita em março, só 2% achavam que a política econômica estava certa, subiu para 47% em julho, e agora caiu de novo para 27%. A falta de política fiscal é apontada por 77% como sendo a principal dificuldade da economia. Na avaliação da política anti-inflacionária, 56% acham que o governo não está preocupado com o controle da inflação, e 44% acham que está preocupado.

Vamos aos fatos: no começo do ano o mercado apostava que a meta de inflação não seria atingida, agora a mediana projeta que a inflação do ano ficará no intervalo de flutuação e continuará convergindo para o centro da meta nos próximos dois anos.

O quanto você confia em cada um desses políticos? Diante dessa pergunta apenas 1% disse que confia muito em Lula, 7% em Haddad. Já o governador de Minas, Romeu Zema, tem 42% de apoio, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem 51%. A maior taxa de confiança é conquistada por Roberto Campos Neto: 75%.

Sobre a eleição argentina, 33% acham que elas vão impactar a balança comercial, 67% acham que não impactam. Eles acham (41%) que o novo governo pode reduzir o comércio entre os dois países, e a maioria ( 59%) acha que a dolarização da moeda argentina pode elevar o custo das importações brasileiras.

Míriam Leitão/O Globo

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