Quando contador de Murilo Zauith, como homem da mais alta confiança do todo-poderoso dono da Unigran, o comandante Renato, ou professor Domingos Venturini, era um polivalente. Além de cuidar das finanças, pilotar a aeronave – daí o cognome Cmt. Renato, nas redes sociais – e do sacerdócio como professor Universidade do chefe, Domingos auscultava tudo o que podia sobre política, atividade à qual pretendia se dedicar, não apenas por influência de Zauith, mas pela vontade de servir a cidade que escolheu para viver e tocar seus negócios, primordialmente como contabilista. E foi assim, de tanto voar pra lá e pra cá, a negócios, em viagens particulares e, sobrevoando o Mato Grosso do Sul com o deputado estadual, depois federal, prefeito e vice-governador (por dois mandatos) Murilo que o piloto mirou na política. “Enquanto voava, mesmo diante das intempéries climáticas, às vezes guardado nas nuvens, ficava atento à sabedoria de deste amigo, acima de tudo, que nasceu para ser líder”, diz Venturini, reverenciando Zauith, a quem pretende, agora, substituir como candidato a prefeito. Ainda usando o jargão aeronáutico, Domingos promete voar baixo na periferia de Dourados, propondo uma administração de baixo para cima, que vá ao encontro dos mais prementes anseios da população. De saída do MDB, o comandante pretende disputar a sucessão de Alan Guedes pelo PDT, a convite do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, presidente nacional dos brizolistas.
Embromação – “Temos a certeza de que a população está cansada desse descaso, sem esperança de que Dourados pode melhorar. Somos nós, do PT, que temos condições de fazer Dourados voltar a sorrir, com dignidade e esperança”. O “modesto” blá blá blá do professor João Carlos, na Folha de Dourados, definiu mais uma das intermináveis plenárias do PT, para discutir a sucessão municipal, sábado passado. Joca do PT, o candidato que ficou em quinto colocado, não chegando aos dois dígitos, na disputa da prefeitura em 2020. Isto dá bem a dimensão do quanto partido de Lula continua à deriva na terra de seu Marcelino. Embromação, desta vez, para que o deputado federal Vander Loubet e o titio Zeca do PT, que é quem manda no partido, convençam a xiitada da necessidade de apoio à reeleição do prefeito Alan Guedes. Mesmo que isso custe a algum companheiro a condição de candidato camicase. Ou laranja, para os incautos, apenas para tentar pelo menos aumentar a bancada no Jaguaribe, até aqui com a solitária cadeira de Elias Ishy.
Barra forte – Vereador Elias Ishy, que continua com sua não menos solitária campanha como pré-candidato a prefeito. Alheio às negociações nem sempre republicanas da companheirada com a dita turma da direita, Ishy faz caminhadas pelo comércio e pela periferia; meio sem jeito iniciando nas mídias sociais e até frequentando a padaria do fuxico, na rua Cuiabá. Numa de suas últimas aparições no Instagram tentou mostrar a musculatura de sua campanha numa barra de alongamento num dos parques públicos da cidade.
Fora da casinha – “Dez homens e uma mulher no STF, num país em que mulheres representam 51,5% da população. Não dá para naturalizar esses números”. Frase, acreditem, sobre a indicação de Lula do ministro da Justiça Flávio Dino para o STF, é de outro petista, também colocado como pré-candidato a prefeito de Dourados. Tudo bem se não estivéssemos falando do tão badalado (candidato derrotado) “senador amigo do Lula”. Tiago Botelho. Ele mesmo, que preza tanto seu título de professor universitário, mais uma vez dando bicuda no Instagram. Posando de oposicionista, mesmo nomeado pelo próprio Lula para uma sinecura federal no âmbito estadual.
Fora de foco – Ainda a propósito da indicação do ministro Flávio Dino para o STF, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto está perdendo uma grande oportunidade de ficar calado. Antes de criticar indicação, o que não vai mudar coisíssima nenhuma na decisão do presidente Lula, Pedrossian Neto apequena o legado do avô, o maior de todos os governadores dos dois Mato Grossos, pois que deveria estar preocupado com as questões da província sobre a qual seu mandato pode fazer a diferença. Por exemplo, se debruçando sobre a – no mínimo equivocada, para não dizer mal-intencionada – proposta do Tribunal de Justiça enviada à Assembleia, que em vez atender aos reclames da população para baixar, pode aumentar ainda mais os já exagerados custos do serviço notarial no estado. Mais, outra proposta, do mesmo TJ, para aumento de salário. Dos desembargadores, claro, além de alguns jabutis nela embutidos, priorizando outros marajás do TJ.

Carona – Como um dos maiores vendedores de caminhões do Brasil, ninguém entende mais de carona do que ele. Foi assim que Archimedes Lemes Soares, o Ferrinho, aproveitou a inauguração do hospital da CASSEMS para apresentar seu companheiro de chapa na disputa da sucessão do prefeito Alan Guedes, ninguém mais ninguém menos que o renomado médico oncologista Davi Infante Vieira. Ferrinho aproveitou o palanque para circular entre a elite da classe médica e até posou para fotos com o vice-governador Barbosinha e o dono do evento, o presidente da CASSEMS, Ricardo Ayache.
Garoto-propaganda – Nas belíssimas imagens da CASSEMS para apresentar, na TV Morena, seu maior hospital do estado, inaugurado em Dourados semana passada, um paciente chamou a atenção: o tenente Pedro, bombeiro e ex-vereador em Dourados. A expectativa da companheirada é que ele esteja de volta ao batente logo, para ajudar o partido a melhorar sua representatividade no legislativo municipal.
