No último dia 23 participei de um evento que me deixou muito feliz. Foi a assinatura do convênio por meio do qual a Casa Paraguaia de Dourados, há mais de 20 anos situada nas imediações do bairro Altos do Indaiá, receberá um investimento total de R$ 1.854.000,00 do governo do Estado de Mato Grosso do Sul, na reformulação de toda a estrutura do local. É uma ação de grande alcance, pois aquele prédio nunca antes recebeu nenhum investimento para melhoria, muito embora a importância dos imigrantes paraguaios na formação cultural da segunda maior cidade do Estado.
É uma conquista que teve, desde o início, meu entusiasmo, pois sou mineiro de nascimento, mas douradense e sul-mato-grossense por opção, e ao longo de minha vida, tenho convivido com nossos irmãos paraguaios e seus descendentes, com suas tradições, cultura e costumes. Aliás, tive o privilégio de ser genro de um paraguaio, o Sr. Los Santos, que participava dos eventos promovidos pela comunidade brasiguaia em Dourados, como os bailes, os churrasquinhos, enfim, as festas, sempre muito alegre, que só “hermanos” sabem realizar.
O convênio que garante os vultosos investimentos na sede da Associação da Colônia Paraguaia de Dourados foi por mim proposto, há dois anos, ao então governador Reinaldo Azambuja e incorporado pelo hoje governador Eduardo Riedel, naquela época, ainda como secretário estadual de Obras.
Lembro-me como se fosse hoje. Eu estava participando da inauguração das obras de revitalização da Casa Paraguaia em Campo Grande, como resultado de investimentos do governo do Estado, da mesma forma como ocorreu também em Maracaju.
Na oportunidade, dirigi-me ao então governador Reinaldo Azambuja e disse a ele: governador, em Dourados também existe uma colônia paraguaia numerosa, e a estrutura que eles têm é precária, mantida principalmente com a realização de pequenos eventos. E a resposta que recebi foi a de que eu poderia conversar com os dirigentes da Associação e, caso eles quisessem, eu poderia assumir o compromisso de promover ali uma completa revitalização.
Assim fiz e a resposta da diretoria não poderia ser outra: “vamos fazer tudo o que for preciso para viabilizar o convênio, porque apenas com as promoções que fazemos, nunca teremos recursos para uma obra tão dispendiosa e necessária”. E ntão, no segundo semestre do ano de 2021, iniciamos os encaminhamentos para a elaboração do projeto arquitetônico e de engenharia, os orçamentos, etc. Dois anos se passaram, muitos desafios foram transpostos, até que o convênio foi finalmente assinado.
Minha alegria durante a solenidade de assinatura, onde entre conversas com queridos amigos e degustação da inigualável sopa paraguaia, pude constatar que estamos no caminho certo, ao valorizar e reconhecer que muito do que Dourados se transformou, é resultado da miscigenação cultural, com a contribuição inegável dos irmãos paraguaios.
Na verdade, sou um apaixonado pela música, comidas típicas como chipa, sopa paraguaia, churrasco com mandioca, pucheiro, entre outras manifestações da colunaria desse povo, como por exemplo, o tereré. A reconstrução da sede da Colônia Paraguaia, é, em suma, é uma homenagem a essa comunidade que hoje soma cerca de 30 mil pessoas em Dourados e que é presença inquestionável na história de nossa cidade.
Geraldo Resende – Médico e deputado federal (PSDB-MS)
