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sábado, outubro 5, 2024

O salve-se quem puder para vereador

Disputa sempre acirrada para o Jaguaribe já está nas ruas e nas padarias

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Diz a sabedoria popular que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. Assim, por trás de um grande presidente da República, mais que uma Janja, uma grande base no Congresso, mesmo que seja com um Centrão!; por trás de um grande governador, uma grande Assembleia, como a do MS, onde Eduardo Riedel tem praticamente a unanimidade; não muito diferente do grande (por enquanto só na estatura física) prefeito Alan Guedes, que se não tem uma grande base tem o apoio seguro de treze dos dezenove membros do Jaguaribe, o que garante uma – pelo menos ali – tranquila governabilidade. Com isso, e sem o Ministério Público à sua porta, o prefeito vem tendo tranquilidade para fazer as ditas entregas de sua administração, embora com um pouco de atraso, por conta da herança “maldita” de Délia Razuk. E assim, dando-se ao direito de começar a rascunhar o projeto de recandidatura e até já ousando desafiar seus adversários garantindo que vai provar na campanha que seu legado é a sua grande credencial para continuar na cadeira por mais quatro anos. Isso acontecendo, Alan enterra, de vez, a velha guarda que tentou impedir sua eleição quatro anos atrás e que continua insistindo no caciquismo e no clientelismo como forma de fazer política. Aos números, pois.

Muro tucano – Maior bancada na Câmara, o PSDB do governador Eduardo Riedel terá que fazer 30 mil (seis mil votos para eleger um) dos esperados 130 mil votos válidos, para continuar com seus cinco vereadores. Desses, três são de oposição ao prefeito – Diogo Castilho, Juscelino Cabral e Márcio Pudim. Pastor Sérgio Nogueira e Rogério Yuri, como bons tucanos, sempre em cima do muro, ora apoiando, ora não. Mas essa oposição pode virar pó na hora em que a parceria administrativa entre governo e prefeitura se transformar em logística de campanha.

Oposição – De oposição, de verdade, Alan Guedes deve considerar apenas os efeitos do sempre coerente discurso do republicano Fábio Luís e a estridência da ex-aliada Tânia Cristina. Mas nada que tire o sono do prefeito. Nem mesmo o não menos coerente discurso do veterano petista Elias Ishy deve causar problemas à recandidatura de Guedes, já que o PT hoje faz parte da administração municipal, depois da posse de Joaquim Soares, indicado pelo deputado Vander Loubet, na Secretaria de Agricultura e pesca.

Âncora – Independente dos números e de como as pedras serão mexidas nesse tabuleiro com o troca-troca partidário daqui para abril, o prefeito Alan Guedes, uma vez mantida a parceria até aqui muito bem-sucedida com o presidente Laudir Munaretto, pode ampliar essa base de apoio e chegar na campanha muito próximo, também, da unanimidade. É que nesses quatro de presidência Laudir não só vem enfrentando com habilidade os obstáculos dessa legislatura, como a problemática reforma do prédio do legislativo, mas atuando como interlocutor junto ao prefeito para demandas mais espinhosas, não apenas em negociações políticas como para domar alguns insubordinados da imprensa.

O salve-se quem puder para vereador
Os pré-candidato Neury de Paula e José Nunes, “cercando” o ex-vice-governador Murilo Zauith, na Padaria Pão Dourado (foto: Valfrido Silva)

Órfãos – Uma vantagem que Alan deve tirar dessa articulação de Laudir, por exemplo, é quanto ao “recrutamento” dos vereadores Jânio Miguel e Liandra Brambilla. Ambos eleitos pelo extinto PTB do finado Getúlio poderiam ser um reforço ao PP do prefeito, que deve perder a “mui companheira” Tânia Cristina. A menos que Liandra, cujo mandato pertence à família Razuk, e Jânio prefiram continuar nas hostes “trabalhistas”, mas aí tendo que arriscar no novo partido que saiu da fusão PTB-Patriota, o PRD (Partido Renovação Democrática), comandado no estado pelo senador cassado Delcídio do Amaral e que tem o ex-vereador Júnior Teixeira como pré-candidato a prefeito. Neste caso, na companhia do até aqui solitário representante do Patriotas, o vereador Daniel Júnior. Isto se Daniel não optar também pelo PP do prefeito Alan Guedes, até por sua condição de evangélico, banda do eleitorado bolsonarista que deve descarregar os votos em Alan Guedes, por conta dos salamaleques do ex-presidente ao prefeito no final do ano passado em Brasília.

Solidariedade – Muito mais em reconhecimento ao sentido da palavra do que pelo nome do partido a que pertencem, os vereadores Cemar Arnal e Marcão Sepriva também devem fazer parte do bloco de apoio ao prefeito Alan Guedes. Via Laudir ou via família Razuk. Cemar, como plenipotenciário primeiro-secretário da Casa, o homem que assina os cheques com Laudir, e Marcão pela segurança dos Razuk no próximo período legislativo, ao lado de Liandra.

Solitário – Juntos podemos mais. Nessa linha de pensamento o vereador Marcelo Mourão deve abrir mão da sigla cujo nome, por si só, não lhe assegura mais a recondução ao cargo, para juntar forças com a colega Daniela Hall, também solitária no PSD da família Trad, que está ladeira abaixo na política estadual. E assim, ambos se somando, também, ao PP do prefeito Alan Guedes, de quem Daniele é secretária de Assistência Social. Com isso, tadinho, o suplente tio Bubi teria que se virar nos trinta e multiplicar pelo menos por dez seus 300 votos para tentar uma rebarba e voltar como titular.

O salve-se quem puder para vereador
Kátia Gomes e a senadora Tereza Cristina (foto: Facebook)

Caroneiros – Três dos nobres edis estão em situação bastante confortável, a depender, no entanto, do futuro de seus “padrinhos”. Creusimar Barbosa, do União Brasil, pupilo de Murilo Zauith; Olavo Sul, no MDB de André Puccinelli, portanto na esteira de Laudir Munaretto, e Maurício Lemes Soares. Este, em que pese a sinuca de bico, já que é da base de sustentação de Alan Guedes mas seu pai, Archimedes Ferrinho, um dos pretendentes à cadeira do prefeito.

Renovação – Diante desse quadro não há pesquisa que possa apontar um rumo. Muito menos as famigeradas enquetes. E ai daqueles que acreditam nesse tipo de conto da Carochinha. Até porque nomes de peso começam a despontar, com apoios significativos. Como o do presidente da União Douradense de Associações de Moradores, a UDAM, José Nunes, novo xodó do empresário Murilo Zauith; de Neury de Paula, outro líder de bairro, com reduto nas sitiocas e que também anda assediando Zauith, além de Karla Gomes, defensora da causa animal, que nas eleições passadas teve mais do que consideráveis setecentos votos e que vem para mais uma disputa com o apoio de potenciais padrinhos, como o deputado Zé Teixeira e a senadora Tereza Cristina. São apenas três exemplos dos que estão largando na frente e já trabalham freneticamente para se sentarem, senão numa das atuais dezenove cadeiras, numa das duas novas que vão se abrir para a próxima legislatura.

Correndo por fora – Além desses medalhões, as surpresas, de sempre, ficam por conta de figuras carimbadas, que trabalham longe dos holofotes. É o caso do ex-presidente da Câmara e ex-vice-prefeito Carlinhos Cantor. Banido da política pela Uragano, mas se dizendo dono do “Avante”, ele vem se articulando com o também ex-presidente da Câmara Raufi Marques, de quem é parceiro em projetos habitacionais, prometendo emplacar, além de seus prepostos na Câmara, também um candidato a vice-prefeito. Que seja de Ferrinho ou de Júnior Teixeira. Outro, com experiência na cadeira de Alan e também na Câmara, Braz Melo, insiste em não deixar morrer seu velho “manda brasa”, o MDB do finado Ulysses Guimarães. Para tanto, trabalha para, pelo menos, reeleger Laudir Munaretto e Olavo Sul.

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