O deputado federal Delegado Éder Mauro (PL-PA), presidente do PL no estado, lidera as intenções de voto para a prefeitura de Belém, de acordo com o Instituto Paraná Pesquisas. Divulgada nesta quarta-feira (13), a pesquisa demonstra o favoritismo do parlamentar, que acumula vantagem de 10 a 13 pontos percentuais sobre os seus adversários, nos três cenários simulados.
Membro da bancada dos bolsonaristas da bala e conhecido por uma postura agressiva na Câmara, desde xingamentos no plenário a ataques diretos, como na CPI do MST, o congressista também coleciona outras declarações que chocaram seus colegas. Em maio de 2021, o parlamentar, que é delegado da Polícia Civil, admitiu ter praticado vários homicídios durante discussão com deputadas.
“Pode se fazer de vítima, espernear, fazer o cacete nessa porra dessa sessão (…) E vou dizer mais, senhoras deputadas de esquerda: eu, infelizmente, já matei sim, não foi pouco, não, foi muita gente. Tudo bandido. Queria que estivessem aqui para discutir olho no olho. Vão dormir e esqueçam de acordar!”, disse o bolsonarista, que antes havia chamado Maria do Rosário de “Maria do Barraco”, em meio a protestos de deputadas.
O caso resultou em abertura de processo no Conselho de Ética contra Éder Mauro. O pedido do Psol, no entanto, não prosperou. Um ano antes, em discussão com Glauber Braga (Psol-RJ), o deputado já havia admito ter matado “muita gente”.
Na mesma de maio de 2021, Eder Mauro disse que uma fala da deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) “estava chata pra porra”. Chamado de machista, ele retrucou de forma irônica: “Sou casado com uma mulher, não com uma barata. E sou filho de uma mãe, não de uma chocadeira. Não tenho medo de vocês, deputadas”. “Esse é o grande problema, aqui e nas comissões, eles [a oposição] tentam dominar tudo. Conseguem nos chamar de assassino, torturador, fascista, genocida e o cacete a quatro e temos que aceitar.”
Ainda em 2021, ele foi condenado pela 1a Turma do Supremo Tribunal Federal por ter difamado o ex-deputado Jean Wylly, com a edição de um vídeo, que induzia o espectador a concluir que ele era racista. “Houve uma reação muito grave a essa suposta fala do deputado Jean Wyllys. O vídeo, o trecho cortado, foi publicado no Facebook”, criticou o relator, Luiz Fux. “Essas pessoas acham que podem tudo nas redes”, criticou Alexandre de Moraes. Ele foi condenado a um ano de detenção em regime aberto, pena convertida em pagamento de 30 salários mínimos a Jean Wyllys.
Em entrevista para um podcast chamado PodDalhe, o deputado se orgulhou de não responder a nenhum processo por corrupção, dizendo que apenas enfrenta na Justiça casos de homicídio, tortura e invasão de propriedade.
Além de Éder Mauro, Belém tem outro deputado federal no páreo, José Priante (MDB-PA). O parlamentar, porém, deve disputar a indicação do MDB com o deputado estadual Zeca Pirão. Priante é primo do governador Elder Barbalho (MDB).
Pedro Sales/Congresso em Foco