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sábado, setembro 7, 2024

O marketing que abunda também afunda

De altos e baixos na carreira política, radialista garante que agora vai, para seu maior desafio: ser candidato a prefeito de Dourados

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Depois de começar sua já longa caminhada na política perdendo a primeira eleição para vereador, mas elegendo-se na segunda, o radialista Marçal Filho exerceu quatro mandatos como deputado federal, dois deles eleito outros dois como suplente (o primeiro de André Puccinelli, o segundo de Waldir Neves). Nesse entremeio perdeu mais uma eleição, a de vice-governador, na chapa encabeçada por Marisa Serrano, contra Zeca do PT. Depois, num raro momento de humildade, voltando a se candidatar a vereador, de onde tentou refazer o caminho ao Congresso passando primeiro pela Assembleia Legislativa. Como gostou de ser deputado estadual, tentou um segundo mandato, mas foi derrotado, embora como o candidato mais votado em Dourados. Agora, deve ir para o mais difícil desafio de sua trajetória, depois de muitas desistências, a tão alardeada candidatura a prefeito de Dourados.

Numa entrevista ao jornalista José Henrique Marques, hoje diretor da folha de dourados, mas no início deste século, no jornal O Progresso, cometi um dos maiores equívocos como pseudo-marqueteiro. Uma afirmação tão forte que virou manchete: “Marçal Filho vai ser tudo o que quiser na política”. Quebrei a cara. Não sei se porque à época ele ainda tinha alguma consideração por mim, acreditando na “profecia”, ou por dali em diante começar a “se achar”, acomodando-se com a condição de mito até então ostentada (tempo em que andava com uma entourage só menor que a de Michael Jackson), mas tudo levando a crer que a bancarrota começou mesmo durante a Operação Uragano, quando foi flagrado pedindo dinheiro – “e eu gosto é de muito dinheiro”, conforme consta nos autos do processo da Polícia Federal – para não disputar a sucessão de Ari Artuzi.

Marçal Filho é, pois, um dos maiores exemplos da importância do marketing, da mesma forma o quanto isso é perigoso, quando é malfeito ou mal-usado. No caso do marketing eleitoral, principalmente, a importância da responsabilidade em ter noção do que se está prometendo, para o caso de se cumprir tudo lá na frente, principalmente neste caso, de um cargo executivo de tamanha envergadura como é o de prefeito da segunda maior cidade do estado.

Responsabilidade ainda maior, por sua condição de radialista, crítico contumaz de todas as administrações, porque terá a obrigação que fazer diferente caso venha a assumir a cadeira hoje de Alan Guedes. Não bastando, pois, o cumprimento do que o marketing de sua eventual campanha venha a propor, mas mostrando que ele é, de verdade, o cara, capaz de fazer em quatro anos o que os últimos prefeitos não conseguiram em quarenta.

Independentemente das injunções partidárias que dificultam a ida do tucano redivivo à convenção partidária, em que pese a força do “azambujismo” representado em Dourados pelo coronelismo do deputado Zé Teixeira, o radialista Marçal Filho tem um exemplo de vida que certamente faz o pré-candidato Marçal Filho perder noites de sono. O de seu padrinho (de batismo e no rádio), Jorge Antônio Salomão, o homem do programa “A bronca”, que, assim como ele, desancava a administração municipal, só por isso eleito prefeito, mas também por isso passando à história como um fiasco como administrador público. Tanto que depois da desastrada administração “seu Jorge” retornou ao rádio, aí precisando até mudar o nome do programa para “Falando Sério”, uma tentativa de ter de volta a credibilidade perdida como prefeito.

Como a pauta aqui foca o marketing eleitoral ante a aproximação de mais uma disputa para a prefeitura, como a história vem se repetindo sistematicamente e a classe política insistindo em repetir os mesmos erros, daí às “surpresas” dos últimos pleitos, não custa relembrar os dois maiores exemplos de marketing que abundou em campanhas eleitorais mas que afundou seus protagonistas que lá na frente não conseguiram cumprir tudo o que prometeram.

Antônio Braz Genelhu Melo, eleito prefeito com o melhor marketing da história de todas as campanhas eleitorais, com a primeira administração bombando pela eficiência desse mesmo marketing (a implantação do CEU [escola de tempo integral] foi seu carro-chefe) mas sucumbindo na segunda porque não conseguiu repetir o sucesso da primeira gestão, aposentando da política como vereador cassado por conta do fracasso naquele retorno (eita palavrinha amaldiçoada!).

Ari Valdecir Artuzi, o fenômeno, de carreira meteórica, de vereador a prefeito, passando pela Assembleia Legislativa, no segundo mandato o deputado mais votado da história. O próprio marketing ambulante, mas neste caso ficando a incógnita por ele não ter tido tempo de concluir sua administração, em consequência da devassa da Operação Uragano.

Um terceiro caso, atípico também, desses equívocos, o de Murilo Zauith. Empresário bem sucedido, mesmo visto como a panacéia que Dourados precisava, só conseguiu se eleger na terceira tentativa, depois de perder para o petista Laerte Tetila e para Ari Artuzi. Assim mesmo numa “baba”, no pós-uragano, dando-se ao luxo de poder escolher seus adversários, embora quase surpreendido por Keliana Fernandes na reeleição. Tudo isso porque, mesmo com todo o conhecimento da ferramenta, Zauith sempre deu de ombros com os profissionais da área. Tanto que como prefeito até dispensou uma assessoria profissional de comunicação social, daí o porquê da imprecisão quanto a avaliação de sua administração.

Como os tucanos estão cantando vitória, do jeitinho que fizeram com Geraldo Resende e Barbosinha, nas eleições anteriores para a prefeitura, com o pré-candidato todo refestelado, já, nas redes sociais, e até para evitar o contraponto ao direito de todo jogador de futebol que faz três gols numa única partida de pedir música no Fantástico, que se atentem aos exemplos da história. E que Marçal Filho, como bom radialista que é, abunde também em competência caso consiga virar prefeito, para que não afunde como Jorge Antônio.

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