Será que o bonitão aí da foto é verdadeiro ou falso? Milagre da cirurgia plástica ou mais um produto, já, da Inteligêcia Artificial que promete revolucionar não apenas textos jornalísticos, mas também ilustrações, modificar a imagem e, principalmente, a voz humana? Verdadeiro ou falso, não é que ele se parece uma barbaridade com o jornalista Eleandro Passaia? Aquele, com rosto mais assimétrico, secretário de governo que traiu o prefeito de Dourados, Ari Artuzi, para se beneficiar de uma delação premiada, durante a Operação Uragano e, assim, livrando-se da cadeia, onde acabou o chefe, o vice-prefeito Carlinhos Cantor, quase toda a Câmara de Vereadores e a maioria dos secretários municipais, além de empreiteiros e empresários.
Daí o título do post remeter aos “insubordinados da imprensa” termo que surgiu justamente num dos muitos flagrantes de Eleandro Passaia, o delator daquela operação policial que fez uma devassa na política douradense, quase quinze anos atrás. Fosse hoje, Passaia não precisaria de uma providencial ajudinha da Polícia Federal para concluir com êxito o trabalho iniciado a mando do próprio Artuzi, tentando flagrar vereadores e empresários; corruptos e corruptores, o que provocou um e efeito dominó na política da terra de seu Marcelino, a prefeitura ficando à deriva, precisando assumir o juiz diretor do Fórum, Eduardo Rocha; na Câmara, sendo convocados os suplentes. A Inteligência Artificial teria facilitado em muito a do X-9 douradense, quem sabe até escapasse da tal “colaboração premiada”.
Isto porque a revolução tecnológica promovida pela Inteligência Artificial está impactando diversas áreas, não apenas o jornalismo. A capacidade de coletar, analisar e produzir textos de forma rápida e eficiente levanta questões sobre o futuro desses profissionais. Mas, até que ponto a IA pode substituir jornalistas humanos? Será que ela terá um dia a “picardia” de algum desses “insubordinados” da imprensa ou ensinará o tal do “pulo do gato”, como dizia meu editor de imagens Eder Montiel? A propósito dos algoritmos aqui referidos, olha só o que é a história, foi o mesmo Montiel quem trouxe Passaia para trabalhar comigo na campanha eleitoral de Artuzi, onde tudo começou.
A IA já está sendo usada em várias frentes. Ferramentas de automação, como o Wordsmith e o Heliograf, produzem textos para relatórios financeiros, resultados esportivos e outras notícias de dados pesados, como os que Passaia estava colecionando até mudar de lado, quando deixou de gravar a mando de Artuzi para, passando a fazer o serviço sujo sob a orientação da Polícia Federal.
Além da velocidade, a IA também traz eficiência na coleta e análise de dados. Algoritmos avançados podem vasculhar grandes volumes de informação – como os romaneios onde os funcionários de uma empreiteira anotavam o quanto era superfaturado em obras das famigeradas operações tapa-buracos – identificando padrões e extraindo insights que talvez passassem despercebidos para jornalistas humanos, até mesmo dos “insubordinados”. Isso é particularmente útil em investigações jornalísticas complexas, onde a análise de dados pode revelar conexões ocultas, como as da Uragano.
Apesar dessas vantagens, entretanto, a IA ainda enfrenta limitações significativas. A criação de textos jornalísticos de alta qualidade envolve mais do que apenas a apresentação de fatos; ela requer um entendimento profundo do contexto, nuances culturais e um senso de empatia, que até agora ela não conseguiu replicar completamente. Ou seja, não adianta apelar ao S.O.S lá no GPT se falta tutano na hora da edição desse material.
A “picardia” ou o “pulo do gato” são expressões que remetem a momentos de inspiração e intuição que muitas vezes definem o trabalho de um jornalista humano. Esses momentos de genialidade podem surgir de uma combinação de experiência, criatividade e uma compreensão intrínseca do que será relevante e impactante para o público. A IA, embora possa simular padrões de linguagem e estilo, ainda não consegue replicar a profundidade emocional e a originalidade que vêm da experiência humana.
O Futuro do Jornalismo
A IA certamente revolucionará o jornalismo, mas não necessariamente substituirá os jornalistas humanos. Em vez disso, o futuro provavelmente verá uma colaboração cada vez mais estreita entre humanos e máquinas. A IA pode assumir tarefas repetitivas (e aqui que muitos coleguinhas neófitos caem do cavalo) e baseadas em dados, liberando os jornalistas para se concentrarem em investigações mais aprofundadas, análises complexas e na produção de conteúdo que requeira uma sensibilidade humana.
Moral da história, a substituição completa de profissionais humanos ainda parece distante, pois a criatividade, a intuição e a empatia continuam sendo elementos fundamentais que a IA não consegue replicar integralmente. Ainda mais quando se trata de profissionais “insubordinados”. Mas uma verdadeira revolução virá da combinação da força da tecnologia com as qualidades únicas dos jornalistas de carne e osso, criando um cenário onde a tecnologia potencializa o trabalho humano em vez de substituí-lo. Como neste texto, construído não sei a quantas mãos, mas basicamente prevalecendo sempre um hercúleo esforço de imaginação. Como neste texto, por exemplo, construído não sei a quantas mãos, mas basicamente prevalecendo sempre um hercúleo esforço de imaginação. Com ou sem picardia, só não posso contar o “pulo do gato”, até porque tudo o que escrevo desconfio ser ditado por alguém “lá de cima”, com quem precisaria dividir os louros.