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sábado, outubro 5, 2024

As vantagens de Alan Guedes e Tiago Botelho no vestibular eleitoral de 2024

Professor petista pode usar bandeira da UFGD, trazida por seu vice Tetila, no governo Lula, para o retorno do PT à prefeitura

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A analogia de hoje das eleições deste ano em Dourados com uma prova de vestibular foi inspirada no que poderia ser apenas mais uma fake News bolsonarista, “informando” que Luiz Inácio Lula da Silva é médico formado pela faculdade de Teófilo Otoni, com base numa fala do presidente da República lembrando que “fez a faculdade de medicina” naquela cidade mineira. Isto porque, na mesma linha, Lula também “fez medicina em Dourados” quando implantou a UFGD – a Universidade Federal da Grande Dourados), onde é professor o petista Tiago Botelho, que surgiu na política dois anos atrás como candidato a senador amigo do “médico” Lula. Neste contexto, Botelho se apresenta como um dos mais fortes concorrentes do prefeito Alan Guedes, também professor universitário, só que da vizinha UEMS, a Universidade cujo sonho dourado do professor e deputado Celso Muller do Amaral foi transformado em realidade pelo governador Pedro Pedrossian.

Supondo-se a eleição um vestibular, onde o tema da redação fosse a obra prima “O Príncipe”, do italiano Nicolau Maquiavel, uma espécie de catecismo para quem se aventura na política, Alan Guedes ou Tiago Botelho poderiam ganhar de estirada. O atual prefeito pela aplicação do conceito maquiavélico de sua gestão, com ações tidas como impopulares no início, mas agora colhendo os frutos pelo resultado obtido com a  distribuição gradual dos benefícios – o que só não vê quem não quer – com isso garantindo a estabilidade de poder (leia-se reeleição), pela melhora de sua imagem perante o eleitorado. Botelho pela lógica do conhecimento que tem, não apenas como professor e doutor em Direito Socioambiental, mas também como historiador, tal qual seu candidato a vice, Laerte Tetila, um dos idealizadores da UFGD.

Claro que como advogado e historiador Botelho deve ter lido Maquiavel, embora com um vice do gabarito de Tetila nem precisasse, pois como prefeito (1999-2008) seu colega professor deu uma lição, não necessariamente como a do príncipe de Florença, com coisas “cruéis” no começo para depois faturar politicamente, mas, desde o início, dialogando com a sociedade, daí conseguindo extrair a síntese das prioridades da população, como a instalação do primeiro Shopping Center, do Centro de Convenções e do Pavilhão de Eventos, a ativação do aeroporto municipal e, a grande marca de sua administração, a UFGD, o que só foi possível graças ao alinhamento dos governos do município com o estadual (Zeca do PT) e federal (Lula da Silva).

Paralelamente a isso, sem tergiversação quanto ao básico, como a manutenção e ampliação da malha asfáltica, dos serviços de saúde e educação e, em que pese a polêmica da coincidência dos nomes dos conjuntos habitacionais, todos como o nome de Estrela, como a do símbolo do PT, da mesma forma quando renovou a frota da administração com veículos da cor vermelha e com placas final 13. Lembrando, a propósito, que o único “grande escândalo” da administração Tetila foi um caminhão caçamba oferecido como prêmio para quem pagasse impostos em dia. Só que, um caminhãozinho de brinquedo. Coisa de assessores deslumbrados, que não devem ter lido “O Príncipe”, mas que rendeu uma matéria no Jornal Nacional, da TV Globo.

No vestibular das Universidades os temas das provas são definidos com base em vários critérios e processos, como currículo nacional, conteúdo programático, relevância acadêmica, tendências educacionais, com consulta a professores e especialistas, mas também levando em conta contextos regionais e particularidades locais. E, aqui, entrando as questões do vestibular da política.

Como o das Universidades, um vestibular que requer um mínimo de escolaridade, principalmente porque neste sobra espaço para temas indigestos. Além do Bê-á-bá das necessidades básicas da população, denúncias de corrupção, onde se puxa a tal da capivara dos postulantes, pauta de costumes com suas minúcias, com assuntos delicados como a homofobia, o feminicídio e a violência contra a mulher. E é aí que o bicho pega, com candidaturas como a do tucano Marçal Filho, da novata Gianni Nogueira e até mesmo dos polêmicos Archimedes Ferrinho Lemes Soares e Bela Barros podendo ser colocadas em xeque. Nesse bolo, até Júnior Teixeira, para quem a eleição é oportunidade de desagravo, não apenas dele como dos companheiros de calvário uragânico, a maioria prontinha para subir num eventual palanque do tucano Marçal Filho, patrocinado pelo não menos polêmico Zé Teixeira, representante do coronelismo azambujista na região.

A exceção, o farmacêutico Racib Harb, muito mais pela condição de eterno denunciador dos malfeitos de todas as administrações, desde que nesse vestibular não caia alguma questão quanto à incoerência do partido pelo qual vai disputar desta vez, que nasceu para ser novo, mas que se tornou velho, arcaico, depois de aderir ao bolsonarismo-golpista.

Por fim, assim como Che Guevara nunca teria dito a famosa frase “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” (“É preciso endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura”), Nicolau Maquiavel também não ensinou que “os fins justificam os meios”, embora essa ideia possa ser extraída de uma interpretação superficial de “O Príncipe”. O conceito é uma simplificação de seus pensamentos sobre a política e a governança, mas não uma citação exata de seus escritos. Fosse esse o tema da redação do vestibular para ser prefeito de Dourados, aí, sim, há que se concordar, Marçal Filho seria o sucessor de Alan Guedes.

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