Quando comemoramos, com orgulho e responsabilidade social, o Dia do Comerciante neste 16 de julho seria de bom tom fazermos uma breve reflexão sobre o ontem e o amanhã da nossa atividade. O hoje nós conhecemos muito bem com os nossos próprios olhos, labuta diária, suor e lágrimas.
Ou seja: como chegamos até aqui e para onde iremos como uma economia terciária vital para o desenvolvimento de uma cidade promissora como Dourados.
O comércio aumentou com o crescimento das cidades e esse fenômeno se verifica a partir da Idade Média com os mercadores errantes se reunindo próximos aos muros de uma fortaleza ou à sombra da catedral como nos ensina Leo Huberman em História da Riqueza do Homem (17ª. Edição, 1981, Zahar Editores, RJ, p. 36).
(…) Mas o comércio, por sua própria natureza, é dinâmico, mutável e resistente às barreiras. Não se podia ajustar à estrutura feudal. A vida na cidade era diferente da vida no feudo e novos padrões tinham que ser criados”. (Ibidem, p 37).
Continuando no parágrafo seguinte: “(…) Eles aprenderam a lição de que a união faz a força. Quando viajavam pelas estradas, juntavam-se para se proteger contra os salteadores; quando viajavam por mar, associavam-se para se proteger contra os piratas; quando comerciavam nos mercados e feiras, aliavam-se para concluir melhores negócios (…). Agora, face a face com as restrições feudais que os asfixiavam, mais uma vez se uniram, em associações chamadas ‘corporações’ ou ‘ligas’, a fim de conquistar para suas cidades a liberdade necessária (…)”.
Vejam só que fragmento interessante! Até parece que, em certa medida, continuamos na Idade Média…
Agora vamos olhar adiante: “De forma resumida, podemos dizer que o futuro do varejo é a internet, mais especificamente o e-commerce. E isso quem prova é o Google, que constatou que até 2025, as compras online vão representar quase metade das compras no varejo (39%)”.
Em artigo de Marcela Couto, O que esperar do futuro do varejo: 12 tendências, ela cita de forma brilhante o advento da Realidade Aumentada (RA), Realidade Virtual (RV), Social Commerce, Inteligência artificial nas compras, Chatbots, Varejo digital, Lojas autônomas, Economia da recorrência, Robótica na logística, Criptomoedas como meio de pagamento, Metaverso e Conversational commerce.
Pois bem: essa é uma forma, a nosso ver, de homenagear nossos parceiros comerciais em tempos de mudanças tão rápidas e lembrar também do Patrono do Comércio Brasileiro: José Maria da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu.
Particularmente, sem mais delongas, depois dessa rápida pesquisa fico imaginando o meu empreendimento (a nossa padaria), começando a absorver toda essa mudança tecnológica, o cafezinho, o pãozinho francês e nossa animada clientela e amigos desfrutando do tudo de bom que há por vir. Certamente o amanhã vai ser melhor que o ontem e o hoje. Pelo menos é isso que esperamos.
Aos comerciantes (empresários) de hoje, lembre-se que a união é a força fundamental para o progresso, parabenizo-os pela iniciativa de empreender e nessa data convido-os a fortalecer nosso sindicato, se associado a ele.
em tempo:
. . .a figura do comerciante foi extinta com a edição do Código Civil de 2002, substituindo-a pelo empresário. O art. 966, do Código Civil, define empresário como aquele que “desenvolve atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.
Everaldo Dias Leite/Presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (SINDICOM)