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segunda-feira, junho 16, 2025

Furacão Milton varre a Flórida, nos EUA

Antes mesmo de atingir o continente, o furacão estimulou uma série de tornados na parte central e no sudeste do estado, com registros de mortes

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O furacão Milton atingiu a costa da Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, como uma tempestade de categoria 3, com ventos de 193 km/h e inundações de até 2,1 metros de altura, mas um hora depois caiu para a categoria 2, com ventos de 177 km/h . Por volta de 1h30 (2h30 no Brasil), durante a passagem por Tampa, os ventos já baixavam para 144km/h, configurando categoria 1. A maior preocupação, no momento, são as fortes chuvas e o risco de inundações, que já atingem várias cidades. Uma onda de tornados também causa estragos. Na cidade de Fort Pierce, os ventos causaram mortes.

O perigo das rajadas de vento levaram as autoridades de Tampa a suspenderem os serviços de emergência até que seja seguro para os socorristas. Ao menos 400 mil pessoas estão sem energia na cidade, segundo a chefe dos bombeiros da cidade, Barbara Tripp, em entrevista à CNN americana.

Autoridades do condado de Martin, na Flórida, afirmam que foram registrados vários feridos e dezenas de casas foram danificadas à medida que o furacão Milton atinge o estado com ventos fortes, chuva intensa e tornados prejudiciais.

Antes mesmo de tocar o solo, o furacão provocou uma série de tornados na parte central do estado, onde está localizada a cidade de Orlando, e no sudeste. Imagens da ventania viralizaram nas redes sociais. Segundo autoridades, diversas mortes foram registradas numa comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce durante a onda de tornados, mas ainda não foram divulgadas mais informações nem o número de vítimas.

Segundo o jornal The New York Times, equipes de busca e resgate estão atuando sem parar na tentativa de encontrar vítimas no local, mas segundo Tonya Woodworth, porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de St. Lucie, ainda não estava claro quantas pessoas morreram.

Além dos ventos, autoridades temem as chamadas “storm surges”, ou marés de tempestades, que acontecem quando a água do oceano é empurrada para a costa pelos ventos — historicamente, esta tem sido a principal causa de morte por furacões. Se a onda ocorrer durante a maré alta, pode ter efeitos de longo alcance. Segundo o NHC, elas podem atingir entre 2,7 e 3,8 metros.

Na Baía de Tampa, a água está recuando conforme o furacão de desloca para o sul. Autoridades locais, no entanto, alertaram a população para os riscos fatais para os curiosos em ver o fenômeno de perto: “Não entre na água que está recuando na Baía de Tampa. A água voltará com a maré de tempestade e representa um risco de morte”, disse a Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida.

Zonas de seis condados do estado receberam ordens de evacuação obrigatórias, enquanto outras estão sob alerta de emergência. A situação mais dramática é na costa oeste, onde está localizada a Baía de Tampa, onde estão cidades grandes como Clearwater e Saint Petersburg. Na cidade de Tampa, o parque Busch Gardens fechou as portas diante da proximidade do furacão. Em outros pontos turísticos da costa da Flórida, como Venice, moradores também estão procurando abrigos.

De um total de 67 condados, 51 estão sob estado de emergência e 15, com uma população combinada de 7,3 milhões de pessoas, receberam ordens de retirada por causa da tempestade — que registrou a intensificação mais rápida da História e ameaçou inaugurar uma nova categoria máxima, a de número 6, com ventos de mais de 307 km/h.

Rota do furacão Milton — Foto: Editoria de Arte / O Globo
Rota do furacão Milton — Foto: Editoria de Arte / O Globo

Horas antes da chegada da tempestade, cerca de 300 mil clientes ficaram sem energia, conforme dados do Poweroutage.us, que rastreia e monitora em tempo real as interrupções de eletricidade nos Estados Unidos . A maioria ocorreu na Costa do Golfo, afetando dezenas de milhares de clientes nos condados de Pinellas, Hillsborough e Manatee.

Diante da aproximação da tempestade, o governador Ron DeSantis anunciou na manhã desta quarta-feira que 150 abrigos de emergência foram abertos em todo o estado, atualmente abrigando cerca de 31 mil pessoas, mas com capacidade para quase 200 mil.

— Tudo o que pedimos, a administração aprovou — disse DeSantis após conversar com o presidente Joe Biden sobre as necessidades do estado.

Na véspera do furacão tocar o solo americano, Biden classificou a tempestade como a “pior do século” a atingir a Flórida. Há menos de duas semanas, outro furacão, Helene, também de categoria 3, varreu o Sudeste dos EUA, deixando um rastro de destruição e 227 mortos. A mortalidade do Helene só perdeu para o Katrina, de 2005, que fez mais de 1,8 mil vítimas e também tocou o solo como categoria 3.

— Eu peço a todos, a todos atualmente localizados no caminho do furacão Milton que escutem as autoridades locais e sigam as instruções de segurança — disse Biden, durante um pronunciamento na Casa Branca na terça. — Se vocês estão sob ordem de evacuação, devem sair agora. Agora, agora, agora. Vocês já deveriam ter saído. É uma questão de vida ou morte.

Cerca de 8 mil membros da Guarda Nacional estão a postos, acrescentou o governador, chamando-a de provavelmente a maior mobilização na História do estado antes de uma tempestade. O estado também vai disponibilizar locais adicionais perto de rodovias interestaduais que podem acomodar milhares de pessoas, disse.

Além disso, o governo também ajudará a reabastecer postos com estoques baixos de combustível, disponibilizando cerca de 1,6 milhão de galões de diesel e 1,1 milhão de galões de gasolina. Centenas de milhares de pessoas congestionaram rodovias e esvaziaram bombas de combustível em todo o estado para fugir da tempestade, dirigindo-se para terrenos mais altos.

Com a aproximação do fenômeno, vários aeroportos da Flórida suspenderam operações ao menos até a quinta-feira. O Aeroporto Internacional de Orlando, um dos mais movimentados do país, encerrou as atividades na quarta-feira às 8h, horário local (9h em Brasília). O Aeroporto Internacional de Tampa já havia suspendido as operações nea terça-feira, bem como o Sarasota Bradenton International. Aeroportos de outras regiões ainda observam as condições. Mais de 2,5 mil voos foram cancelados desde ontem no país.

Instalações de saúde ao longo da costa oeste, desde clínicas até lares de idosos, fecharam temporariamente e transferiram pacientes em preparação para a chegada do furacão, muitos também montando barricadas para tentar conter as marés de tempestade. Segundo o New York Times, ordens de retirada obrigatória no condado de Pinellas, que inclui Clearwater e St. Petersburg, afetam cerca de 6.600 pacientes em seis hospitais, 25 lares de idosos e 44 instalações de assistência. Várias clínicas médicas e centros de diálise na região também fecharam.

A maioria dos hospitais da região que permanecem abertos suspendeu operações eletivas ou parou de aceitar novos pacientes, transferindo a infraestrutura crítica para andares mais altos.

O Globo, com Agências Internacionais

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