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sábado, novembro 23, 2024

Quem vai colocar o pomo da discórdia no gabinete de Marçal?

Deputado Zé Teixeira, vice Gianni Nogueira e Isa Cavala: encrenca à vista para Marçal Filho

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Passado o segundo turno das eleições em Campo Grande, tempo que os caciques da capital pediram a Marçal Filho para começar a compor seu secretariado (até porque o insubstituível “operador” Sérgio de Paula estava envolvido “até o pescoço” com a eleição de Rose Modesto), uma dúvida cruel deve estar assombrando o prefeito eleito: afinal, quem será o encarregado de colocar o pomo da discórdia em seu gabinete? Isso, partindo do pressuposto de que o grande problema de Marçal não é apenas a lesão no joelho que tanto dificultou suas caminhadas pela periferia durante a campanha eleitoral, mas algo um pouco mais embaixo: uma fragilidade que também remete à guerra de Troia, o famoso calcanhar de Aquiles.

Pelas primeiras listas de prováveis secretários que circulam nos grupos de WhatsApp, assim como pelos nomes sugeridos para a futura mesa diretora da Câmara Municipal, os que parecem mais inspirados em Éris (a deusa da Discórdia, que colocou o pomo da discórdia na mesa de Zeus, e que gerou a guerra entre gregos e troianos) são o deputado Zé Teixeira, a vice-prefeita Gianni Nogueira com seu marido, o “gordinho do Bolsonaro”, e, por fim, a vereadora mais votada, Isa Cavala Marcondes.

O deputado-coronel (aliás, um dos citados na operação da PF que fez uma devassa semana passada no TJMS e que pode acabar em novo tsunami político) pode se espelhar na deusa Éris pelas tantas “boiadas” que deve ter vendido para eleger uma bancada de sete vereadores, entre os quais Pedro Pepa, seu ungido para assumir a cadeira de Laudir Munaretto. Neste caso, Marçal se curvaria ao sempre temido dedo em riste, não apenas para colocar Pepa no comando do Jaguaribe, mas também para a imposição do engenheiro Jorge de Lúcia (aquele dos tempos “uragânicos”) como o responsável pelas sempre questionáveis medições das obras da prefeitura?

A situação se complica mais ainda pela presença indigesta da beata bolsonarista Gianni Nogueira no gabinete ao lado, com pretensões claras, como mostrou na campanha, de dividir o protagonismo administrativo e político com o sempre pop star Marçal Filho. Pior, por uma dessas voltas que o mundo dá, a vice-prefeita “terá que engolir”, como diria o velho lobo Zagallo, sua excelência, a nobre vereadora Isa Cavala Marcondes, a mais votada da terra de Seu Marcelino. Isso, depois que seu marido, o deputado “gordinho do Bolsonaro”, (pela agora vereadora acusado de abigeato) mexeu os pauzinhos para expulsar a mais autêntica bolsonarista do PL de Dourados, sem jamais poder imaginar que com ela acabaria dividindo o palanque tucano.

E o constrangimento para a vice beata não para por aí: ela precisará conviver harmonicamente, em nome da tal governabilidade, com a dona do “puteiro” e com ela ajustar o discurso em prol da solução imediata de problemas que se arrastam há décadas, como o fim do sucateamento da saúde, e, especialmente, em defesa da moralidade política na nova administração. Nada disso acontecendo, Gianni e Cavala serão obrigadas a buscar outros caminhos. Juntinhas. De mãos dadas.

Mais à cavalheiro (ipsis litteris!), a própria Cavala, Isa Marcondes. Se for mulher-macho de verdade, como alardeou na campanha, já deve estar relendo os memoráveis alfarrábios de Homero, o poeta épico grego de Odisseia e/ou Ilíada, para entender melhor não apenas essa questão do pomo da discórdia que provoca guerras, mas também como mirar uma flecha em quem quer que tenha um calcanhar tão vulnerável quanto o de Aquiles, o herói da tragédia grega. Até por uma questão de coerência, “doela a quem doela”, como dizia o presidente Collor de Mello, já que por sua condição de fenômeno eleitoral não deve esquentar o banco como vereadora, indo buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026, ou até mesmo a de Marçal Filho em 2028.

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