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quarta-feira, novembro 13, 2024

O fortalecimento do bolsonarismo, com o retorno do trumpismo

Retorno de Trump à Casa Branca é um alento aos que acreditam na volta de Bolsonaro ao poder no Brasil

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O cenário internacional atravessa um momento de polarização acentuada, e o iminente retorno de Donald Trump à Casa Branca reacende debates delicados sobre as relações diplomáticas, especialmente entre os Estados Unidos e o Brasil. A vitória de um candidato com o histórico de Trump, com posturas nacionalistas e uma retórica que tem sido caracterizada como divisiva e incendiária, é vista com preocupação por muitos analistas e pode impactar o Brasil, que também enfrenta um contexto político polarizado.

A ligação de Trump com Jair Bolsonaro é um fator que tem repercussões profundas. Os dois líderes se alinham em diversas agendas conservadoras e se identificam com movimentos de direita global que têm ganhado força. Com Trump reassumindo a presidência, é provável que esse vínculo fortaleça a oposição ao governo de Lula no Brasil, o que pode exacerbar divisões já profundas no cenário político brasileiro. E, embora Bolsonaro esteja inelegível no momento, o fortalecimento de Trump nos EUA poderia revigorar o bolsonarismo e dar novo fôlego a uma base conservadora que ainda o apoia intensamente, potencialmente pavimentando um caminho para seu retorno ou para a ascensão de outros políticos de perfil semelhante.

A postura do presidente Lula em relação a Trump também é um elemento crítico. Com seu apoio a Kamala Harris e a democratas americanos, Lula deixa claro seu alinhamento com políticas progressistas e distanciamento dos princípios trumpistas. Ao associar o retorno de Trump a uma “nova cara” do nazismo, Lula expõe uma perspectiva alarmante sobre o que vê como uma ameaça autoritária, que vai além das fronteiras nacionais. Essa declaração pode dificultar o diálogo com um eventual governo Trump, além de ampliar a divisão ideológica entre Brasil e EUA.

Esse contexto também é agravado por como a sociedade brasileira responde às mudanças internacionais. A reação instantânea de alguns internautas à chamada “estupidez americana”, para o texto de uma colega de O Globo, publicado na manhã de hoje pelo ContrapontoMS, ilustra uma divisão de opiniões que está enraizada no Brasil. De chofre, um colega jornalista-bolsonarista do MS me perguntou: “você é esquerdista?”. Outro, também jornalista, de São Paulo, quis saber por que não tive o mesmo comportamento quando da eleição de Lula. Para um pastor-lulista do Mato Grosso a eleição de Trump “é o fim do mundo”. Opinião compartilhada com os que concordam que o fortalecimento da direita representa um risco global, enquanto outros o veem como uma oportunidade de combate a agendas progressistas, que consideram exageradas.

Se a vitória de Trump indicar um fortalecimento global da direita, há sim a possibilidade de que a oposição brasileira se rearticule em torno dos ideais bolsonaristas. Contudo, o efeito dependerá do contexto econômico, das políticas internas de Lula e da reação dos eleitores a esses movimentos globais. Em resumo, a volta de Trump é um acontecimento com potencial para reconfigurar alianças e moldar os rumos da política brasileira, possivelmente acentuando a polarização que já desafia o país.

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