Desde o tempo da ocupação pelo Paraguai, a população vem sendo dizimada com inúmeras epidemias, sobrelevando-se a varíola e a cólera. Problemas com o abastecimento de água e saneamento básico são seguidamente reclamados pelas autoridades, que consideram como origem da contaminação a “falta de manutenção e controle das condições sanitárias do porto, onde atracavam embarcações de diversas origens e procedências.” As causas do agravamento das epidemias, caso da de cólera, verificada em 1886 e 1887, “parecem ter sido o abandono de doentes pobres pelas ruas e até de cadáveres, a falta de medicamentos e de hospitais mesmo provisórios, além das fugas em massa da população para os campos, o que causava maior descontrole sobre a doença e os óbitos,” consoante ofício do dr. Manoel Joaquim dos Santos ao vice-presidente em exercício da Câmara Municipal, nessa data, onde relata as causas do agravamento da epidemia de cólera que assola a cidade:
“Os mortos e os doentes (…) são em grande escala abandonados da maneira a mais iníqua; (…) diversos doentes (…) são abandonados no solo, a título de não serem parentes dos que o cercavam, ou são abandonados igualmente, igualmente por não serem patrícios daqueles a quem serviram”.
FONTE: Lúcia Salsa Correa, Corumbá, um núcleo comercial na fronteira de Mato Grosso 1870-1920, edição da autora, Corumbá, 1981, página 91.
FOTO: corumba.com.br
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