Vivemos em tempos de transição angustiante no Brasil e no mundo. Claro, aí incluída a terra de seu Marcelino, ou a golden city. A polarização extrema, a disseminação do ódio político – o prefeito eleito Marçal Filho é a mais recente vítima dessa horrenda prática – e a recorrente ameaça de conflitos globais mostram-nos que, apesar do progresso da inteligência humana, o coração coletivo permanece endurecido. A convivência entre diferentes visões de mundo tem sido transformada em campo de batalha, quando deveria ser oportunidade de aprendizado mútuo e construção de pontes.
O Brasil, dividido entre ideologias que ora pendem à direita, ora à esquerda, reflete um cenário de discórdia que se repete em diversas partes do planeta. No Brasil, a convivência com a ameaça de golpe de estado, principalmente depois da descoberta de que para isso Bolsonaro e seus generais planejavam até matar o presidente Lula. Nos Estados Unidos, o retorno de Donald Trump, uma dessas lideranças também polarizadoras que ressuscitam medos de retrocessos perigosos. Paralelamente, conflitos armados no Oriente Médio e a prolongada guerra entre Rússia e Ucrânia nos lembram que a humanidade ainda não aprendeu as lições do passado, marcado por horrores como o nazismo, o fascismo e a destruição provocada pelas bombas atômicas.
É nesse contexto que o chamado à evangelização, à prática genuína do amor e do bem, torna-se mais urgente do que nunca. Não basta que o Espiritismo ou qualquer outra doutrina espiritual nos ofereça explicações sobre a sobrevivência do espírito. É preciso que essas verdades inspirem ações concretas no cotidiano, que iluminem as escolhas individuais e coletivas e que orientem nossas atitudes frente aos desafios do mundo atual.
Não somos espectadores das crises que nos rodeiam; somos atores responsáveis. A cada dia, criamos sistemas políticos, econômicos e religiosos que pretendem solucionar os dilemas da humanidade, mas, inevitavelmente, voltamos a cair nos mesmos erros: orgulho, ódio, vaidade e discórdia. Em vez de aprender com o passado, repetimos padrões que perpetuam o sofrimento. Isso vale para algumas ditas lideranças, até alguns hereges do próprio espiritismo, que estão a atazanar a vida do prefeito eleito Marçal Filho. Se o constrangem agora, na formação do seu secretariado, imaginem o que são capazes de fazer na hora de repartir o butim dos famigerados retornos das “medições” superfaturadas das obras públicas.
A espiritualidade nos convida a uma profunda transformação. E, aqui, um especial “alô você” a Marçal Filho, um simpatizante da Doutrina Espírita. É tempo de usar o conhecimento como ferramenta para edificar e não para dividir. Precisamos compreender que não fomos convocados para acumular poder ou riquezas, mas para servir ao bem maior. Isso exige coragem para renunciar ao egoísmo e compromisso para agir em nome da justiça e da paz. Como jura, de pés juntos, a polêmica e midiática Isa Marcondes, a “Cavala”, que renunciou à vida noturna e até à sua boate para servir ao povo, e a mais ninguém, o que lhe fez a vereadora mais votada em Dourados nas últimas eleições.
Hoje, enquanto armas descansam prontas para o uso e discursos inflamados ameaçam romper a frágil estabilidade social e internacional, somos chamados a uma reconstrução moral. A verdadeira paz não será conquistada por tratados ou discursos, mas pelo despertar da fraternidade no coração humano.
Que cada um de nós mantenha acesa a chama da esperança, transformando suas mãos em instrumentos de trabalho e sua mente em espaço de reflexão. O momento é grave, mas não é insuperável. A confiança em Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida, deve ser nosso farol em meio às trevas da intolerância e do medo. No caso de Dourados e do Mato Grosso do Sul – e, aqui o “alô você” valendo também para o governador Eduardo Riedel – “que venham os coronéis!”.
Unidos no esforço de construir um mundo melhor, superaremos as sombras que nos cercam. A tarefa é grande, mas também é gloriosa: reerguer a humanidade a partir da prática do amor incondicional e do serviço desinteressado.
Elevemos, pois, nossos pensamentos à luz e sigamos juntos, porque, como Ele, o grande aniversariante do mês, nos lembra, ninguém alcança o Pai senão por meio do amor, da caridade e da verdade.