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segunda-feira, janeiro 6, 2025

Marinha paraguaia ocupa Corumbá

DIARIODA HISTORIA - Pesquisa do jornalista Sergio Cruz, da Academia Sul-Matogrossense de Letras e do IHGMS - Efeméride de 3 de janeiro3 de janeiro1865

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Após a tomada do forte de Coimbra no dia 28 de dezembro, as forças paraguaias, sem resistência, entram triunfalmente em Corumbá. O episódio é acompanhado pelo historiador Other de Mendonça:
A coluna paraguaia ao mando do Coronel Vicente Barrios, cunhado do marechal Solano Lopez, a 3 de janeiro de 1865, efetua desembarque e ocupação de Corumbá, abandonada desde o dia anterior. Do navio-chefe, fundeado junto à Mesa de Rendas, o comandante da expedição assistiu ao desfilar das tropas, divididas em duas seções, sobressaindo o fardamento novo, de um vermelho vivo, dos batalhões sexto e sétimo, este ocupando a vanguarda. Parte da expedição já havia ocupado a povoação do Ladário. Pelas ladeiras que punham em comunicação o porto com a parte alta da vila, a força invasora serpeava em marcha acelerada, armas em prontidão, penetrando desembaraçadamente nas poucas ruas então existentes na localidade. De quando em quando ponteando aqui e ali, raros moradores apareciam, confiantes nas suas imunidades de estrangeiros e abrigados sob as bandeiras das respectivas nacionalidades; os naturais que não puderam fugir por água internaram-se, desamparados, pelos matos vizinhos, sem guia e sem recursos”.¹ Sobre o episódio, Barrios encaminha ao ministro da guerra de seu país a seguinte parte: “Viva a Republica do Paraguay.- Sr. ministro.-
Tenho a honra de participar a V. Ex. que se acham em nosso poder Albuquerque e Corumbá.

O pavilhão nacional tremula nesta ultima desde 3 do corrente, dia da minha chegada.

A população brasileira e guarnição destes pontos tinham-se retirado antesda nossa chegada por notícias transmitidas oportunamente pelo barão deVilla Maria, segundo declarações tomadas.  Estamos pois de possedestes pontos sem queimar um só cartucho, tendo sido a fuga do inimigo tãoprecipitada que deixou, como em Coimbra, toda a artilharia, armamentogeral, munições e apetrechos de guerra. 

A canhoneira Anhambahy foi perseguida e tomada por abordagem no dia 6do corrente no rio S. Lourenço pelos vapores desta divisão.

O quartel de Dourados se encontrou também abandonado.

Os vapores Ipota e Apa que fizeram o reconhecimento do Rio de S. Lourençoaprezaram o já citado vapor Anhambahy, cuja tripulação pereceu emparte, escapando-se alguns, e prisioneiros outros,comportando-se bizarramente o 1º tenente de marinha, cidadão AndréHerreros, a quem havia confiado esta missão e
comandava o Ipora, que deu abordagem.

Os vapores Taquari e Marquez de Olinda estão no quartel dos Dourados, ondetambém o inimigo abandonou um grande parque.

O povoado de Corumbá caiu em nosso poder com a maior parte de suas casassaqueadas pelos poucos habitantes que se encontraram, porém desde achegada das nossas tropas pôs-se termo a tal desordem. 

Informado que muitas famílias fugindo deste povoado se acham metidas pelas matas, dispus que dous vapores e força de terra as recolham e devolvam ás suas casas, e neste momento me avisam que chega o Paraguai com muita sfamílias, e quando as tiver desembarcado voltará ao mesmo objeto.

Enquanto dou a V. Ex. uma parte detalhada, aproveito o regresso do 2º tenente Godoy no vapor inglês Ranger, chegado ontem, para dar a V. Ex. esta primeira noticia.

Deus guarde a V. Ex. por muitos anos. Acampamento em Corumbá, 10 de janeiro de 1865.- Vicente Barrios.

A S. Ex. o Sr. ministro da guerra e marinha.

Viva a Republica do Paraguay.²

FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Mato-grossenses, 2ª edição, Governo de Mato Grosso, página 19; ² Antonio Correa do Couto, Dissertação sobreo atual governo da República do Paraguai, Tipografia do Imperial Instituto Artístico, Rio de Janeiro, 1865, página 44. PREFEITO DE CAMPO GRANDE ASSASSINADO EM CUIABÁ. Três prefeitos de Mato Grosso do Sul foram assassinados no exercício do mandato. Ode maior repercussão foi o do dr. Ari Coelho, covardemente executado em Cuiabá, em 1952. Estes crimes violentos e outros que enlutaram nossa História, estão no livro A LEI DO 44, SANGUE NO OESTE, do jornalista Sergio Cruz.  

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