O acontecido aconteceu no centro do centro do Oeste Central do Brasil ! No planalto brasileiro tem uma depressão que chamam de Vale do Ivinhema, e lá vivia uma jovem cunhatãi porãete hori que chovia alegria!
Sim, era um espírito encarnado das águas que chovia chuva de beijos e felicidade, porque espírito pode encarnar o que quiser, inclusive a chuva ! Horí sorria como que chorando !
Tudo na jovem nativa era úmido e fresco, uma verdadeira inundação de alegria … a cunhãtaí iluminava por onde passava, deixando um rastro úmido de chuva e deslumbramento! Era de causar espanto como tudo que é feliz …Ela deixava os jovens moles como pirão frio, e os inundava só de passar , e fazia a tarde virar chuva prateada de contentamento!
Vivia inundando as manhãs com uma chuva fina e ardente de felicidade, pois era uma verdadeira corredeira de alegria… certo dia cansada de inundar pessoas o espírito da chuva que habitava a Cunhã resolveu evaporar aos céus e chover de verdade sobre a cidade de Ivinhema , e , assim ,choveu chuva prateada e ventos furiosos …e Ivinhema ficou úmida e fria, e a menina/moça secou de chuva e mudou da cidade, desde então Cunhatãi porã hori passou a chover beijos dourados de amor, nos quintais da cidade de Dourados …
Gicelma Chacarosqui – Possui Pós-doc pelo ECCO, UFMT ( 2020), Doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008); Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2001) e graduação em Licenciatura em Letras Português Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1992). É professora adjunta com dedicação exclusiva da Universidade Federal da Grande Dourados ( desde 2009,).