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segunda-feira, dezembro 22, 2025

Trump toma posse para segundo mandato na Casa Branca e declara emergência nacional na fronteira sul para deter migrantes

Com uma das mãos sobre uma Bíblia herdada de sua mãe, ele jurou 'proteger a Constituição' sob a cúpula do Capitólio, o mesmo lugar onde, em 6 de janeiro de 2021, seus apoiadores tentaram impedir o Congresso de certificar a vitória de Biden

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Com a promessa de pôr “a América em primeiro lugar novamente”, ecoando seu famoso slogan de campanha, o republicano Donald Trump tomou posse, nesta segunda-feira, como 47º presidente dos Estados Unidos, um retorno triunfal ao poder que abalou os migrantes em situação irregular, ameaçados com as iminentes deportações em massa. Logo após ser empossado, Trump fez o primeiro discurso do seu segundo mandato proclamando que vai pôr a “América em primeiro lugar” novamente, e declarou emergência nacional nas fronteiras do sul do país, segundo ele, para “impedir as entradas ilegais” no país.

— Minha vida foi salva por um motivo. Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente — disse Trump, referindo-se à tentativa de assassinato que ocorreu em um comício político na Pensilvânia no verão passado.

O republicano também afirmou que “a era de ouro de dos EUA começa hoje” e prometeu “reequilibrar” a balança da Justiça, uma referência às investigações criminais que ele comparou à perseguição política.

— Desse dia em diante, o nosso país irá florescer e ser respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não vamos permitir que tirem vantagem de nós — disse Trump.

No discurso, Trump se referiu a temas relacionados ao poder americano. Ele afirmou que a “soberania” do país será “reconquistada” e que a segurança será “restaurada”. Também disse que as “escalas da justiça” serão “reequilibradas”.

— A instrumentalização do nosso Ministério da Justiça, que aconteceu no governo anterior, vai ser encerrada — disse o presidente, sendo aplaudido por parte do público presente.

Falando sobre os “desafios” a serem enfrentados, Trump se referiu a uma “crise de confiança” com o governo, criticando a gestão atual. Ele atacou também o tema da imigração, que deve ser alvo de alguns de seus primeiros decretos.

— Não conseguimos proteger os nossos cidadãos. Damos proteção para criminosos perigosos, muitos de prisões e hospícios, que ilegalmente entraram no nosso país do mundo todo — afirmou.

Trump também repetiu em seu discurso de posse que pretende mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América (dos Estados Unidos) e que, durante seu mandato, irá retomar o Canal do Panamá, cujo controle foi entregue por Washington aos panamenhos em 1999.

Além disso, prometeu acabar com qualquer tipo de censura e “trazer de volta a liberdade de expressão para a América”, sendo aplaudido de pé por um público amigável.

— Nunca mais o grande poder do Estado vai ser usado e instrumentalizado para perseguir oponentes políticos. Uma coisa que, olha, eu conheço algo a esse respeito — prometendo restaurar uma “justiça sob a Constituição e o Estado de Direito.

O presidente prometeu acabar com o que chamou de “política governamental de tentar fazer a engenharia social com a questão de gênero em qualquer aspecto da vida pública ou privada”.

— Vai ser a política oficial do governo americano, que há apenas dois gêneros: “masculino” e “feminino” — afirmou.

Cerimônia gelada

O 45º (2017-2021) e em breve 47º presidente dos Estados Unidos subiu os degraus da entrada principal da Casa Branca em uma manhã gelada, mas ensolarada de inverno, após comparecer a um culto na Igreja Episcopal de St. John com sua esposa Melania, que usava um chapéu escuro com uma faixa branca.

A vice-presidente, Kamala Harris, recebeu pouco antes seu sucessor no cargo J.D. Vance e sua esposa.

Ao meio-dia, horário de Washington (14h00 em Brasília), o 47º presidente da maior potência do mundo iniciará seu segundo mandato, sucedendo o democrata octogenário.

A cerimônia não será realizada nas escadas externas do Capitólio, como manda a tradição, mas sim dentro do prédio devido ao frio, como fez Ronald Reagan em 1985.

Com uma das mãos sobre uma Bíblia herdada de sua mãe, ele jurará “proteger a Constituição” sob a cúpula do Capitólio, o mesmo lugar onde, em 6 de janeiro de 2021, seus apoiadores tentaram impedir o Congresso de certificar a vitória de Biden.

O dispositivo de segurança é excepcional depois de duas tentativas de assassinato contra o republicano durante a campanha.

Aos 78 anos, ele também se tornará o mais velho chefe de Estado americano a tomar posse.

Três dos homens mais ricos do mundo, os magnatas da tecnologia Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, estarão presentes na posse. Também estarão os ex-presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.

Após seu discurso de posse, o novo presidente irá para a Capital One Arena, em Washington, onde seus apoiadores começaram a chegar no início da manhã.

“Jesus é meu salvador e Donald Trump é meu presidente. E ver como esse homem mudou, não apenas o país, mas o mundo, é muito revelador”, disse uma de suas apoiadoras, Rachel Peters, de 28 anos, à AFP.

Biden, que está encerrando meio século de vida política, orquestrou uma transição civilizada com um homem que negou isso a ele. Furioso por uma derrota que nunca reconheceu, Trump se recusou a comparecer à posse do democrata em 2020.

Indultos preventivos

No entanto, horas antes, Biden concedeu indultos preventivos a congressistas e funcionários para protegê-los de “processos judiciais injustificados e politicamente motivados”. Ele alegou “circunstâncias excepcionais”.

Trump chega pronto para anunciar uma série de decretos presidenciais para fechar “a cortina de quatro longos anos de declínio americano”, segundo ele, e abrir caminho para o que ele chama de “idade de ouro”.

Sua principal prioridade é “impedir a invasão de fronteiras” por migrantes, aumentar a produção de petróleo e bloquear “ideologias” de esquerda.

“Nós pararemos a imigração ilegal de uma vez por todas. Não nos invadirão. Não nos ocuparão. Não nos infestarão. Não nos conquistarão”, prometeu no domingo.

Segundo a imprensa americana, Trump declarará estado de emergência na fronteira com o México, designará os cartéis de drogas como organizações terroristas estrangeiras e restabelecerá o programa “Fique no México”, para que os migrantes possam aguardar o resultado do processo migratório do outro lado da fronteira.

Trump promete abalar a ordem mundial mais uma vez, com tarifas drásticas, inclusive sobre o Canadá e o México, e ameaças territoriais à Groenlândia e ao Panamá.

Sua vitória deu asas à direita radical em todo o mundo. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e os presidentes argentino, Javier Milei, e equatoriano, Daniel Noboa, participarão da posse, embora líderes estrangeiros normalmente não sejam convidados.

Também estarão presentes o vice-presidente chinês, Han Zheng, e o líder da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia, a quem Trump considera o “presidente eleito” do país caribenho.

A primeira eleição de Trump chocou o país e o mundo, mas sua segunda eleição os deixa resignados. Não há vestígios das manifestações em massa de oito anos atrás.

A maioria dos países se esforça para manter as aparências diante de um presidente americano que fala abertamente sobre anexar o Canadá.

Para seu segundo mandato, Trump tem assessores escolhidos com base em sua lealdade e uma estreita maioria no Congresso. Além disso, a Suprema Corte está ancorada à direita.

No entanto, Donald Trump também começa sua saída de cena nesta segunda-feira. Ele deve se resignar a nunca mais ser candidato, a menos que haja um golpe contra o limite constitucional de dois mandatos.

O Globo, com Agências Internacionais

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