Com o tal do “bichão do MS” – a outrora barulhenta deputada Lia Nogueira – agora só posando de dondoca nas redes sociais, parecendo mais um animalzinho de estimação do coronel Azambuja, e com a “sensação” da vez, também situacionista Cavala (Isa Marcondes), com seus “coices” cada vez mais fraquinhos, mesmo carregando a responsabilidade de vereadora mais votada das últimas eleições, a ACED (Associação Comercial e Industrial de Dourados) resolveu encarar “de frente” uma das maiores demandas da população do Mato Grosso do Sul: A lengalenga da CCR pelo descumprimento de contrato de duplicação da BR-163, entre Mundo Novo e Sonora.
O clamor é maior dos que se utilizam do trecho entre Dourados e Campo Grande, principalmente em períodos de safra, com motoristas de automóveis embretados entre carretas, bitrens e treminhões, além de ônibus, não tendo como não se sentirem verdadeiros idiotas diante das desculpas cada vez mais esfarrapadas da CCR, que, além de não cumprir com suas obrigações contratuais, debocha dos sul-mato-grossenses com aumentos rotineiros nos pedágios.
É bem possível até que para encetar o movimento o presidente da ACED, o contabilista Paulo Campione, por suas convicções religiosas, tenha se inspirado em uma das entidades mais respeitadas da espiritualidade – o Exu Tranca-Rua, guardião dos caminhos. Mas a verdade é que os motoristas já perderam a paciência. Isso faz o escrevinhador provinciano lembrar o colega Valery Jason Furtado: até quando?
A ACED, por si só, não tem poder de decisão, mas Campione sabe que a força está na união. O objetivo agora é mobilizar todas as entidades civis de Dourados para engrossar essa cobrança. A estratégia é clara: provocar a Câmara Municipal e, se algum vereador tiver coragem de pegar essa bandeira, pressionar com todas as ferramentas disponíveis – audiência pública, caminhada no centro da cidade, reuniões abertas (com espaço cedido pela própria ACED) e, principalmente, contar com a imprensa para amplificar essa luta.
A CCR pode até continuar tentando enrolar, mas se a sociedade civil bater o pé, vai ser difícil continuar ignorando. O desafio agora é saber quem realmente está disposto a brigar por essa causa e quem prefere seguir na cômoda omissão.
A peça publicitária da ACED fala em “duplicação já” ou “trânsito livre de pedágio”, o que sugere que, no literal estilo “tranca rua” os empresários, que podem muito mais que os índios ou os sem-terra, vão partir para o tudo ou nada, resolvendo a situação pelo jeito mais fácil que existe para esses casos. O óbvio ululante! Até porque maior que o tráfego de caminhões e carretas nessa estrada o é do dinheiro que entra nos cofres da concessionária, enquanto os motoristas seguem pagando pela total duplicação que nunca chega.