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terça-feira, março 11, 2025

Gleisi e Padilha chegam a novos ministérios para liderar embates e viabilizar marcas para Lula em 2026

Expectativa é que nova titular de Relações Institucionais faça enfrentamento com o bolsonarismo, enquanto ministro da Saúde terá como foco programa de especialistas

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Os novos ministros de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e da Saúde, Alexandre Padilha, assumem hoje seus cargos com missões relacionadas à eleição de 2026: costurar alianças para a campanha e apresentar uma marca para o governo, respectivamente. Ontem, em uma amostra do tom de enfrentamento para o próximo pleito, Gleisi alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais e o acusou de “bajular” o americano Donald Trump. Padilha, por sua vez, terá que dar visibilidade ao Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), o que sua antecessora, Nísia Trindade, não conseguiu fazer.

Substituta do próprio Padilha na articulação política, Gleisi deverá assumir embates políticos do governo e tentar ocupar um espaço que acabou vago desde a indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), em 2023. À frente da pasta da Justiça, Dino costumava travar debates acirrados com a oposição bolsonarista. Ontem, Gleisi criticou Bolsonaro por defender taxações impostas por Trump, que podem afetar exportações brasileiras.

“Bolsonaro não deve ser tão burro assim, mas pensa que a gente é. E não perde a mania de mentir e bajular seu ídolo estadunidense. Nosso país é o Brasil e é aqui que ele vai responder por seus crimes”, afirmou Gleisi em seu perfil no X.

A postura firme da nova ministra, se por um lado reforça a polarização para 2026, por outro gera receio de integrantes do governo em relação a possíveis enfrentamentos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos dois primeiros anos do governo, como presidente do PT, Gleisi teceu críticas a medidas tocadas por seu colega de partido na área econômica.

Auxiliares de Lula avaliam, porém, que o presidente buscou pessoas com perfil mais vibrante ao fazer as trocas no ministério, com o objetivo de agitar a militância. Gleisi também terá a missão de costurar as alianças para a campanha presidencial de 2026, tanto para o caso de Lula disputar um novo mandato como para o de ele indicar um outro nome para a sua sucessão. A aliados, ela tem afirmado que sua principal preocupação no cargo será a articulação política do governo, e não interferir em medidas econômicas.

Busca por visibilidade

A exigência de mais visibilidade nas ações da Saúde também pautou a nomeação de Padilha, que o próprio petista já comandou no governo de Dilma Rousseff. Na visão de Lula, o novo ministro pode se valer da experiência da implementação do Mais Médicos, em sua outra passagem pelo ministério, que se tornou uma vitrine da gestão à época.

Na visão do Planalto, o Programa Mais Acesso a Especialistas, lançado em abril de 2024, não conseguiu até agora atingir o patamar desejado de atendimento. Antes da troca na Saúde, Lula cobrou diversas vezes Nísia pela redução da espera por consultas com especialistas e exames no Sistema Único de Saúde (SUS).

O próprio nome do programa é considerado um problema. Auxiliares tentam rebatizar o PMAE com uma alcunha mais popular.

A expectativa do governo é que Padilha, que tem mais bagagem em cargos políticos, consiga dar mais destaque a iniciativas da Saúde, tanto em entrevistas como nas redes sociais. O novo ministro terá ainda o desafio de estabelecer uma relação melhor com o Congresso do que a antecessora. Nísia enfrentava críticas de parlamentares que apontavam uma suposta demora na liberação de emendas

Sérgio Roxo e Daniel Gullino — Brasília

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