O Papa Francisco fez a primeira aparição pública desde sua internação em 14 de fevereiro. O Pontífice acenou e deu a bênção da janela do Hospital Gemelli, em Roma, aos fiéis que estavam agrupados na frente do local. Francisco foi encaminhado ao hospital há pouco mais de cinco semanas para tratar de uma pneumonia bilateral. Ele recebeu alta neste domingo e já saiu do hospital em direção ao Vaticano.
— Obrigada a todos — afirmou Francisco, ao cumprimentar o público da janela do Hospital. — Estou vendo a senhora com flores amarelas, ela é ótima — brincou o Pontífice.
O aceno ocorreu logo após o final do Angelus, oração que Pontífice de 88 anos não conduz desde 9 de fevereiro. Desde então, faltou à cerimônia por cinco semanas consecutivas, algo sem precedentes desde sua eleição em março de 2013. Na oração de hoje, Francisco agradeceu a dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde no seu período de recuperação e citou a retomada dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.
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A alta do Papa, hospitalizado desde 14 de fevereiro e cujo estado de saúde melhorou gradativamente nas últimas semanas, era aguardada por milhares de fiéis ao redor do mundo diante das dúvidas crescentes sobre sua capacidade para retomar suas atividades.
De acordo com a equipe médica de Francisco, ele retornará hoje à residência de Santa Marta, onde costuma residir. Além disso, terá que se submeter a um período de recuperação de pelo menos dois meses.
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— Os progressos são feitos em casa porque o hospital, embora pareça estranho, é o pior lugar para uma convalescença, é o lugar onde se contrai mais infecções — explicou o doutor Sergio Alfieri.
O estado de saúde do Papa “está melhorando” e “esperamos que em breve possa retomar suas atividades normais”, afirmou o doutor Luca Carbono, outro membro da equipe médica que acompanha o Pontífice.
No entanto, Alfieri relativizou a declaração do colega:
— A convalescença é, por definição, um período de recuperação, por isso é evidente que durante o período de convalescença, [o Papa] não poderá manter suas habituais entrevistas diárias.
Na residência papal, Francisco seguirá sob cuidados 24 horas. Luigi Carboni, um dos médicos que acompanharam a evolução do quadro clínico do Pontífice no hospital, explicou à imprensa italiana a série de restrições e prescrições para a recuperação do paciente.
O Papa não poderá ter contato com crianças nem poderá receber muitas pessoas de uma só vez, para evitar pegar algum vírus. Além disso, o argentino receberá oxigênio por meio de cânulas e continuará as terapias motoras e respiratórias com o objetivo de recuperar a autonomia vocal.
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Na sexta-feira, o cardeal Victor Manuel Fernandez disse que o Papa deveria “reaprender a falar” após a prolongada hospitalização e o tratamento com oxigênio de alto fluxo.
Segundo o jornal Il Messaggero, a residência papal foi adaptada para receber Francisco de volta. Uma cama de madeira que ficava no quarto do argentino foi substituída por algo semelhante a um leito hospitalar. Os turnos de trabalhadores da Santa Marta foram reforçados, especialmente daqueles responsáveis pela manutenção do local.
No futuro, com o andamento da recuperação, o Papa deve utilizar as salas do andar térreo para receber convidados e fazer refeições com os monsenhores. Francisco vai continuar trabalhando, como fez durante a internação em Roma. Apesar disso, a recomendação médica é de repouso. A maior preocupação dos médicos, segundo Il Messaggero, é que o argentino negligencie o descanso, embora tenha sido descrito como um “paciente modelo” ao longo das semanas em que ficou hospitalizado.
Evolução do quadro
O Pontífice de 88 anos estava no Hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro, quando foi internado com um quadro de bronquite que, posteriormente, evoluiu para uma pneumonia em ambos os pulmões.
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O anúncio da alta ocorreu depois de o Vaticano relatar, nos últimos dias, uma melhora gradual na saúde do Pontífice. O primeiro sinal foi a mudança do seu prognóstico, em 10 de março, que antes era classificado como reservado, ou seja, quando não é possível prever a recuperação do paciente. Até o início desta semana, Francisco vinha utilizando uma máscara de oxigênio, mas na terça-feira o Vaticano informou que, pela primeira vez, ele conseguiu ficar sem ela. Na quarta-feira, o Papa deixou de utilizar a máscara, segundo a Santa Sé.
O Globo/AFP