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terça-feira, abril 29, 2025

Silas Malafaia e Gianni Nogueira – a cruz profanada!

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No Brasil do século XXI, nem Jesus escaparia das fake news de WhatsApp. Seria crucificado de novo — desta vez acusado de “comunismo”, de promover “kit gay” ou simplesmente por se recusar a marchar armado ao lado de Bolsonaro. O Cristo da compaixão virou moeda de troca no mercado da fé, e Silas Malafaia é hoje seu mais ruidoso e obsceno leiloeiro.

No púlpito onde antes se pregava a esperança, hoje se vocifera em defesa de um homem que planejou assassinar seu sucessor, o vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal. A mesma Bíblia que dizia “não matarás” agora é usada para justificar um golpe de estado. E “golpe de estado mata, sempre”, como lembrou a ministra Carmen Lúcia em recente sessão do mesmo STF. Que espécie de pastor é esse que, em pleno domingo de Páscoa, preferiria ver ressuscitado o projeto golpista de Jair Bolsonaro a celebrar a ressurreição de Cristo?

Não se trata mais de divergência política ou liberdade religiosa. O que temos diante dos olhos é um projeto deliberado de corrosão institucional, travestido de evangelismo. E os hereges se multiplicam como gafanhotos famintos, abençoando milícias digitais, idolatrando armas e jurando fidelidade não a Deus, mas ao capitão caído.

Em Dourados, a fé também tem sido usada como biombo para o oportunismo. A vice-prefeita Gianni Nogueira — bolsonarista de raiz, de reza e de sofá de sala de estar — personifica o uso indecente da religião como capital político. Diz pregar a palavra, mas vive em pregação permanente por um réu confesso da tentativa de golpe. Vive evocando Deus em seus discursos, mas se cala diante do apocalipse democrático que seu “amigo” planejou. Já foi ungida por Bolsonaro como candidata ao Senado — isso, diante da traição de Soraya Thronicke, a outra desconhecida douradense por ele eleita senadora há oito anos. Não importa, como se vê, se estão ou não a altura de tão alto cargo, basta ser fiel ao projeto e não à Constituição.

Já passou da hora do Estado Laico se impor. Já passou da hora do STF deixar de ser o saco de pancadas dos apóstolos do golpismo.

Mas talvez haja outra explicação, que foge do campo político e adentra o espiritual. Diante de tanta verborragia inflamável, resta considerar: Malafaia pode estar obsidiado. Sim, tomado por um daqueles espíritos zombeteiros, rancorosos, que se divertem vendo o caos se instalar em nome de Deus. Nem uma legião de médiuns de altíssimo grau evolutivo — nem mesmo reunidos no Centro Espírita Luz da Verdade, com passes reforçados e leitura diária de “O Livro dos Médiuns” — daria conta de doutriná-lo. O irmão Silas já não fala por si: é porta-voz de uma sombra que se alimenta da confusão, do ódio e da idolatria política.

O Brasil precisa reaprender a diferença entre fé e fanatismo. E lembrar que não há salvação possível onde a cruz é usada como símbolo de guerra.

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