Teve carinho, acolhimento, queijo e goiabada cascão do Valfrido Silva. Muitos livros, leituras e encontros com estudantes das unidades da UEMS, UFMS e UFGD dessas cidades do Mato Grosso do Sul. Revi amigos e familiares; fiz novos amigos também. Foi um tempo de reenergizar, de mergulhar no passado e fazer idas e vindas na memória.
Em Glória, visitei o Parque Natural, acompanhada do incansável Olácio Kohara. Lá, conheci o projeto do papagaio-verdadeiro, percorri parte da trilha utilizada por estudantes em atividades de sensibilização ambiental — trilha que também está aberta ao público, incentivando uma vida menos sedentária e mais próxima da natureza.
Olácio também me mostrou a produção de diversos tipos de batata-doce, os viveiros de plantas e os projetos da FETAP no local, além do projeto de reflorestamento ecológico e captação de carbono liderada pela APOMS — associação formada por agricultores familiares dedicados à produção agroecológica, organizados em uma rede de núcleos produtivos.
Ainda na terça, dia 29/04, em Glória, participei do encontro “Mudanças Climáticas e COP 30”, realizado no auditório da UEMS — uma atividade dos Núcleos de Cooperação Socioambiental da Itaipu, com presença de autoridades locais e regionais. O palestrante Atila Iamarino — doutor em Ciências e “explicador do mundo” — falou a estudantes, representantes de instituições ligadas a pequenos produtores e ao público em geral sobre as mudanças climáticas e a urgência de medidas para frear seus impactos.
Agora, já em São Paulo, me preparo para voltar ao lar, à vida do outro lado do Atlântico. A saudade já se faz sentir.
Mazé Torquato Chotil – Jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP antes de chegar em Paris em 1985. Agora vive entre Paris, São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Tem 14 livros publicados (cinco em francês). Fazem parte deles: Na sombra do ipê e No Crepúsculo da vida (Patuá); Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida negroluminosa voz; e Na rota de traficantes de obras de arte.
Em Paris, trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e é fundadora da UEELP – União Européia de escritores de língua Portuguesa. Escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus.
